You're getting tired of me (and all that I don't talk about)

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Bruno grunhe quando acorda e se levanta lentamente, sentindo os olhos pesados e o corpo dolorido de passar horas na mesma posição no dia anterior, ele se senta e demora alguns segundos para notar que, primeiro, está de manhã e, segundo, ele não lembra de subir para o apartamento depois de acabar dormindo no carro do André.

 Ele repentinamente se sente mais acordado quando olha em volta, seus sapatos e meias estão arrumados ao pé da cama, seu terno foi retirado e ele estava apenas com a sua camisa social azul bebê e a calça do conjunto do terno, o blazer, colete e a gravata estão dobrados em cima da sua cômoda, seu cabelo foi preso com um elástico de cabelo de cetim vermelho. Ele pega seu celular, já são quase onze horas e ele silenciosamente agradece que só entraria mais tarde no serviço, notando que tem mensagens novas, ele desbloqueia o celular e nota que são todas de André.

 "Oiseau, perdão, você dormiu e eu não quis te acordar até você já estar lá em cima" [01:36]

 "eu te acordei pra que você entrasse mas você só murmurou algo e me deu o cartão pra entrar então eu te coloquei na cama"[01:36]

"Desculpa por entrar assim na sua casa! Deixei remédio pra dor muscular na cômoda pra caso você ficasse mal"[01:37]

"Por ficar tanto tempo sentado e tudo mais haha ;)"[01:37]

"Por favor, descanse um pouco! Você trabalhou muito" [01:37]

 Bruno suspira e deixa o celular cair no colchão, se esticando ele pega o remédio separado e o toma, digitando um simples obrigado enquanto se levanta, quase desejando voltar a dormir mas se forçando a fazer um café da manhã e tomar um banho, se sentindo estranhamente envergonhado de ter sido carregado até seu quarto por André como se ele ainda fosse uma criancinha.

**

 — Como assim fazer companhia? André, você já veio aqui ontem, eu já te dei muito trabalho e eu tenho certeza que você deve estar cansado!

 Bruno sentia que estava discutindo com uma parede, André tinha chegado no final da tarde no escritório do mais alto, e por mais que Bruno gostasse da companhia, ele já tinha se envergonhado na noite passada, e André não deveria gastar seu tempo assim, Bruno já estava a dez minutos falando, mas André não o escutava.

 — Se você não me quer aqui eu vou embora então! — André choraminga de maneira exagerada. — já que você não gosta da minha presença!

 — Para com isso André, pode ficar, mas se você ficar aqui tanto vai estar gastando seu tempo. — Bruno suspira em derrota e vira para o seu notebook, voltando a focar no contrato que ele tem que assinar. — E você também tem que trabalhar, não é?

 — Eu tenho, mas é mais fácil se eu estiver aqui, trabalhar num escritório vazio e silencioso é um horror! — André sorri e se joga no sofá em que ele passou a tarde anterior. — Eu sou muito mais produtivo aqui, e você é muito bom na cozinha, nunca que eu ia perder essa oportunidade.

 Bruno acena com a cabeça e ri baixinho enquanto volta a rever contratos e responder clientes e patrocinadores, ambos trabalhando em um silêncio confortável de respiração e o baixo murmúrio de teclados e mouses. Horas passam antes que sequer tenha algum som na sala, além do silencioso barulho das teclas dos notebooks, esse sendo o som da frustração crescente de Bruno.

O trabalho de Bruno não deveria ser um trabalho muito demorado, assim, ele não teria que ficar muito tarde no trabalho. Bem, isso seria se ele não estivesse preso nesse mesmo contrato, algo não estava certo, ele releu as cláusulas três vezes e ainda parecia fora do normal, ele não poderia assinar isso se não tivesse certeza, e o seu administrador chefe estava ocupado com uma reunião agora, Bruno já estava desistindo, pronto para ficar o resto da noite e madrugada na empresa adiantando tudo o possível enquanto Carlos, seu administrador chefe, resolvia esse contrato depois de sua reunião. 

Depois de tanto tempo || Baby eu ainda me lembro (Santander x Bradesco)Onde histórias criam vida. Descubra agora