A felicidade teria sido tomada pela ansiedade. Andava de um lado para o outro, revirava todo o guarda-roupa, jogava tudo para o alto, e gritava como se estivesse perdendo sua própria vida. Não demorou muito para que todo o escarcéu que Cecília estivesse fazendo incomodasse as outras moradoras, que logo foram reclamar com Madame Elvira.
- Cecília, o que está acontecendo aqui? - A velha entrou no quarto com seu habitual cigarro entre os dedos, fechou a porta atrás de si e adentrou o quarto passando por cima das roupas que estavam espalhadas pelo chão.
- Eu sou feia, minhas roupas são ridículas e meu cabelo está horroroso. - Ela dizia aos prantos, enquanto escondia seu rosto atrás de uma almofada.
- Minha estrela é claro que não, você é linda. - Madame Elvira sentou ao lado de Grant, colocou a cabeça da mais nova em seu colo e acariciava os longos cabelos negros. - A mais bonita daqui.
- Madrinha, tenho um encontro hoje.
- E o surto é por isso?
- Sim! Eu tenho que está perfeita!
- Você já é perfeita, é a garota que mais rende dinheiro dessa casa.
- Tenho que ser mais!
- Quem é o rapaz?
- A senhora não o conhece, e ele não é mais um rapaz.
- Mais velho quantos anos?
- Uns vinte, eu acho.
- O que você sabe sobre ele?
- Nada, ainda! Mas vou conhecer.
- Estrelinha, você mergulha fundo demais em águas muita rasas, cuidado pra não acabar ralando o joelho. Escolha qualquer roupa e você vai estar perfeita, pare de gritar porque está incomodando as outras - A loira levantou e andou em direção a porta antes de sair se virou pra Cecília mais uma vez. - Boa sorte no seu encontro.- Deu uma piscadela e por fim saiu.
Cecília surtava em silêncio, não sabia o que vestir e nem em como se maquiar, queria estar mais perfeita que em qualquer outro dia, queria impressionar, apesar de todo nervosismo sabia que no final iria estar deslumbrante, só precisava por sua cabeça no lugar.
E lá foi ela, tomou um banho demorado e se acalmou, com a mente agora mais calma, se arrumava em frente ao espelho.
O cabelo longo tinha algumas ondas do meio para as pontas, o batom vermelho combinava com o rosé do seu vestido longo, suas costas estavam nuas e seu pescoço com um colar "pontinho de luz", as argolas mal apareciam dentro dos cabelos mas estavam lá. O antes era agonia agora era luxúria. Desceu até a portaria e lá estava ele, Vicent.Estava parado em frente a evoque cinza quando viu Cecília atravessar a porta da boate, sua roupa era inteiramente preta e seus cabelos grisalhos estavam penteados para trás. Abriu a porta do carro e conduziu Cecília até o banco do carona, antes de dar a partida olhou Grant de cima a baixo, colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e a puxou para um beijo.
- Está magnífica.
- Eu sei, obrigado. - Um sorriso tímido e um olhar encantador, Cecília respondeu olhando nos olhos de Vicent, brincava e se sentia confortável, os olhos não mentem.
Vicent a levou para um restaurante em um hotel de luxo, não tinha quem não olhasse para a Grant e não se admirasse, ela tinha uma beleza única.
- Estou começando a ficar enciumado com essas pessoas olhando pra você.
- Bobo, estou com você, podem desejar, mas não podem ter.
- Quero te conhecer, Cecília. Quem é você?
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Mirrorball.
Teen FictionCecília uma jovem artista entra em uma jornada inesquecível em um amor ultravioleta com um homem mais velho. O que poderia dar errado em sua fervorosa paixão platônica?