Confie na Gata [Yoonseok]

15: (re)planejar

Comentem bastante e não esqueçam da ⭐

TAG: #ConfienaCamomila

Boa leitura! 🧡

⚠️ ALERTA DE GATILHO: O capítulo contém cenas de violência física e homofobia.

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  Agosto/2011

  Durante toda a infância, as crianças escutam que casa é moradia, que família é lar. Escutam que sua melhor amiga é sua mãe e seu protetor é seu pai. Quando Sejeong ouvia aquelas coisas, se perguntava o que tinha de errado com ela para não acreditar em nada do que ouvia dos professores e achar que estavam mentindo, pois quando chegava em casa, nem sequer via o rosto daqueles que deveriam dar a ela o sentimento de carinho e proteção.

  Quando cresceu, reconheceu que o erro não estava nela. Conheceu pessoas que passavam pela mesma coisa e acabou aceitando sua realidade, tendo como seu maior desejo poder sentir um pouco das histórias que lhe eram contadas na infância, que mais pareciam conto de fadas irreais. 

  Uma dessas pessoas que conheceu foi Hoseok, o garoto que se apaixonou no ensino médio e foi forçado a abandonar quem amava por causa de seus pais.

  Era com ele que ela estava naquele momento, no quarto de sua casa, segurando um envelope branco nas mãos.

  – Vamos, Sejeong, abra isso! – Hoseok insistia, tão ansioso quanto ela, afastando os livros que tinha levado para a casa da amiga.

  Eles pretendiam fazer os trabalhos das universidades juntos. Cursavam cursos diferentes, mas gostavam de fazer as coisas juntos como no ensino médio. Porém, seus planos foram impedidos quando o carteiro chegou com uma carta contendo o selo de uma das agências de moda na Coréia.

  – E se eu não passar? – Sejeong pergunta, nervosa, segurando o envelope com tanta força que chegava a amassar as pontas. 

  Hoseok negou com a cabeça, saindo do chão e sentando na cama com as pernas cruzadas, o corpo virado na direção da amiga.

  – Se você não tiver passado, tenta de novo em uma próxima oportunidade. E de novo. E de novo. Você vai conseguir! – ele a motivou.

  Ela respirou fundo, assentindo. Abriu o envelope e puxou o papel de dentro. Quando fez o teste, só pensou em realizar seu sonho de infância e viver em cima das passarelas, não pensou na possibilidade de sequer não poder assinar o contrato com a agência. Porém, viu tantas pessoas boas e bonitas quando voltou para a sala de espera que começou a pensar na possibilidade de não ser a escolhida. A Creative Models era uma agência exigente.

  Agora, só pensava nisso enquanto desdobrava o papel contendo as palavras que definiriam seu futuro.

  – Hoseok, eu estou nervosa, leia para mim – Sejeong jogou o papel no colo de Hoseok, virando o rosto para o lado.

  Hoseok hesitou, mas pegou o papel e abriu.

  Sejeong espiou pelo canto dos olhos, mas não conseguiu ver nada pelos segundos torturantes que se passaram enquanto Hoseok lia a carta. Seu coração batia desesperado em seu peito, aguardando qualquer sinal de Hoseok.

  Quando Hoseok demorou demais, ela o fitou. O tempo desacelerou quando avistou o semblante apreensivo de Hoseok e sua mente começou a imaginar somente uma possibilidade. Desejava que ele estivesse fazendo uma brincadeira, que quando ele entregasse o papel ela veria as palavras mais aguardadas e veria a porta para seu sonho se abrir. Contudo, quando Hoseok esticou o papel e a entregou, sem dizer uma palavra sequer, as lágrimas já estavam presas em sua garganta.