Um simples café.

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Cheguei a casa. O curativo na minha mão fez o seu devido efeito, visto que consigo perceber a minha mão a lentamente se recuperar. Lá estava Naomi, claro, a minha espera.

-Bom dia, Riu.-Diz Naomi, logo que eu entro pela porta.
-Bom dia, Naomi.-Respondo, enquanto subo as escadas em direção a meu quarto.
-O que aconteceu desta vez?-Pergunta ela, quando repara nas ligas em minha mão.
-Eh, briga. O que mais seria?-Digo com uma risadinha.
-Melhor eu ir tratar da sua mão.-Diz ela, enquanto se levanta e anda na minha direção.
-Humhum.-Digo, enquanto me sento na minha cama. Naomi se senta ao meu lado e tira as ligas de minha mão.

Naomi então começa a tratar minha mão. Desinfetando e voltando a ligar o ferimento. Recebo então uma ligação. Olho para o meu celular, vendo uma ligação de meu irmão. Eu atendo

-Hm?-Digo.
-Ei maninha, queria te agradecer por mais cedo.-Diz ele, do outro lado da linha.
-Ah, foi nada.
-Quer vir tomar um café e um lanche comigo e com o Mikey? Temos assuntos para atualizar, após tanto tempo.-Diz ele
-Ah? Por mim pode ser.
-Encontramo-nos 16:15 no parque?
-Tá bom então. Te vejo lá.
-Até já.-Encerramos a chamada.

[...]

Já na praça, espero por meu irmão. Abano minha perna, claramente nervosa. Acho que todos estes anos sem falar com meu irmão foram um tanto quanto uma forma de afastar ambos. Olho para o relógio, 16:00. Ele deve chegar a qualquer momento. Ouço então uma voz atrás de mim. Me olho para ver meu irmão. Não sei o que me deu na hora, mas eu apenas o abracei. Sem mais nem menos, apenas um abraço. Consegui sentir que ele exitou por um momento, mas eventualmente me abraçou de volta.

-Eu sei que é uma reunião familiar e tals mas eu estou com fome-Diz Mikey. Eu não me havia apercebido que ele estava lá, mas ele estava. Me afasto do meu irmão
-Ah sim, vamos comer alguma coisa.-Digo, tentando manter a postura. Afinal, seria vergonhoso a tiger estar nervosa ou até mesmo envergonhada.

Seguimos caminho. Vamos para uma pequena cafeteria, estilo japonês. Nos sentamos em uma mesa, eu peço um capuchino e meu irmão pede um cupcake. Já Mikey, pede um Doryaki, um cupcake, um donut e um Milkshake. Sinceramente, Mikey parecia mais um buraco negro. Nunca esperei que alguém tão pequeno comesse tanto, penso.

-Então, como têm estado as coisas?-Diz Draken, me tirando dos meus pensamentos.
-Normal, coisas de gangue, como de costume, brigas e por ai em diante. E você?
-Basicamente a mesma coisa.-Ele revira os olhos
-Fazer o quê, acho que esta foi a vida que nós mesmos escolhemos.
-Concordo-Diz Mikey, com a boca lotada de comida. Ele parece uma criança!

Ouço um barulho atrás de mim. Me volto para ver 3 delinquentes entrar o café. Que porra! Nunca tenho paz. Eles se sentam numa mesa perto da nossa. Percebo uns olhares suspeitos vindos deles. Eles estavam muito inquietos, e volta e meia olhavam para nós. Reviro meus olhos, sabendo que provavelmente isso irá acabar de um jeito:Briga. Olho para Draken. Ele provavelmente esta pensando o mesmo que eu. Mas agora a pergunta é... quem são esses caras? Bem, parece que iremos descobrir em breve.

[...]

Acabamos nossos cafés. Draken paga,e então nos levantamos para sair. Meu irmão me contou várias coisas sobre o que aconteceu no tempo que estivemos separados, e eu também contei o que aconteceu comigo nesse tempo. Enfim, estávamos saindo, quando um dos delinquentes segura minha mão. Eu me volto e olho para ele. Ele aperta minha mão, a mesma mão do ferimento. Dói um pouco, eu queria me mover. Mas por algum motivo, eu paralisei. Talvez seja a dor do ferimento sendo pressionado, mas apenas sei que meu corpo não se moveu. Lá estava eu, paralisada. Meu irmão e Mikey dos meus lados. Meu corpo não se libertava daquela transe. Porra, que merda! Os delinquentes então se levantam.

-Olhem só, se não é a tão falada Tiger.-Diz o delinquente que segurava minha mão, com um sorrisinho.
-E-eu...-Não sei o que fazer. É a primeira vez que isso me acontece. O que é que eu estou a fazer? Se mexe, porra!

Eu tento pensar em algo que fazer. Mas apenas me ocorre... nada. Que merda... O delinquente então agarra meu braço. Não sei o que fazer. Mas antes que meu corpo reaja, Draken segura o braço do delinquente. Provavelmente ele se aperecebeu que eu estava totalmente imóvel, sem saber o que fazer.

-Solta.-Diz meu irmão, num tom um pouco sério.
-E porque eu o faria?-Responde o delinquente.
-Porque senão o fizer a bem, irá fazê-lo a mal.

O delinquente então deixa meu braço. Eu dou um passo para trás, olhando entre o delinquente e o meu irmão. Eu tenho de reagir... Se meu irmão não estivesse ali, o que teria eu feito? Finalmente meu corpo se liberta daquela transe. Não sei o motivo, mas a minha reação foi chutar o delinquente, e socar a cara de um dos seus amigos. Por um descuido, usei a mão machucada. Aquilo doeu, admito. Mas eu apenas queria sair dali. Meu peito apertando mais e mais, alguma coisa estava errada.
Então eu seguro Draken e Mikey, e os puxo para longe dali. Os delinquentes, sem reação, apenas nos olham, perplexos. Eu então entro em um estacionamento. Eu apenas me sento numa pedra, e olho para minhas mãos. Eu estava a tremer. Merda, merda! Essa não é a hora para isso.

-Riu, está... tudo bem?-Pergunta meu irmão.
-Eu uhm... Sim, sim. Peço desculpa, não sei o que deu em mim.-Minto. Eu sinto que estou a um passo de chorar. Mas eu não posso chorar aqui. Eu... Não posso permitir a minha fraqueza a se demonstrar.

Meu irmão apenas me abraça. Eu fico surpresa, porque novamente, era um acontecimento raro. Mas eu o abraço de volta. E, porra, eu sentia falta desse abraço.

-Eu sei que não esta tudo bem, Riu.-Susurra meu irmão.
-Eu....-Caralho, o que eu digo agora?-Eu...

Meu coração a acelerar. Eu não estava bem. Todos os stress estão a consumir-me aos poucos. Má la estava eu, novamente, no abraço de meu irmão. E, isso era o que eu precisava no momento.

The tiger🐅 (Tokyo Revengers)Onde histórias criam vida. Descubra agora