A reunião havia terminado e Bruno não aguentava mais, ele teve que escutar diversos chefes administrativos e homens idosos falando em seu ouvido como ele deveria ser mais másculo, sendo a imagem da companhia. Que imagem um banco deveria ter? Ele era profissional, se importava com seus clientes, era prestativo e mantinha sua vida pessoal bem longe do seu trabalho. O que mais ele poderia fazer?
Ele sabia que eles só eram um bando de velhos preconceituosos que queriam vencer os competidores, mas ele já estava se esforçando ao máximo, competir contra Ítalo e André era difícil, principalmente quando André era exatamente o que esses velhos queriam que ele fosse, forte, bonito, másculo, extrovertido e sorridente.
Tudo que ele podia dizer que eles concordam é que André era bem baixinho comparado a Bruno, o representante e CEO da Bradesco era um homem alto e esguio, de pele pálida, longos cabelos negros que chegavam até a metade de suas costas e olhos azuis como safiras. Já André, era de estatura média e bem forte, pele morena e quente, olhos castanhos e cabelos cacheados escuros como a madeira mais negra encontrada nas florestas do norte com uma mecha vermelha. Ele sim, era a cara de um banco, a cara do Santander.
O CEO adversário na verdade era um conhecido de Bruno, quase um amigo pela forma amigável que eles eram um com o outro. Bruno tentava acalmar os nervos enquanto seguia até o estacionamento do prédio, ele tinha mais uma reunião nas próximas horas, essa sobre novas regras de segurança dentro das contas de grandes investidores de grandes bancos, e André estaria lá, além de Ítalo e Noelle. Todos eram grandes competidores dele, mesmo que a Nubank — o banco a qual Noelle era representante e CEO — fosse apenas digital.
Ela era uma pessoa animada e agitada, ainda mais que André, e com tudo que escutou na reunião anterior, Bruno estava ficando inseguro nesse meio, o medo saltava em seu peito como um pássaro preso em sua caixa torácica, ele focava na rua enquanto virava uma curva, em direção à próxima reunião no prédio da empresa de segurança dele e dos outros competidores.
Bruno não demorou muito para chegar ao destino dele, ele subiu até o 10° andar, sabendo que ainda faltavam em torno de 40 minutos para o horário da reunião e muito provavelmente os outros não haveriam chegado ainda, tendo a agenda tão ocupada quanto a dele. Ele se sentou num dos sofás e pegou seu celular, revendo a agenda de hoje, enquanto ele se organizava mentalmente, ele lembrou que havia uma máquina de café nesse andar, e como ele não tinha tomado nenhuma refeição o dia inteiro, pensou que seria bom tomar um café e talvez algum lanche antes de entrar para uma reunião tão séria.
Ele olhou em volta e não viu nada, então imaginou que estaria perto de um dos corredores vazios perto das estações de trabalho dos administradores no oeste deste andar. Ele cuidadosamente andou pelo corredor, não querendo atrapalhar o trabalho dos funcionários, logo vendo a máquina de café ao lado de uma grande máquina de lanches, ele pegou sua carteira e pagou por um machiatto além de comprar um pacote de biscoitos amanteigados.
Quando ele voltou à sala de espera, contente pelo café quente e o necessitado lanchinho, Bruno percebeu que a sala agora era ocupada por alguém.
— Boa tarde Sr. Neves, chegou cedo como eu? — André brincou, sorrindo para Bruno que logo retribuiu o gesto enquanto se sentava na poltrona ao lado do sofá maior que André ocupava, colocando seu lanche sobre a mesa baixa no centro.
— Sr. Neves? Essa é nova, nem os velhos da empresa me chamam assim. Só me chama de Bruno mesmo, André.
— Ah, mas qual é a graça de Bruno? Todo mundo te chama assim — ele riu enquanto o mais alto tomava seu café calmamente, se sentindo aliviado por finalmente comer alguma coisa naquele dia, sua agenda não estava muito cheia, e ele conseguiria aguentar essa e a próxima reunião até poder estar livre e realmente comer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois de tanto tempo || Baby eu ainda me lembro (Santander x Bradesco)
FanfictionSim, isso é uma fanfic sobre bancos nacionais humanizados, eu juro que não é tão ruim quanto parece. "Bruno é um homem jovem de 28 anos que é CEO e representante geral da sua agência de bancos, a Bradesco. Ele vive uma vida complicada, até que um...