flowers

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Eu juro que vale a pena! — Sophie segurava Taylor pela mão enquanto passava pelas árvores que cobriam o lago no centro da cidade. 

Taylor não havia conseguido levar Sophie para sair naquele mesmo dia. Ela não podia sair mais cedo da cafeteria, ou algo do tipo. 

Ela começou a ir todos dias ao lugar, pegava um café e conversava um pouco com Sophie porque aquilo fazia ela se sentir mais humana e menos celebridade. Levou quase uma semana para ela conseguir sair com a francesa de verdade. 

— Eu espero que você não seja uma assassina.

— Em minha defesa, você que me chamou — Sophie riu e deu um gritinho alegre ao ver que finalmente chegou ao seu destino. — Chegamos!

Taylor sorriu e sentiu uma calmaria que aqueceu seu coração ao ver o lugar.

O lago tinha pedras e flores ao seu redor, decorando o lugar como uma pintura do paraíso. Taylor não ouvia o barulho da cidade mais. Não ouvia nada além do canto de pássaros, a voz suave de Sophie e seu próprio coração batendo.  Era como uma imagem de seus sonhos mais impossíveis.

— Sophie, esse lugar é lindo! — Taylor sorriu, agarrando a mão da francesa novamente. — Eu poderia escrever milhares de músicas aqui.

Sophie sorriu com a reação de Taylor. Ela nem imagina que naquele exato momento, as pequenas engrenagens dentro do cérebro de Taylor já viravam e reviravam enquanto ela escrevia uma música em seus pensamentos. 

Sophie esticou o pano que levou no chão e se sentou, chamando Taylor para se sentar com ela. Taylor o fez e tirou o caderninho de sua bolsa na mesma hora. Sophie a observou com olhos curiosos enquanto a caneta de Taylor passava furiosamente pelo papel, como se Taylor quisesse despejar as palavras ali para tirá-las de sua cabeça.

Taylor finalmente parou de escrever e olhou para Sophie, que a encarava incessantemente. 

— Esse lugar te inspirou mesmo, né? — Sophie brincou, soltando uma risada.

Abriu a caixinha de muffins que tinha levado, pegando um para si e dando um para Taylor.

— É pra comer — Sophie falou. — Sei que não comeu nada ainda.

Taylor franziu o cenho ao olhar para a garota.

— Como você sabe? — Ela questionou, relutantemente pegando o bolinho da mão de Sophie.

— Eu apenas sei.

Taylor realmente não queria. Ela não sentia fome de verdade há um tempo. Às vezes, comia porque precisava, mas acabava se sentindo culpada ao olhar por tempo demais para uma foto ou para seu reflexo. Ela apenas mordeu o muffin porque Sophie a olhava com seus olhos penetrantes demais para serem ignorados.

Taylor se sentia um pouco confortável demais com Sophie. Logo uma pessoa que ela conheceu há literalmente uma semana atrás, e isso não deveria ser bom. Ela não deveria continuar confiando nas pessoas tão rapidamente.

— Taylor, por que você achou que não tocava mais em rádios? — Sophie perguntou depois de um momento de silêncio.

—Bem, hm... —Taylor apertou os lábios, pensando se realmente responderia. — Editaram uma ligação e agora me odeiam. — Taylor sorriu no final da frase, como se aquele assunto não a fizesse querer entrar dentro de uma caverna para sempre, diminuindo todo o acontecimento.

Sophie ergueu a sobrancelha. Não deve ser só isso, certo?

— Só por isso? Uma ligação? — Sophie perguntou, rindo um pouco.

Taylor olhou para ela — encarou os olhos azuis por tempo demais. Sophie balançou a cabeça, silenciosamente pedindo para que Taylor continuasse a falar.

— Podemos mudar de assunto? — Foi o que ela disse. Sophie não quis insistir.

Taylor olhou para o lago e sorriu de canto. Sophie a encarou totalmente confusa quando Taylor simplesmente se levantou e tirou o casaco e as botas. A francesa, porém, desviou o olhar quando viu Taylor tirando a camiseta e a calça.

— O que você tá fazendo? — Ela perguntou, suas mãos cobrindo seus olhos e suas bochechas vermelhas.

— Vou tomar um banho, ué! — Ela exclamou, e Sophie pode ver o sorriso em seu rosto mesmo de olhos fechados. — Abre os olhos, idiota.

Sophie tirou as mãos do rosto e viu Taylor usando apenas as roupas íntimas. Ah, pelo menos ela não está pelada, Sophie pensou, ainda se sentindo envergonhada.

Taylor se aproximou da ponta do lago e entrou. Deu um gritinho e começou a rir ao sentir a temperatura fria da água. Sophie sorriu com a imagem. Era difícil olhar para ela se animando com a água de um lago e pensar que metade do mundo a odeia, agora.

— Entra também! — Taylor gritou para Sophie, que apenas a admirava. — Por favor!

Sophie suspirou, sabendo que não ia resistir. Ela começou a tirar as roupas — Taylor não pode deixar de notar que seu rosto ficou todo vermelho ao perceber que estava encarando demais — e depois entrou, se arrepiando ao sentir a água gelada contra o corpo quente.

— Eu não sei nadar — Sophie decidiu que o melhor momento de dizer isso era quando a água já batia quase em seu pescoço.

— Velha desse jeito? — Taylor brincou, balançando a água com as mãos.

Sophie fez uma falsa cara de ofendida e jogou a água no rosto de Taylor. Taylor riu alto e jogou água de volta.

Taylor não tinha percebido isso naquele momento, mas essa foi a primeira vez em meses que ela se sentiu verdadeiramente feliz.

exílio, taylor swiftOnde histórias criam vida. Descubra agora