cárcere

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Meu peito arde como se um incêndio estivesse acontecendo aqui dentro. A cena inteira é decadente e miserável num nível que faz sentido apenas na minha cabeça. Eu estou no depósito do local onde trabalho, deitado no chão agonizando como se estivesse prestes a morrer. A sensação é desagradável e me sinto prestes a sufocar em meu próprio desespero.

O chão está gelado. Não ouço o barulho incessante das coisas que se desenrolam depois daquela porta. Aqui, dentro desse local escuro e abafado, o silêncio é sepulcral. De alguma maneira minha cabeça também está silenciosa, mas as circunstâncias não me deixam olhar para essa situação com otimismo. Quem olharia? Que tipo de pessoa seria capaz disso?

Quero gritar, mas minha voz permanece entalada na garganta. Quero pedir ajuda, mas tenho medo do resultado disso. Não quero parecer vulnerável, embora nesse exato momento é exatamente assim que estou. Não me sinto vulnerável, eu estou. Me dar conta disso faz com que que lágrimas surjam uma atrás da outra (quando eu choro, meu nariz entope. Odeio isso).

Tento levantar, mas meu corpo não cede a essa decisão. Ele quer continuar no chão, porque minha cabeça está um caos e o meu cérebro se recusa a enviar os comandos para que eu me erga daqui. Tenho a sensação de que ficarei aqui por horas.

Pensamentos intrusivos mesclam-se à minha bagunça interna. Eu quero levantar e destruir tudo o que estiver em meu campo de visão. Não faço isso, no entanto.

A posição em que estou é desconfortável e levando isso em consideração, finalmente consigo levantar. Não é pela vontade de sair daqui que meu corpo está de pé agora, é pelo que vem a seguir. Eu arranco minhas roupas e sapatos e deito no chão novamente. Choro pelo que parece uma eternidade. Me derramo até me faltar o fôlego.

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