capítulo 2

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Casa nova, vida nova, problemas novos...

Passei a manhã e a tarde inteira organizando os móveis, que ainda estavam na caixa, pois os havia comprado durante a semana. Não tinha onde guardá-los na antiga casa, não sem causar verdadeiro rebuliço, portanto deixei mesmo para o último instante. As entregas foram realizadas gradativamente, e ainda tinha muitas coisas a caminho. A minha cozinha estava incompleta, bem como a sala de estar. O único cômodo pronto de verdade era o quarto, composto pela minha maravilhosa cama de casal (só para mim!) e o meu guarda-roupa cor-de-rosa com seis portas (só para as minhas roupas!).

O meu banheiro também estava pronto. Espalhei sabonetes decorativos na pia e nos diversos compartimentos do móvel novo que comprei para colocar toalhas e alguns produtos de higiene. Ficou uma maravilha, tudo branquinho e na cerâmica... Ai, como adoro banheiros limpinhos e cheirosos! Era impossível ter um daquele antes, pois meu irmão adolescente é um moleque que não sabe usar nada sem sujar de um jeito irreparável.

Nunca fiquei tão feliz em fazer cocô. Sério, mal dava para acreditar quando fiz a minha estreia sensacional no meu próprio banheiro. A alegria não coube em mim, e me vi rindo sozinha enquanto caga... defecava. Enfim, vou mudar de assunto, a coisa está ficando meio nojenta.

Fiz uma limpeza geral ao som de duda beat. A casa não estava tão suja assim, mas guardava um pouco do cheiro do antigo dono. Queria que a minha casa tivesse o meu cheiro e, mesmo sabendo que levaria um tempo, aquela limpeza inicial seria muito necessária para que atingisse os meus objetivos.

No fim da arrumação, achei que o cafofo já estava com cara de casa, afinal. Não poderia receber os amigos ainda, pois estava sem sofás ou qualquer lugar onde pudessem se sentar, mas para o meu dia a dia estava ótimo. O meu lar precisava primeiramente me receber, depois que receberia os outros. Tudo tem seu tempo. Além do mais, era uma ótima desculpa para não receber nenhum membro da família. E isso era uma notícia muito boa.

Organizei as minhas roupas no armário com a maior dedicação possível. Retirei lençóis e edredons novos, com cheirinho de limpo. Fiz tudo com tanta dedicação que me esqueci totalmente de comer. Quando fui sentir fome eram quase sete horas da noite. Não sabia onde arranjaria comida tão tarde em um dia de domingo, por isso me lembrei da minha vizinha.

A senhorita Calvin Klein.

Ela poderia me dizer se tinha alguma pizzaria ou delivery por perto. Só esperava não encontrá- la usando apenas cueca de novo. Não estava tão preparada assim para mais doses de sedução e sacanagem. A mulher era doida, mas eu precisava me acostumar com ela rápido.

Não tenho preconceitos ou comentários depreciativos para fazer, por mim ela pode

realizar as suas orgias dentro de casa, com direito a quantas mulheres quiser, não vou me incomodar. Não sou nenhuma mulher quadrada que fica horrorizada com a sexualidade alheia, cada um faz o que quer da própria vida e do próprio prazer. Considero-me uma pessoa bem mente aberta. Tanto, que às vezes sou confundida com uma tapada lesada.

Saí da minha casa e logo senti um frio absurdo. Não sabia que a brisa fresca da manhã se transformaria em um vento frio irritante, mas não achei de todo ruim. A minha antiga casa era naturalmente quente, não sei se o inferno era ali ou se havia algum outro tipo de explicação, mas às vezes o tempo estava bom e a casa continuava abafada, cozinhando-nos como pedaços de carne bovina.

Sorri ao descer o degrau da minha varanda e subir o da varanda da vizinha. Não sabia o que esperava daquele novo encontro, mas estava um pouco mais preparada para eventuais surpresas. A mulher era gostosa e voluptuosa. Além de muito safada. Ficava jogando indiretas... Enfim, eu precisava me acostumar com o seu jeito safada de ser. Ela era nova, talvez até mais do que eu, precisava mesmo curtir a vida e dar em cima da vizinha novata.

A safada do 105 (Versão Simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora