Duenõ De Las Estrellas - Parte 3

Cap 74 - Um Aliado

Desde o instante em que Eelis despertou, durante toda a conversa que teve com Isaac, Andras conseguiu sentir perfeitamente cada uma de suas emoções pelo laço da Parceria, ainda Estava recostado contra as caixas na mesma posição desde que foi deixado sozinho naquela parte do barco.

Um pequeno sorriso ainda permanecia em seu rosto, pois agora tinha certeza que Eelis estava bem e em segurança, obviamente estranhou quando sentiu um misto de emoções entre "Medo, Preocupação, confusão e Receio"... Mas também sentiu alívio, calma e felicidade, como no momento em que o Ruivo viu seus dois sozinhos...

Não teria motivo algum para ele ficar feliz ali daquele lado da muralha se não fosse pelos sobrinhos, então foi dessa forma que soube que eles estavam reunidos.

Andras só parou de prestar atenção nisso quando ouviu a porta daquele "porão", abaixo do convés onde a carga, suprimentos e outros itens estavam armazenados, o que Andras tinha que reconhecer que era um bom meio de tortura, dependendo de quanto tempo eles mantinham as pessoas presas ali, já que ficavam cercadas de alimentos e não podiam comer nada, somente ver e sentir o cheiro.

Assim que a porta abriu, Andras já estava prestes a dizer a Rainha Mortal que a reunião dela tinha sido bem curta, mas viu que quem entrou ali não foi ela, e sim aquele guarda que sempre a acompanhava.

Inicialmente, nenhum dos dois disse nada quando ele parou diante de Andras, mas os olhos dourados e Brilhantes do Homem lobo desviaram para a pequena caixa que Jurian trazia embaixo do braço, ergueu uma sobrancelha quando disse:

Andras- Achei que "Minha Majestade" tinha ordenado me deixar sangrar.

Jurian- Eu deixei. - Respondeu sem ânimo algum, se abaixando na frente dele e colocando a caixa no chão - Ela não disse pra você morrer, ainda tem muito o que conversar.

Andras- que honra a minha. - forçou um Sorriso, viu Jurian abrir aquela caixa, onde continha algumas pinças, Bisturi e tesouras, agulha e pomadas, assim como frascos onde sentiu o cheiro de vinagre e álcool, por exemplo.

Jurian- Se você tentar me atacar, vou amordaçar você com outra dessas correntes - Disse, se referindo às que prendiam os pulsos de Andras, onde ele já nem "sentia" direito as queimaduras pelo ferro.

Andras escolheu não dizer nada dessa vez, olhou para o alto por aquela escotilha acima de sua cabeça, pela claridade do céu, já deviam ser 6 e pouco da manhã.

Jurian-... Aquilo que você disse é verdade? - Perguntou ao mesmo tempo que erguia um pouco a sua blusa, vendo o sangue seco prendendo o tecido contra a ferida, Andras fechou fortemente os olhos por alguns segundos enquanto a removia, mas pareceu sentir bem menos dor quando Jurian derramou um daqueles frascos sobre a ferida, já devia ter aprendido e se acostumado com isso ali nas Terras Mortais.

Andras-... Aquilo o que?

Jurian-... Você disse que já morreu uma vez. - Limpava a ferida em sua costela com uma firmeza além do necessário - Foi no sentido literal ou só Estava brincando?

Andras-... Vou deixar sua imaginação responder... Ai! - O encarou, logo que sentiu uma das agulhas dele começarem a fechar a ferida.

Jurian- Fica parado.

Andras- Eu por acaso pareço estar conseguindo me mexer?

Jurian- Fica quieto, Quanto mais cedo eu terminar, logo volto lá pra fora.

Andras- Ai! Pelos 7 infernos! Você já fechou uma ferida antes?

Jurian- Eu não, não sou médico.

Andras-.... Que caralho Tá fazendo aqui então?