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— Wednesday Addams —

Trancada em uma dispensa com a sua ex esposa a qual você já traiu. Por que não, não é mesmo? Faz quase vinte minutos que estamos aqui sinto vontade de arrombar essa porta com Marília encostada nela, aliás, quero estrangular ela nesse momento.

— Bom... Talvez agora seja o momento para conversarmos... Estamos aqui, não é mesmo? -Enid tentou fazer como se essa situação fosse engraçada, mas não deu certo. Não ri disso, continuei encarando-a.

— Quer conversar aqui? -a mesma assentiu e se sentou no chão de frente pra mim.

— Vamos Wed, eu estou falando sério.

— Ok... Eu não sei o que se passou pela minha cabeça, entende? Sempre tive aquelas minhas recaídas em relação a como eu era, como me via, meu corpo e outras coisas. Quando saíamos e as pessoas nos encontravam na rua, elas sempre nos criticavam por estarmos juntas...

— Você sabe que nunca liguei para isso.

— Mesmo assim, Enid. Eu ligava quando deitava minha cabeça no travesseiro esses eram os pensamentos que me vinham na mente. Comecei a pensar que você estava comigo por causa da Lila, ou até por pena.

— Por que nunca me disse isso?

— Por vergonha, eu sempre era a problemática do relacionamento, era eu que sempre chorava, gritava, ou reclamava de algo.

— E a sua saída foi me trair? Trair a mulher que sempre esteve ao seu lado? Que sempre te apoiou e nunca lhe deixou não importasse o quão errado fosse as suas decisões?

— Mas... Mas você tem que... -tentei falar algo e infelizmente eu não tinha argumentos.

— Entender? Entender o que Wednesday? Já parou para pensar quantos relacionamentos eu tive depois de nós duas? Poucos, pouquíssimos. Diferente de você que nunca conseguiu ficar sozinha nem sequer um mês.

— Me desculpe, eu tenho esse problema...

— Você tem? -falou irônica. — Eu parei toda a minha vida porque ainda tinha esperanças de ficarmos juntas. Mas quando eu tentava falar algo de amar, você relembrar o passado... E lá estava Wednesday Frump Addams pisando no meu coração e saindo com um babaca qualquer.

— Eu sei que errei, errei ao escolher pessoas e errei com você!

— Comigo você não errou, comigo você não teve um pingo de consideração! Sabe o quão doloroso é isso? Eu... Eu ama você!

— Quer dizer que não me ama mais? -perguntei tentando conter as lágrimas.

— Não... Não amo. -falou rude de levantando. — MARÍLIA ABRA A PORRA DESSA PORTA, EU TENHO QUE SAIR! -gritou batendo na porta, ela destrancou e a mesma saiu enfurecida.

— Mas eu te amo! Eu contei para você isso porque queria me entregar novamente. -Corri atrás de Enid.
— Não sabe quanta falta faz aqui comigo, eu sei que fiz tudo errado. Me perdoe, por favor, me perdoe, Enid... -falei a puxando pelo braço.

— Agora é tarde demais. -puxou seu braço é saiu pela porta.

— Por favor... -sussurrei olhando seu carro sair.

— Mama... Vocês não se resolveram? -Lila apareceu atrás de mim com uma cara de medo.

— Não... Eu piorei tudo! -pensei alto e me virei para ela. Olhei em seus olhos e saí dali, subi as escadas e me tranquei no quarto.

Entrei no closet e comecei a procurar uma garrafa de tequila, me lembro de ter escondido ela ali há algumas semanas e seria hoje que eu tomaria ela todinha.

— Qual é o meu problema? Não consigo fazer nada certo! -me perguntei vasculhando no meio dos cabides. — Cadê essa garrafa? -mexi em umas blusas e achei. Abri a tampa e virei toda ela na minha boca.

Praticamente me joguei no chão ao me sentar no meio do closet. Deixei a garrafa de lado e tirei meu sapatos, amarrei meu cabelo em um coque e respirei fundo olhando para o teto.

— VOCÊ FAZ TUDO ERRADO, WEDNESDAY! POR QUE EU SOU ASSIM? -joguei a garrafa na parede ouvido o vidro se estilhaçar e o resto de tequila sujar o chão. — EU ESTRAGUEI TUDO, TUDO! -puxei meu próprios cabelos.

Depois de puxar meus cabelos e me xingar mentalmente, me estiquei no chão olhando para o teto. Todas as lembranças de quando eu e Enid estávamos juntas rodeavam a minha cabeça e claro, as lembranças com Thorpe também.

— Eu acabei de perder a mulher da minha vida, ela está certa. Quem sempre esteve ao meu lado? Quem sempre me apoiou? -falei sozinha percebendo o quão idiota eu tinha sido. — SUA BURRA, BURRA, BURRA! -bati com as minhas mãos no chão.

— Mama? Está bem? -Lila bateu na porta do quarto. — Abra a porta.

— ME DEIXE EM PAZ! -gritei limpando meu rosto. Me levantei no chão sujo de bebida e caminhei até a porta. — EU NÃO TENHO CORAGEM... Eu não tenho coragem de sair daqui...

— Por favor mama, eu sei que vocês vão se acertar. -falou do lado de fora do quarto.

— Não vamos, você ouviu sua mãe.. Ela não me ama mais...

— Ama sim, eu posso provar isso.

— Deixe as coisas como estão se você tentar fazer algo tudo irá piorar.

— Me desculpa... Eu pensei que isso ajudaria vocês... -a mesma se culpou e destranquei a porta abraçando ela forte.

— De um jeito ou de outro isso iria acontecer, você não tem culpa de nada, ok? -me separei do abraço e beijei sua bochecha. — Sei que queria que tudo ficassem bem, só não foi dessa vez.

~ Vou de dorme só agr q abuso .
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Insônia - Wednesday & EnidOnde histórias criam vida. Descubra agora