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O alívio ao chegar em casa depois de mais um dia totalmente exaustivo chega a ser um pouquinho reconfortante.

Tranquei a porta da sala e deixei a chave sobre a mesinha de canto, aproveitei para chamar o nome do embuste do Felipe só para ter certeza que ele não estava em casa.

Tirei o meu salto deixando-o de canto ao lado da mesinha, caminhei até o meu quarto jogando minha bolsa na cama.

Fiz um coque frouxo no meu cabelo e peguei a mesma camiseta da noite anterior mudando apenas o short do pijama.

Conectei meu celular no carregador e fui para o meu banheiro em busca de um banho relaxante.

- Mas é uma porra mesmo viu. - chiei ao perceber que água que caia do chuveiro não iria esquentar tão cedo.

Bufei voltando a me enrolar na toalha mais uma vez, peguei os meus produtos para banho e fui até o banheiro social ligando o chuveiro conferindo a temperatura da água.

Por sorte a água estava quente, o que me fez suspirar aliviada, odiaria ter que tomar banho gelado.

Acionei a Alexa que estava na estante da sala pedindo para ela tocar minha playlist de banho.

Me concentrei em lavar o meu cabelo que já estava começando a ficar o puro óleo, passei a máscara de hidratação e lavei meu rosto com o sabonete facial.

Com certeza esse produto foi minha melhor aquisição dos últimos meses, meu rosto se encontra com zero espinhas, diferente de alguns anos atrás.

Enxagüei meu rosto e removi a máscara do meu cabelo, finalizando o meu banho perfeito e terapêutico.

- Alexa, pare. - a voz na sala me fez ficar alerta.

E então a porta do banheiro foi aberta me fazendo soltar um grito de susto ao perceber que eu ainda estava sem toalha.

- Que porra você.....- Felipe disse irritado ao me ver.

- Sai daqui caralho. - gritei puxando a toalha do gancho com força.

Felipe xingou enquanto se virava me deixando sozinha no cômodo, me enrolei na toalha e olhei ao redor do banheiro procurando por minhas roupas.

- Burra do caralho. - falei para mim mesma ao perceber que havia deixando as roupas no meu banheiro.

Respirei fundo e abri a porta rapidamente, por consequências da vida eu acabei trombando com o Felipe que estava encostado no batente da porta.

E só então reparei que ele também estava só de toalha deixando o seu peitoral e seu tanquinho de fora, me perdi por alguns segundos olhando suas tatuagens.

Forcei meu olhos a encararem seu rosto torcendo para eles não vacilarem e darem uma pequena espiada no seu corpo.

Filho da puta gostoso!

- Que porra você tá fazendo aqui? - perguntei por fim.

- Eu moro aqui, garota! - respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Você ia invadir o meu banho? - perguntei sentindo o ódio subir - Seu nojento do caralho!

- Que porra de invadir o seu banho, tá maluca? - perguntou me fuzilando com os olhos - A porra do chuveiro do meu quarto tá gelado, então eu vim tomar banho no daqui, te chamei mas você não respondeu então pensei que você estivesse no seu quarto.

- Você não ouviu o barulho do chuveiro? Como você simplesmente sai abrindo a porta das coisas sem saber o que tem dentro? - perguntei mais uma vez.

Felipe me olhou com a maior cara de tédio, como se eu tivesse dito a coisa mais idiota do mundo, o que me fez ficar com mais ódio desse otario.

- Como que escuta alguma coisa com o volume da Alexa no máximo? E outra, por que caralhos você tá tomando banho com essa merda destrancada? - foi a vez dele me perguntar enquanto cruzava os braços sobre o peito.

- Achei que você tava sem a porra da chave! - falei revirando os olhos. - não imaginei que você fosse invadir meu banho, aliás, como você entrou aqui?

- Fiquei te chamando e tocando a campainha igual um otario lá fora esperando você abrir a porta pra mim... - ele começou a se explicar.

- Eu não ia abrir a porta pra você, iria abrir pro Lucas. - ironizei cruzando os braços.

- Muito obrigado pela parte que me toca. - ele debochou entrando no banheiro. - Já pode se retirar.

- Os incomodados que se mudem meu filho. - falei observando rapidamente os músculos de sua costa sob suas tatuagens. - E você pode ir o mais rápido possível.

- Pelo visto a única incomodada aqui é você. - retrucou se virando para mim.

E antes que eu pudesse responder o infeliz fechou a porta na minha cara me deixando com a maior cara de tacho.

- Eu te odeio. - falei alto para que ele pudesse escutar

- Não se preocupa, o sentimento é recíproco! -

Respirei fundo e só então me lembrei de que ainda estava só de toalha do corredor do apartamento.

Pisei fundo em direção ao meu quarto, me troquei rapidamente e me sentei no puff indo para a minha segunda terapia: secar o cabelo.

Passei uns bons minutos secando meu cabelo e ao finalizar passei um óleo reparador de pontas, só pra conseguir manter ele durante a semana.

Guardei meus produtos em seus devidos lugares e me joguei na cama aproveitando para tirar meu celular do carregador.

Li um pouco das anotações que as meninas me enviaram, passando tudo pro meu caderno.

Resolvi dar uma organizada nas plantas de alguns projetos da empresa que eu faço estágio, e se Deus quiser em breve, serei uma das melhores arquitetas daquela empresa.

Não demorou muito para a lombriga que habita em mim começar a gritar indicando que eu precisava me alimentar.

Me arrastei para fora da cama me preocupando apenas em colocar uma meia nos pés antes de calçar um chinelo.

As luzes do corredor estavam acesas mas nenhum sinal do mal amado no apartamento, o que me fez suspirar aliviada.

Ativei a Alexa para tocar minha playlist e comecei a fazer minha janta, de centavos já que eu nem se quer consegui fazer uma compra descente no mercado.

Separei os ingredientes para fazer um macarrão de molho branco e me sentei na bancada de mármore enquanto esperava a água começar a ferver.

Vasculhei as minhas redes sociais procurando por algum entretenimento mas no fim acabei colocando mais um desenho na Netflix.

Apartamento 407Onde histórias criam vida. Descubra agora