Hogsmeade pt.3

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N/T: Eu só dou trabalho, minha gente kkkk essa publicação virou fantasma ontem por motivos bestas que expliquei lá no perfil, então foi intencional tirar o cap do ar (ele tava completinho e no ponto de postar, mas resolvi fazer graça. Perdão!)

Capítulo 22: Hogsmeade parte 3

...

O restante da refeição foi feito em relativa paz e Harrison acabou gostando. Tom demonstrou interesse em aprender sobre seus estudos como Tecnomagos. Harrison usou os guardanapos para desenhar círculos mágicos básicos, explicando como eles funcionavam. Os olhos azuis de Tom se iluminaram de interesse e entusiasmo.

Depois de comerem, os dois adolescentes saíram do restaurante e foram para a livraria. Harrison sentiu os olhares sobre ele quase que imediatamente. Uma rápida olhada ao redor lhe disse que os outros alunos estavam parados ao lado, sussurrando entre as mãos. Seus olhares os percorriam de cima a baixo com profunda repulsa.

De alguma forma, eles ainda viam a homossexualidade como algo nojento. Apesar do fato de que as poções poderiam permitir que os parceiros tivessem filhos juntos. Os nascidos trouxas estavam influenciando o mundo deles de muitas maneiras. Harrison não era contra a presença de nascidos trouxas no Mundo Mágico. Eles traziam sangue novo para as linhas antigas. O que ele tinha problema era com o fato de eles tentarem mudar suas tradições e direitos.

Tom perguntou em um sussurro baixo bem próximo ao seu ouvido: "O que há de errado, Harrison?"

Harrison voltou a sussurrar: "Eles estão nos observando com nojo. Honestamente, o fanatismo neste país é positivamente nojento".

"A França é melhor?"

Harrison considerou a pergunta por um momento antes de responder: "Em sua maior parte, sim. Aqueles que têm nojo de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo tendem a esconder melhor. Demonstrar seus sentimentos dessa forma faria com que a maioria da comunidade perdesse o apoio da família."

Tom cantarolou, mas não disse mais nada. Em vez disso, ele passou o braço pelo de Harrison e o puxou para perto da livraria. Eles conseguiram entrar sem nenhum problema. Os aromas da livraria atingiram Harrison como um tijolo. O cheiro era de poeira, de uma forma que só os livros poderiam ter. Foi relaxante para o jovem.

Os dois garotos saíram dali e cada um foi procurar seus próprios livros. Harrison esperava encontrar um livro sobre Runas. Os livros sobre Runas estavam na parte de trás da loja, em um canto esquecido. Apenas um punhado de prateleiras continha algo que não fosse relacionado à escola.

Isso foi decepcionante. Ele esperava que a loja tivesse pelo menos mais livros do que os usados pelos alunos do sexto ano em outros países. Com um balançar de cabeça, Harrison se afastou dos livros decepcionantes. Dirigiu-se aos livros de Defesa, na esperança de encontrar algo interessante ali.

Mas acabou esbarrando quase que diretamente em Regulus Black, o irmão muito mais novo de Sirius. Eles estavam a poucos centímetros um do outro. Tão perto que Harrison podia sentir o cheiro da colônia do outro. Que diabos esse garoto queria? Eles eram próximos, por mais que tivessem idades próximas, sendo Regulus dois anos mais velho. Ou o fato de Sirius ser seu padrinho.

"O que você quer, Black?" rosnou Harrison, "Estou tentando fazer compras. Então, se você não se importa?"

Harrison tentou contorná-lo. Mas Black agarrou seu braço. O braço com a faixa laranja e preta. Ele congelou, seu olhar ficou gelado e o ar esquentou com sua raiva.

"Solte-me", sibilou Harrison em voz baixa.

Black não o soltou, mas se aproximou para sussurrar: "Eu sei o que você é, Potter. Você não pode esconder isso para sempre".

O que ele era? Isso fazia tanto sentido quanto o garoto que o estava encurralando. O que ele sabia que Harrison não sabia? Os olhos cinza-escuros examinaram seu rosto. A confusão se espalhou pelo rosto do garoto antes de se transformar em reconhecimento e ele começar a rir. O ar ficou ainda mais quente com o aumento da raiva de Harrison. Algumas pessoas começaram a suar e a olhar em volta, como se esperassem que um incêndio estivesse se espalhando pelo prédio.

"Ah, isso é demais", declarou Black, ainda quieto demais para que os outros ouvissem, "Você nem sabe o que é"

"O que você quer dizer com isso?" sibilou Harrison.

Ele estava perdendo informações cruciais e parecia que o garoto à sua frente as tinha. A essa altura, ele desejava que estivessem dentro das paredes do Nightingale. Ele tinha certeza de que Durant perdoaria o uso do Veritaserum. Informações como essa poderiam significar vida ou morte dentro de suas muralhas. E, como rei, Harrison tinha mais liberdade do que os outros alunos.

Black sorriu com a loucura brilhando em seus olhos agora: "Isso é precioso. Não, acho que não vou lhe dizer o que você é. O fato de você ainda não ter descoberto é uma bênção para o meu mestre."

Seu mest... Grindelwald. Só podia ser Grindelwald. Antes de saber o que estava fazendo, ele se desvencilhou do controle de Black. Sua magia estava instintivamente formando o Choque Elétrico na palma de sua mão. O CAD simplesmente agia como um condutor em vez do ativador que era antes.

Black soltou seu braço e sacou sua varinha, pronto para revidar se necessário. Por um momento, eles ficaram apenas olhando um para o outro. O único som era o crepitar dos relâmpagos entre as pontas de seus dedos. Um lampejo de interesse cruzou os olhos do garoto mais velho, mas ele não desviou o olhar de Harrison. Ambos estavam esperando que o outro desse o primeiro passo. E tinha sido um bom começo de dia para ele também.

"Você não pode se esconder para sempre, Potter", riu Black, "ele vai encontrar uma maneira de chegar até você".

Harrison não era estúpido. É claro que Grindelwald encontraria. Ele era o Lord das Trevas, pelo amor de Merlin. O importante era estar preparado para tudo. Em Hogwarts, as proteções o protegeriam da maioria das coisas. As chaves de portal eram a principal delas, mas aqui fora ele estava vulnerável. Agora que ele sabia que o Lord das Trevas estava atrás dele, podia se preparar para isso.

A única questão era o porquê. Por que Grindelwald estava atrás dele? O que ele havia feito que chamou a atenção do homem? Ou, mais precisamente, o que foi que chamou a atenção de Grindelwald? Ele sabia que era diferente. A faixa em seu pulso era a prova disso, mas ele não sabia o que significava. Ninguém sabia.

Ninguém, exceto o garoto à sua frente. A vontade de amaldiçoar Black era quase irresistível. Ele precisava de respostas e precisava delas agora.

"Harrison, você encontrou tudo... Black, o que você está fazendo aqui?" A voz de Tom veio de trás de Black.

Black se virou para que pudesse ver os dois. A Loucura Black estava brilhando em seus olhos e fez Harrison se lembrar de Bellatrix.

"Não se preocupe com isso, Riddle", disse Black, afastando Tom, "estávamos apenas conversando. Até mais".

Sem mais nem menos, a magia se dissipou e o ar esfriou. Black, então, girou em seu calcanhar e saiu da sala. Isso deixou Harrison inseguro e preocupado.

...

Tom estava preocupado com Harrison desde que Black saiu. Era óbvio que os dois haviam se falado antes de Tom chegar. Quando ele chegou, eles estavam a segundos de amaldiçoar um ao outro. Ele podia sentir o gosto da magia no ar pelo que eles estavam adiando. Sem mencionar o ar quente fora de época. Aquilo tinha que ser magia, mas nada como ele já havia visto antes.

Não. Isso não estava certo. Ele já tinha visto isso antes, mas somente no último mês. Todas as vezes, as emoções de Harrison estavam à flor da pele. Toda vez que ele ficava com raiva, o ar se tornava como uma sauna. Depois, houve o duelo deles na primeira noite. Algo estava acontecendo e Tom não gostava do fato de não saber o que era. Ele também não podia perguntar. Black não lhe respondia, nunca reconhecia o lugar de Tom na Sonserina e seguia Grindelwald.

Perguntar a Harrison. Ele fez uma pausa e olhou para o garoto mais novo. Os olhos verdes estavam vidrados, sem enxergar realmente nada do que passavam nas ruas. Perguntar a ele não adiantaria nada agora. Qualquer boa vontade que ele tivesse conquistado seria perdida se ele insistisse. Então, ele continuou andando.

...

Soul of fire (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora