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///// Maitê Campos /////

Sabe aquela sensação de que depois de ir ladeira abaixo, absolutamente nada pode piorar? Pois é, sempre pode piorar.

Lar doce lar! Era só isso o que eu queria dizer ao chegar em casa depois de mais mais um dia super estressante.

Mas para variar ainda tinha que organizar o novo apê em que eu iria morar, desempacotar caixas e organizar minhas coisas.

1 mês após eu ter conquistado a minha tão sonhada independência, meu lindo e pequeno apartamento me deixou na mão.

"Risco de desmoronamento" essa foi a bomba que estourou na minha frente quando eu finalmente tinha me adaptado a vida sozinha.

A um mês atrás o síndico do meu antigo prédio enviou uma notificação para todos os moradores, aquilo foi literalmente uma ordem de despejo.

Aparentemente a prefeitura fez a vistoria no prédio e constatou que o prédio estava inepto para moradia.

Tive que me virar nos 30 pra conseguir achar um novo lugar bom para morar e que coubesse no meu orçamento.

E como uma luz branca no fim do túnel, eu encontrei o apartamento perfeito através de um anúncio no Instagram.

Consegui marcar a visita uma semana depois e tchan, negócio fechado! Me apaixonei pelo apartamento assim que eu vi ele.

Peguei as chaves com o proprietário hoje de tarde, antes de eu ir para o trabalho.

- Caralho Maitê, de onde surgiu essas tralhas todas? - Manuella perguntou tirando um vaso de cerâmica da caixa

- Para de falar mal das minhas coisas, garota. - falei abrindo mais uma caixa

- Por mim essa caixa toda aqui. - falou tirando a caixa do sofá - iria pro lixo.

- Relaxa cara, vou doar algumas coisas. - falei indo guardar as louças da caixa na cozinha

- Você falou com a tia? - Manuella perguntou

- Não. - respondi já sabendo o que viria a seguir

- Você tem que falar com ela, Maitê. - começou - ela deve estar achando que você está morando debaixo de alguma ponte agora.

- Tem certeza que você não é filha dela? - brinquei - tão até fazendo drama igual.

Manuella Garcia é minha melhor amiga, nascida e criada comigo e por consequência é uma das únicas pessoas que consegue me fazer mudar de ideia.

- Tô falando sério, Maitê! - bufou deixando a cerâmica sobre a mesinha de canto - ou você fala com ela ou falo eu!

- Não tem o que falar, Manuella. - falei já cansada desse assunto - ela não gostou daqui, e eu não vou mudar ou voltar pra casa dela só porque ela não gostou.

- Mas você nem se quer avisou que pegou as chaves hoje. - ela insistiu

- E isso iria mudar o que? - perguntei terminando de guardar os copos - ela vai continuar não gostando daqui, não vou forçar isso.

Apartamento 407Onde histórias criam vida. Descubra agora