Quando a noite fria cai, a boate luz do luar esquenta a cidade e reflete suas luzes de neon por todos o parâmetros. Dentro da casa alguns procuram conforto no colo das moças, outros buscam afogar suas lágrimas em bebidas álcoolicas e havia os que iam para apreciar a música da casa. A melodia invadia as ruas e encantava a qualquer um que a ouvisse.
uma boa música não depende somente da letra que a compõe mas também do cantor que a performa, e a pessoa que gerava tanto fascínio nos ouvintes era Cecília.Cecília tinha quinze anos quando começou a cantar, embora hoje tenha vinte e dois não perdera sua jovialidade, continuava a encantar a sua plateia com suas cordas vocais e a sua beleza. Cecília era magnífica. Não só cantava, encantava. Seus cabelos negros caiam até sua cintura e sempre estava com um batom vermelho vibrante na boca, as cores fortes do seu cabelo e boca constra com sua pele pálida, o que a deixava linda, de certa forma.
Ela tinha crescido dentro da boate, sua mãe lhe abandonou logo depois do nascimento, a genitora de Cecília era uma "moça da casa". Sendo deixada no interior da boate mesmo, madame Elvira, a dona, sentiu a necessidade de criar o bebê, não teria coragem de fazer algum mal ao ser inocente e ingênuo que havia sido largado para trás, afinal, o bebê não tinha culpa de nada. Madame Elvira criou a criança com amor e carinho, mas apesar de todo seu afeto, a velha é extremamente gananciosa, e sempre deixou claro que Cecília seria uma das moças, como todas as outras ali.
Cecília tinha dado sorte, nasceu com o dom de canto e usufruiu dele assim que teve a chance. Algumas meninas a chamavam de "globo espelhado", talvez tenha sido uma tentativa de bullying, mas o apelido lhe serviu bem. Cecília assim como um globo espelhado sempre ficava no centro, sempre chava a atenção de quem quer que fosse, e sempre brilhava, consequentemente, mais do que qualquer uma.
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Em mais um dia na luz do luar, essa noite terá um show de Cecília, todos ja sabem que a casa vai lotar, se tem Cecília, tem casa cheia. A manhã começa logo cedo, algumas das meninas estão de ressaca, outras ainda dormem, poucas levantam e começam a se preparar.
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— Minha estrela, vamos, levante! — Madame Elvira invadia o quarto abrindo as cortinas, exalando fumaça do cigarro que tinha entre seus dedos.
— apenas 5 minutos. — Dizia manhosa com a voz rouca.
— Cecília, sabe que hoje é seu dia de show, sabe o quanto as pessoas pagam pra te ver, não quero uma morta viva em cima do meu palco, levante e vá se a prontar. — Dizia severamente, era doce quando queria e amarga quase sempre.
Após o esporro Cecília levantou, fez o seu ritual matinal e mesmo não querendo começou o dia, que em dia de show, era sempre corrido.
A sua rotina era resumida em passar metade das horas em um estúdio ensaiando suas músicas, e a outra metade em um salão de beleza.E quando a noite deu as caras, Cecília colocou seu habitual batom vermelho, penteou seus cabelos pretos e pôs um vestido preto que lhe caia até os pés, e tinha uma fenda na lateral, as alças finas do vestido deixava seus ombros a mostra, estava deslumbrante.
Foi para atrás do palco e esperou algumas meninas terminarem suas apresentações, quando subiu na plataforma a plateia se agitou, aquele globo espelhado iluminava a noite de todos no salão, pela primeira vez em muitos anos, Cecília sentiu um frio na barriga, um calafrio percorreu pelo seu corpo que não sabia explicar o que era. Cantou a música "im sorry" de Brenda Lee, notou que naquele dia sentia algo diferente, e no refrão da música ela descobriu.
Um homem que nunca tinha visto antes estava observando. Claro, todos no salão estavam, mas tinha algo diferente com aquele em específico, ela se sentiu diferente, sentiu algumas borboletas no estômago e até mesmo um pouco atordoada. O homem em questão parecia ser mais velho, algumas mechas grisalhas caiam pelo seu rosto, o que o deixava um tanto sexy, tinha um cigarro entre os dedos e estava vestido totalmente de preto, Cecília estava nervosa porque havia achado o homem atraente.
Ele a olhava fixamente com os olhos semi-cerrados, e quase não piscava, como se não quisesse perder nenhum segundo da performance da garota. Ela já havia se deitado com outros caras, mas nenhum teria lhe deixado tao nervosa em apenas alguns olhares. Tentou focar na música e quando terminou, foi para o camarim, não resistiu a curiosidade e foi até o bar, onde o homem estava, a viagem foi perdida por que ele ja tinha ido embora, perguntou para algumas meninas se elas conheciam o tal homem, obteve o não como resposta e ficou um pouco frustrada, aquele homem lhe instigou e despertou uma certa curiosidade, o olhar dele para ela havia mexido com alguma coisa que ela ainda não sabia explicar. Se sentiu ansiosa para o próximo show ao pensar que ele poderia estar lá novamente.
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Mirrorball.
Teen FictionCecília uma jovem artista entra em uma jornada inesquecível em um amor ultravioleta com um homem mais velho. O que poderia dar errado em sua fervorosa paixão platônica?