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- Eu definitivamente preciso de férias! - anunciei enquanto me sentava no banco vazio do refeitório da faculdade.

- Eu preciso é trancar esse curso. - Manuella falou deixando o suco verde sobre a mesa. - Maldita hora que eu jurei que seria uma arquiteta de sucesso.

- Segura na mão de Deus...- Luiz cantarolou se sentando ao meu lado. - Como foi a mudança loirinha?

- Tudo nos conformes, bebê - murmurei deixando um beijo na sua bochecha - Nem me chamou pra noitada ontem.

- Você não me chamou para o seu apartamento. - rebateu fazendo uma careta - Que tal umas cervejas e pizza pra estrear o apê?

- Hoje não Lu, tenho que fazer um relatório do seu tamanho pra entregar amanhã. - falei recebendo um olhar julgador de Manuella

- Relatório amiga? - Manuella perguntou irônica. - Achei que você não negasse cerveja e pizza.

- Não estou negando, só adiando. - falei mostrando a língua pra ela.

Luiz me olhou de canto de olho mas se manteve em silêncio prestando atenção na conversa dos nossos amigos.

Não é que eu não queira o Luiz na minha casa, muito pelo contrário, só não estou a fim de ouvir uma enxurrada de reclamação sobre eu estar morando com um homem.

Tentaria engambelar o Luiz até achar um jeito mais amenizado para contar a ele esse pequeno fato da minha vida.

Passei os olhos pelo refeitório e acabei encontrando um certo encosto chamado Felipe me olhando enquanto conversava com seu amigo.

Revirei os olhos e voltei a focar na conversa que rolava na minha rodinha.

- Com lubrificante entra muito mais fácil. - Manuella falou com o tom mais inocente do mundo

- Mano, não são nem onze da manhã e você já tá falando putaria. - murmurei pegando um pedaço de melancia da bandeja do Luiz

- E por acaso tem hora para falar de coisa boa? - perguntou ela me olhando - Notícia ruim vem a toda hora, não é mesmo?

Revirei os olhos e terminei de comer a fruta que estava na minha mão tentando não rir do contexto da conversa que rolava na roda.

Dei uma pequena ajeitada na minha bolsa que estava sobre o banco e me deitei repousando minha cabeça sobre ela, recebendo um carinho de Luiz logo em seguida.

Fechei os olhos aproveitando a sensação de receber um cafuné feito com muito carinho.

- Acorda minha gata. - a voz de Luiz se fez presente

- Acordar o que cara, nem tô dormindo - murmurei ainda de olhos fechados

- Faz vinte minutos que você tá dormindo, Maitê - Luiz falou me fazendo abrir os olhos

- Eu acabei de fechar os olhos, Luiz. - reclamei pagando o celular que estava em sua mão conferindo a hora - puta merda, eu tinha que ter saído a dez minutos.

Apartamento 407Onde histórias criam vida. Descubra agora