[EM ANDAMENTO] Minho, um ex presidiário, trabalha em sua própria mecânica, resume sua vida a graxa que mancha suas vestes e cigarros qual o gosto já lhe é enjoativo de tantas vezes que tragou do mesmo.
Já Hyunjin trabalha em um supermercado qualque...
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Hyunjin está atraido.
Existe uma adrenalina estranha em estar apaixonado, ou apenas atraído. Uma característica da paixão e atração é um frio estranho na barriga, que queima e chega a doer, como se as borboletas voassem em prol de rasgar o estômago e poder viver livres.
Foi esse sentimento fervoroso que Hyunjin sentiu ao pronunciar aquele pequeno "É, eu gostaria", algo tão pequeno mas mesmo assim capaz de deixar seu pobre estômago de ponta-cabeça, se revirando de um lado ao outro, mas ele não poderia expressar, não enquanto Lee ainda tentava - pessimamente - guardar um sorriso.
Hyunjin não iria facilmente admitir, mas estava totalmente atraído por aquele sorriso escondido, também pelas veias que marcavam na mão conforme Minho apertava seus dedos na carne da palma, mas mais ainda pelo jeito como Minho voltou até a mecânica quase em saltos, em uma comemoração que nem mesmo ele deve ter se dado ao trabalho de perceber.
Ele facilmente se atraiu por tudo que envolvesse o homem de cabelos castanhos que faria de tudo por um maço de cigarros, não por ser viciado, mas sim por querer antecipar seu fim. Não era preciso que Hwang conhecesse de fato Minho para saber sua falta de apego pela própria vida, sua única vida.
Mas naquela noite, Lee Minho nem sequer pensou na sua falta de apego pela própria vivência, achou mais importante pensar em que roupa usaria e para qual lugar levaria Hwang. Tudo isso lhe rendeu um ligação das longas com Christopher, com direito a todos os tipos de perguntas.
"Qual perfume devo usar?" — Use um de seus perfumes caros — Chris respondia sorrindo, mesmo que em suas mãos houvessem diversos papéis de exames para corrigir.
"Queria que fosse um restaurante legal, um que ele pudesse tirar fotos e sorrir. Você sabe me dizer um?" — Tirar fotos e sorrir? — Seungmin, sentado no sofá da sala, sorriu ao escutar a pergunta confusa do pai, pois teve a ideia de que, mesmo com sua indiferença palpável, Senhor Lee pensou no que ele havia dito e, não apenas isso, como também o fez.
— Você está apaixonado? — Bahng tomou coragem para perguntar antes que Lee tomasse coragem para desligar a chamada.— Digo, apaixonado de verdade?
— Não seja idiota — Minho disse com calma, a voz soando risonha. Christopher também sorriu, mas Minho não precisava saber.
Nessa noite, Lee Minho estava com a cabeça tão cheia de coisas boas que seus olhos não se derramaram junto às nuvens carregadas no céu, sem lágrimas pela primeira vez em alguns anos, em algumas vidas.
E outra vez o dia amanhece, tão quente quanto o último, porém um pouco mais frio do que o seguinte.
Minho era do tipo que não dava informações básicas, e se dava, não eram completas. Então, no sábado, Lee pede o endereço de Hwang e o diz para "estar pronto às sete da noite, fora do prédio." Nada mais. E Hyunjin o obedece, por isso olha incansavelmente os minutos passarem em seu celular, apenas um minuto para o combinado.
