Capitulo quatro

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 Minho tem tido problemas com o tempo, cigarros e café

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Minho tem tido problemas com o tempo, cigarros e café.

Ele olha o teto e passa a língua por seu canino direito, sentindo sua ponta brevemente afiada, antes de prontamente responder:

— Eu não sei.

— Como não sabe? — Seungmin escorrega pelas próprias mãos que descansam no rosto, seus cotovelos apoiados na mesa de madeira desmoronam e ele se esparrama como líquido, parecendo tão frustrado que o sentimento mal cabia em seu pequeno peito. — Senhor, você precisa ir! — ele choraminga, cortando Minho em fatias.

Minho se senta na cadeira à sua frente, colocando a xícara de café recém feito sobre a mesa, a quarta do dia, talvez a quinta, ele nem se lembra mais.

— Oh, Seungmin, é claro que eu vou, eu não poderia perder — Lee acaricia o cabelo alheio, vendo-o se erguer de vidro, exibindo um sorriso fechado que não condizia nem um pouco com a frustração de segundos atrás.

— Que alívio! — diz em um suspiro. Minho, que assoprava seu café, ergue as sobrancelhas acompanhando a emoção. — Eu ensaiei toda a apresentação imaginando você, Jisung e meu pai lá, eu me perderia inteiro se um de vocês não estivesse lá.

— É mesmo? — Seungmin concordou exageradamente, deitando-se outra vez, deixando que o silencio pairasse entre eles.

Lee terminava sua xícara de café, olhando o relógio mais uma vez, sentindo seu peito gritar em uma ansiedade que não sentia há tempos, aquela que acompanha um frio estranho na barriga.

Ele prende o lábio entre os dentes, lembrando de um almoço em que Seungmin disse que, se ficassem em silêncio, poderiam escutar as borboletas no estômago de Jisung querendo sair, enquanto ele desenhava aquele mesmo rosto desconhecido. Minho achou que era bobagem, mas agora, ficava em silêncio, querendo escutar a que momento suas borboletas rasgariam o estômago.

Minho tem borboletas agressivas, daquelas que reviraram o estômago e o fazem sentir que vai vomitar, que o perfuram com suas perninha esguias, daquelas que com um bater de asas mudam um vida inteirinha.

Quando o fim de tarde o selava o rosto com uma luz alaranjada, sentava-se a frente da fachada de sua mecânica, logo após sofrer muito abaixo de um carro ou com questões afiadas demais vindas de um garoto que a pouco completou 9 anos, a exaustão era quase sempre a mesma. Mas, dessa vez, Minho não se sentou, ele atravessou a rua, assim como já havia feito muitas vezes antes, mas com uma finalidade diferente.

Ao se encostar na parede, enfiou a mão no bolso, procurando o maço e o isqueiro que há tempos já eram conhecidos. Ele prendeu entre os dentes; até se podia escutar o atrito. A faísca vem em seguida, mas Minho não incendeia a ponta do cigarro quando o fogo aparece. Morde a ponta e engole toda a saliva guardada na boca, ele olha como o fogo se mexe mas não se apaga, pois o seu corpo de lado está cobrindo qualquer ventania que apagaria a labareda. Então, aos poucos, extingue a força do polegar e o gás cessa.

Não tem porque cigarro se Minho não quer morrer hoje.

Um suspiro exasperado o tira do transe, Hyunjin está lá, com uma cara de espanto notável, Minho até esquece o cigarro no meio de seus lábios.

— Você me assustou! — com um empurrão no peito alheio, ele sorri, reparando finalmente na droga em meio aos lábios. Não diz nada, apenas o retira dos lábios e o guarda em seu bolso traseiro — O que o traz aqui tão bem vestido? — Hyunjin morde seu lábio inferior, ajustando o colarinho da camisa social branca que Minho vestia. Ele gostava de como os antebraços ficavam à mostra devido às mangas arregaçadas.

Não sei — responde no automático, pois não sabia mesmo, não tinha pensando no que falar quando desse de cara com aqueles olhos densos. Sentia-se naquela mesma noite que o chamou para sair, engolindo suas próprias palavras e falando tão errado quanto as batidas de seu coração — Você — proferiu, baixinho. Tão baixo que quase ficou preso em sua garganta, mas tudo que Minho não dizia Hyunjin também podia entender, mesmo que nem chegasse a sair de sua boca, ele o entenderia como ninguém já fez.

Hwang abriu a boca só para a fechar em seguida, mordendo o lábio antes de selar seus lábios a bochecha já rosada do Lee.

Nem mesmo um pedaço de ferro fumegante queimaria o peito de Minho como aquele simples beijo queimou.

Hyunjin era do tipo que olhava para os lados antes de fazer qualquer coisa, que pensava bem em quem os veria e o que achariam. Minho era do tipo que encaixava as mãos em suas bochechas e o puxava para um beijo raso, não dando a mínima a quem os enxergaria. Ele queria o que Hyunjin via, queria ver através de seus olhos como ele se parecia ao se separar de seus lábios e procurar pateticamente por mais. Queria saber como era se enxergar de outro ângulo, ansiava por ver como seus olhos estavam, qual sentimento transmitiam em meio aquele turbilhão.

Desde aquela noite, isso não se tornou algo estranho, era normal como se cumprimentar, mas não o faziam sempre, guardavam para uma ocasião especial e, desde então, Minho quis que todos os momentos fossem especiais.

Ele se lembra que esse era o motivo pelo qual estava plantado ali.

Minho vinha se esquecendo muito das coisas, podia ser efeito do cigarro ou da sua cabeça bagunçada. Efeito da vida também, nós últimos dias Minho viveu mais do que viveria em vidas.

— Você está muito cansado? — Hyunjin jamais estava cansado para ele, estava sempre disposto a rodar uma cidade inteira apenas se ele o pedisse. Ele negou, apertando o pulso de Minho em sua palma. — Quer ver uma coisa, então? — sorriu, cavando aqueles dentes tortinhos em seu próprio lábio. Com uma dor aguda nas costas, Hyunjin assentiu em um balançar frenético de sua cabeça, Minho o roubou um beijo nos lábios, pois era especial demais para deixar passar.

Não era novo, Hyunjin já conhecia aquelas palavras, aquele tom inocente que o perguntava se estava cansado logo após um dia intenso de trabalho, para Minho, nunca estava.

— O que você me oferece hoje?

— Quer mesmo saber? — Hyunjin nega com a cabeça, sorrindo por tanto tempo que se esquecera de como parar. Minho beija seu amável sorriso, mapeia-o com seus lábios famintos, sentindo todos os seus sentimentos se tornarem físicos na pele de seus lábios. Quando Hwang se separa, ele permanece ali, com os olhos fechados como se tentasse relembrar a sensação, Hyunjin da risada. — Prometo que vai gostar. — É claro que gostaria, sempre gosta.

Minho estava vivo.

 Sou, definitivamente, péssima em manter promessa!

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Sou, definitivamente, péssima em manter promessa!

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⏰ Última atualização: Nov 04, 2024 ⏰

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This Is The Only Life ' HyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora