capítulo 6

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Aprender com a vida é bom, mas aprender com a Srta. Klein é melhor ainda.

O dia da tão esperada feijoada chegou....

Calvin fez a mesma maldade que fiz com ela no domingo passado. Serviu-se de um prato gigantesco de feijoada, arroz, couve e farofa e foi comendo sem esboçar reação alguma. Eu estava achando uma delícia, mas vai saber, né? A cozinheira era ela.

Fiquei apreensiva durante todo o almoço, que realizamos na minha sala nova, com mesa nova, pratos novos, talheres novos... Certo, isso me fez ficar contente, tirando a angústia que sentia ao esperar suas críticas. Precisei fazer mais caipirinha, pois nem ela e nem eu paramos em um copo só. Tudo bem, fiz mais fraca, colocando mais gelo do que cachaça.

- Ai, meu Deus! - Gritei quando ela deu a última garfada. - Esqueci de fazer uma
sobremesa! Que droga! Como sou tapada!. Dei um cascudo na minha testa.

Ela gargalhou.
- Não se preocupe, Soraya, tem pudim de morango lá em casa... Você vai amar o meu pudim.
Acrescentou um sorriso malicioso.

Encarei-a. Os três copos de caipirinha me fizeram dizer.
- Aposto que sim. Deve ser bem firme o seu pudim.

Calvin sorriu ainda mais amplamente.
- Vai sentir a consistência mais breve do que imagina - falou baixinho.
- Vou lá buscar.

Agarrei o seu braço. Ok, eu estava ficando bêbada.
- Não! Primeiro me diga o que achou da feijoada!

Ela segurou a mão que a tocava. Depois a alisou devagarzinho, sem desviar os olhos de mim. Não ousei me mexer. Seus dedos percorreram o meu antebraço e foram subindo até os meus ombros. Circularam o meu pescoço, e continuei sem me mexer. Só percebi que um rastro quente de desejo foi deixado na minha pele quando a maldita parou de me tocar.

- Trabalho em um restaurante que serve pratos típicos de diversas regiões do país. Os caras são muito bons... - Senti o meu corpo congelar. Sabia que ela ia me criticar pesado. - Eu me espelho neles, na verdade. Não me olha desse jeito, Soraya...

Resfoleguei.
- Desculpa, é que estou nervosa!
Sorriu. Senti o meu rosto corar.

- Não fique nervosa... Só mordo se me pedir. - Sussurrou. Minha calcinha deu uma vibrada, e a cor do meu rosto não deve ter melhorado muito.

- Você está me enrolando! Diga logo!

Gargalhou. Calvin se levantou da cadeira e puxou a minha mão, obrigando-me a levantar também. Fiquei a observando feito uma retardada.

- O que eu quero dizer é que esses filhos da mãe que passaram anos estudando sobre comidas típicas ainda não conseguiram fazer uma feijoada tão saborosa quanto a sua, Soraya.
O vermelho do meu rosto deve ter dado lugar ao branco.
- Estou impressionada!

- Ah, Calvin! - Não resisti. Simplesmente me atirei no pescoço dela. Dei-lhe um abraço forte, com direito a um quase sufocamento. Ela revidou o abraço, envolvendo seus braços firmes na minha cintura.

Achei que pudesse derreter feito açúcar misturada em água. A minha vizinha gostosa começou a rir sem pausas; Calvin realmente tem um senso de humor tão grande quanto ela.

- Acho melhor você me largar, não posso usar o meu sangue para outra coisa além da digestão. Desse jeito vou ter um AVC.

Envergonhada, a larguei bem depressa. Quando menos percebi, estávamos rindo da situação.
- Quero provar do seu pudim!
Falei em meio a risadas.

Rimos ainda mais, porque a gente tinha a capacidade de imaginar tudo no duplo sentido. Quer dizer, eu tinha entrado na onda dela de cabeça.

- Vou pegá-lo, mas preciso de um banho antes da sobremesa. Estou meio suada.
-Você espere?

A safada do 105 (Versão Simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora