Conexão Inesperada

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Depois de adentrar quilômetros floresta adentro pude ver a iluminação se tornando maior, nos avisando que chegamos em casa. Os meninos estavam animados, conseguimos cumprir com nossa responsabilidade, ferimos lobos fortes e isso nos dava vantagem, evitaria ataques inesperados por alguns dias.

Quando nos aproximamos da casa do clã um garoto se aproximou, ele parecia ter pouco mais de 15 anos, eu sentia a ansiedade circulando em seu sangue, tinha um cheiro amargo muito específico, seu sangue humano era incapaz de esconder o que ele sentia.

- Celine! - seu corpo se curvou em uma reverência rápida, odiava quando faziam isso. - Seu pai aguarda sua presença na Mesa Escarlate. - seus olhos vagaram rapidamente para Aiden que o encarava, parecia sentir o que o esperava então se afastou rapidamente para dentro da casa, não demorou muito para que ele fosse seguido.

Muitos humanos nos serviam na casa do clã, os humanos que viviam na nossa cidade sabiam o que éramos, a grande maioria nos servia com a esperança de um dia serem transformados, outros vinham de uma longa linhagem de servos onde sua única missão era ser uma bolsa de sangue infinita, isso agradava a maioria.

Era uma cidade pequena, porém aqui quem governava eram os vampiros. Nossa cidade poderia ser confundida por humanos como um pequena cidade do interior, então os que vinham de longe para viver aqui acabavam no fim descobrindo onde vieram parar, em sua maioria nunca mais iriam embora, ficavam para se tornam um de nós, nos serviam ou acabavam virando alimento rapidamente.

Tínhamos estrutura para manter a qualidade de vida humana, possuímos comércios, escolas, mercados, hospitais e até baladas que acabavam sendo agitadas quase todas as noites, tínhamos grupos que viajavam para cidades próximas apenas com a missão de trazer humanos para a cidade, nos finais de semana a cidade ficava lotada de turista que vagavam pelas ruas sem desconfiar do perigo que corriam. Mas a regra do clã era clara, não podíamos matar os turistas, pois isso poderia atrair atenção indesejada, não seria bom para nenhum de nós a cidade cheia de policiais e grupos de busca.

Abro a enorme porta de madeira e encontro meu pai sentada atrás de sua mesa, seus olhos encontraram os meus e um sorriso surgiu em seu rosto. 

- É bom te ver, querida! - vou em sua direção e o abraço apertado.

- É bom estar de volta.

Eu e os meninos ficamos semanas afastados nos arriscando em território inimigo, atacamos grupos distantes o suficiente e levariam semanas para registrarem todos os ataques. Nós invadimos vilas distantes da casa da alcateia, em grupos de menor número, conseguimos acabar com algumas centenas de lupinos, jovens transformados ou não a missão era clara, não deixar nada para trás. Ferir alguns lobos da casa alcateia foi um bônus em nossa missão.

- Sente-se, querida. Agora me conte como foi a missão. - ele parecia animado enquanto servia um copo com comida para mim.

- Foi um sucesso, seguimos por centenas de quilômetros a oeste antes de entrar no território, ficamos longe o suficiente para eles não perceberem nossa aproximação. Atacamos um grupo pequeno, de aproximadamente vinte membros, eles não tiveram nem chance - bebi um pouco do líquido do copo antes de continuar dizendo. - Não havia alcateias com menor número do que isso, não que fosse um problema. Aproveitamos o sangue dos não transformados e continuamos a invasão.

- Então foi um sucesso! - ele exclama.

- É claro, nenhum arranham. Você precisava estar lá para nos ver - ele gargalha.

- Seria uma cena inesquecível ver minha princesa tão imbatível.

- Sei que consegue imaginar o quão animado Aiden ficou. - seus olhos denunciavam que ele quase era capaz de visualizar a cena.