dia 1

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Eu acordei como fazia todas as manhãs, na expectativa de te encontrar enrolado ao meu lado.
Mas quando me virei, a cama estava vazia e tu estavas longe de ser visto.
Eu quis acreditar, dizendo a mim mesmo que estavas apenas a cozinhar o pequeno-almoço ou a tomar banho. Mas a falta de ruído em todo o apartamento deveria ter-me dissuadido, e peço desculpas. Eu deveria ter sabido. Eu deveria ter-te parado.
Quando eu finalmente me levantei da cama o silêncio na casa enerva-me, isso foi quando os nervos começaram. Senti-me tonto a andar pelo apartamento à tua procura, os meus joelhos ficavam mais fracos a cada passo que eu dava.
Eu acho que caí de joelhos no momento em que te encontrei. Chorei muito. Os meus olhos ardiam com águas venenosas e o meu coração bombeava com veneno ao ver-te. Mas eu não te culpo, eu nunca o farei. Eu culpo-me a mim.
Eu nunca vou ser capaz de recuperar daquele dia ou apagar a imagem do teu corpo imóvel e frio deitado no chão. Isso assombra-me todos os dias e todas as noites.
Eu fiz a única coisa que eu poderia fazer, chamei a ambulância. Eles chegaram ao apartamento em poucos minutos e levaram-te para longe de mim.
Eu era incapaz de me mover, bem como Michael e Calum. Foi Michael que guiou o carro, atrás da ambulância, enquanto eu chorava silenciosamente para mim mesmo no bancos de trás.

Eu não quero acreditar nisto.

99 days without you [lashton]Onde histórias criam vida. Descubra agora