Flashback

366 57 7
                                    

Votem e comentem ♥️
♥️Boa leitura ♥️
***************************************************************************
Adrian

Uma semana depois

Sorrio ao olhar as rosas que eu tinha recebido e Gustavo estava tomando os meus pensamentos com os seus flertes e com suas atitudes, eu o conhecia e sentia que ele era o homem em que eu podia confiar, para talvez tentar uma relação mesmo que eu tivesse com os dois atrás e com o meu coração blindado para não magoar novamente, não conseguia perdoar os responsáveis por quebrar o meu coração e a minha auto confiança: Meus pais e o Drake, era os responsáveis.

Olho o horário e sei que está quase no horário da minha consulta, ando devagar até a minha varanda e me sento na poltrona de forma confortável, deixo a minha mente voar e meu celular toca, me trazendo de volta, atendo e escuto a voz de Diana, a minha psicóloga.

_ Ola meu paciente favorito.

_ Oiê minha psicóloga não tão favorita. – Brinco com ela, que pergunta.

_ Como você está hoje?

_ Bem e você?

_ Estou bem. Me conte os últimos acontecimentos? E porque faltou nas últimas consultas?

Respiro fundo e tinha faltado para evitar contar para Diana sobre a volta do Drake, precisava do meu tempo para entender as extensões dos danos,  mas inevitavelmente sabia que tinha que voltar para ela e contar sobre isso. Ela sabia a história inteira, desde do começo e me senti um grande idiota quando tudo veio a tona, e contei a ela o que tinha acontecido e nunca houve julgamento sobre a minha dor. Fecho os olhos e revelo, sem gaguejar.

_ Drake voltou para a minha vida, se tornou sócio dos meus pais na empresa e está tentando se infiltrar na minha vida novamente.

_ Por isso faltou nas consultas? Adrian...

_ Eu sei que não deveria, mas me sentir idiota e usado, como se toda aquela dor estivesse voltando novamente e precisava de um tempo para colocar tudo no lugar novamente. Mas aqui estou eu voltando para você. Aliás estou flertando com um rapaz, o Gustavo, meu namorado da adolescência. – Me sinto como um rapper, tentando falar tudo sem pensar muito ou iria desligar a ligação, com vergonha e ela comenta.

_ Sabe que não deve nada a ele, não sabe? Que você não precisa ser manter preso em uma realidade de dor por conta do que aconteceu. Adrian você não é merecedor da dor.

_ Entendo seu ponto e concordo com você. Mas me sinto traído novamente pelos meus pais e mesmo sem querer isso dói muito.

_ Seus pais tentaram fazer algo, que estava fardado ao fracasso e a dor. Não há nada de errado em senti traído, você foi enganado e usado. Ponto. A culpa é deles, não sua.

_ E o que eu faço?

_ O que você quer fazer? Sinceramente.

Paro e penso no que eu gostaria de fazer: Queria mudar de país e começar uma nova vida e respondo.

_ Quero mudar de país e começar uma nova vida.

_ O que te impede de fazer isso? Esse novo rapaz te faz bem? – Pergunta e me sinto completamente perdido sem resposta, mas no fundo eu sabia que tinha medo de ir embora e as minhas pernas pararem de funcionar e ter que pedir ajuda dos meus pais novamente. Respondo depois de um tempo em silêncio.

_ Tenho medo das minhas pernas pararem de vez e ter que pedir ajuda para os pais novamente. Sinto que mesmo conseguindo andar longos trajetos, ainda estou preso como se os meus pés estivesse colados no chão.

Silêncio do outro lado da linha e respiro fundo, sinto as imagens do acidente aparecem na minha mente, como se fosse um flashback.

************************************************************************

Flashback on

Dois anos atrás

_ Nada de esquiar de madrugada, está ouvindo, Adrian.

Era como se a voz da minha mãe estivesse ali dizendo as instruções que ela sempre me deu desde de criança, olho para o meu reflexo no espelho, enquanto ajeito a minha toca e a ideia de esquiar sozinho de madrugada poderia ser perigosa, mas eu gostava da adrenalina e da solidão. Era uma clássica viagem de família que sempre fazíamos no natal todos os anos, mas os meus pais estavam aproveitando sua segunda lua de mel e minha irmã  gêmea estava fazendo fotos para alguma marca famosa, cada um de nós estava aproveitando como desejava, sorrio enquanto saio do chalé sentindo o vento gelado bater no meu rosto, pego o meu equipamento e os coloco, esquiando em direção as pistas de patinação e começo a esquiar enquanto escuto uma musica alta, sinto o vento bater no meu rosto e paro no alto olhando para a escuridão.

O sol ainda estava escondido em algum lugar por ali, começo a esquiar deixando que a adrenalina me guie, sinto quando bato em alguma pedra, então a queda vem e vejo a minha vida passar por mim como um filme da Netflix, penso nos meus pais e em Amber que ficariam preocupados comigo, sinto o meu corpo colidir com a neve e com algumas pedras, tento parar de rolar penhasco abaixo, mas como se eu fosse apenas um boneco de plumas, apenas ganho velocidade e fecho os olhos quando a dor começa a ser insuportável, tento proteger a minha cabeça e tento gritar, mas ninguém iria me escutar, estava sozinho ali e quando as pessoas acordassem me encontraria jogado sobre a neve ou não me encontraria, apenas se um esquiador ousado encontraria meu corpo.
Quando eu paro de rolar, quando bato com força contra uma pedra e sinto a dor aguda, tento me manter acordado e sinto a dor por todo o meu corpo e como em um último pedido, imploro para que me achem logo e sussurro sem forças.

_ Socorro...

Fecho os meus olhos quando sou atingido por um deslizamento de neve, que cobre o meu corpo e desmaio cedendo a dor que parece que está arrancando os meus ossos fora, se não morresse pela queda, morreria de hipotermia e seria uma morte rápida.


Flashback off.

************************************************************************

_ Adrian está aí?

Escuto alguém me chamar e vejo que é a Diana, respondo.

_ Desculpe, eu estava com a mente longe.

_ Te entendo, fiquei te chamando por meia hora e podemos conversar amanhã? Tenho uma consulta agora.

_ Sim, até amanhã. – Desligo a ligação, fico olhando o celular na minha mão e minha mente está cheia das lembranças.

Me PerdoeOnde histórias criam vida. Descubra agora