Capítulo 31-Cassino.

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Um táxi para na minha frente e a porta se abre. Uma leve apreensão toma conta de mim... A Bárbara sai vestida com um vestido elegante, sua câmera pendurada no pescoço como sempre, inseparáveis. A Allyson a encara com um olhar astuto. Minha guarda-costas parece avaliar a fotógrafa, responsável pelo nosso plano arriscado... Finalmente, a risada aveludada da Bárbara quebra o silêncio.

-Roupa legal. Bem diferente das aulas de salsa.

-Não havia fantasia de paparazzi na mala de viagem da esposa do Orion.

-Você sabe quem não teria gostado tanto assim.

-Minha esposa me ama em qualquer roupa, sabe. E não é da sua conta.

-Eu estava falando do nosso "alvo", darling.-A Allyson se contorce, bastante irritada.

-Não quero interromper a conversa mole, mas você não tem nenhuma outra... Escolta?

-Não se preocupe. Eles devem chegar a qualquer minuto, senhora musculosa. Os homens da Luisa já estão no local. Está vendo aquele colosso ali?-A Bárbara estica o pescoço na direção da Allyson. Mostrando a ela o grande hematoma, um lembrete de sua invasão na festa na casa da Luisa.-Eu devo isso a ele. Não se preocupe, o cara sabe sobre grandes valentões. Sua pequena protegida está segura.

-Vou continuar com minhas dúvidas, muito obrigada. Se alguma coisa acontecer com ela, vou considerá-la responsável. Quero dizer... Você terá que lidar com a Reagan mais do que qualquer coisa.-A Bárbara congela ao ouvir o nome da minha esposa, então faz uma careta sem nem mesmo esconder.

-Está tudo bem, ela é a razão de estarmos fazendo isso também, certo?

-Nós? A Letícia assumirá a maior parte do risco. E você nem tem certeza se o plano vai funcionar!

-Garanto a vocês que a Fiori estava flertando comigo no jantar dos candidatos. Portanto, há uma boa chance de que funcione. Eu deveria ser capaz de seduzí-la com sucesso... Pelo menos o suficiente para arrancar dela algumas confissões de flerte adolescente.

-Honestamente, se a Letícia fosse solteira e você também, não tente me dizer que você recusaria.-Bárbara bate no ombro da Allyson e pisca na minha direção.

-Muito engraçado, Bárbara. Você está examinando o lugar?

-A seu serviço.-Bárbara faz uma saudação militar a mim e a Allyson.-Já que minha presença não é requerida, me tornarei útil. Além do mais, é melhor se não formos vistas juntas.

-Espere. Qual é o seu disfarce, Bárbara?-Allyson pergunta.

-Terese Ludvigsen, uma fotógrafa de moda francesa que se parece um pouco comigo, por quê?

-Você tem certeza disso?

-Sempre.-A Bárbara se afasta para se aproximar de uma modelo não muito longe de nós. Eu a ouço se apresentar em francês. A jovem ri e aponta para a entrada, gesticulando para que Bárbara a siga. Então a Bárbara se afasta sem olhar para trás.

-Não diga a ela, mas estou impressionada. A garota está totalmente em seu elemento quando se trata de entrar em algum lugar.

-Com certeza. É melhor tê-la como uma aliada do que como uma paparazzi no seu pé... Acredite, eu sei.-Ao se aproximar da entrada, a Bárbara nada mais é do que uma sombra dançante do outro lado da rua. Vê-la assim me leva de volta às minhas memórias... Lembro-me das primeiras vezes que vi essa figura, na frente do hotel em Alcãniz ou em Nova York. A visão me apavorava. Hoje, sei que na verdade esconde uma aliada. Um pouco brincalhona, mesmo assim uma aliada!

-Letícia? Está tudo bem?

-Sim, desculpe, Allyson. Eu estava tendo um flashback. Não como a Reagan, mas... Estou bem.

Senhoras Fitscher | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora