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{{{{{ Felipe Melloni }}}}}}

- Tô te falando parça, a mina é maluca. - disse mais uma vez enquanto estacionava o carro no estacionamento do mercado.

- Po, mas é foda também né. - Lucas falou saindo do veículo. - Você invadiu o banho da mina e ainda viu ela sem nada.

- Contra a minha vontade, como eu ia saber que ela ia ta tomando banho no banheiro social e com a porta destrancada? - perguntei entrando no supermercado.

- Porra, meu sonho encontrar a Maitê sem nada no meu banheiro. - Lucas falou suspirando com um ar de inocência. - Com todo o respeito.

- Vai se foder cara. - murmurei tentando não me lembrar da visão do corpo daquela perturbada. 

Conhecia a Maitê de alguns roles e amigos em comum, porém nunca tive um interesse nela, muito menos vontade de conversar mais que duas palavras com ela.

Foi loucura pra caralho achar que daria certo a gente dividir o apartamento, mas nem fodendo que eu voltaria para a minha casa.

Tava foda aguentar meu pai jogando tudo na minha cara enquanto meu irmão debochava de toda a situação da minha mãe.

Sabia muito bem que a Maitê também desfrutava de uma certa indiferença comigo, então seria mais fácil dividir o espaço com ela do que com qualquer outra maluca.

Fora que também ia ter uma fofoca do caralho envolvendo meu nome caso alguém descobrisse sobre a gente estar morando junto.

- Tá dormindo aí parça. - Lucas falou me tirando da minha linha de raciocínio.

- Tô cansadão mano. - murmurei pegando dois fardos de cerveja.

- Nem me fale, o Igão jogou na roda futebol na sexta e surf no sábado. - comentou empurrando o carrinho. - Tu vai em qual?

- Caralho em, Igor tá achando que a gente virou o que? Atleta? - perguntei irônico

- Você eu não sei, mas eu com certeza sou. - afirmou sorrindo

- Falta muito pra você chegar no meu nível, parceiro. - debochei

- Sou melhor que você viado, nem da pra comprar. - disse ele. - Você tá muito pequenininho ainda.

Neguei com a cabeça e voltei a colocar as coisas no carrinho enquanto o Lucas tagarelava sobre uma garota qualquer.

Apesar de terem me dado essa fama de pegador e os caralhos, o Lucas é o único e verdadeiro galinha do grupo.

Conheço os moleques desde novinho, papo de 1º ano do ensino fundamental e desde sempre eles foram minha família da rua.

O Igor é o mais centrado do grupo, estuda educação física e quase sempre obriga a gente a fazer uns esportes com ele.

Bagulho chega até ser maneiro, quando eu não tô cansado pra caralho.

Lucas é praticamente uma criança, mimado e brincalhão. Coisa mais difícil do mundo é ver esse moleque falando sério.

Apartamento 407Onde histórias criam vida. Descubra agora