Capítulo 9

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Uma semana depois...

Pov Sol

- Maraisa Pereira. - Maiara disse seria. - Feliz aniversário vadia. - Gritou me abraçando.

- Ai, ela está ficando velha. - Aline disse bagunçando meus cabelos.

- Fala sério meninas, eu sou a única maior de idade no nosso grupo. - Sorri convencida.

- Mentirosa, esqueceu que eu tenho dezenove?. - Luísa disse.

- Deixa eu sonhar. - Gargalhei. - Então... cadê meu presente? - Sorri abertamente.

Elas se entre olharam com os lábios reprimidos e depois me olharam.

- Você espera um segundo? - Perguntou Aline, assenti e elas saíram me deixando plantada no corredor.

Minutos depois voltaram com Marília e estavam com as mãos para trás, franzi o cenho e deixei que elas se aproximassem, Marília estava com um sorriso travesso o que me deixou mais nervosa.

- Surpresa. - Gritaram todas juntas quando me deram um banho de raspadinha.

CA-RA-LHO, isso é gelado pra cacete, eu estava com a boca aberta e os olhos fechados, meus braços estavam abertos e eu estava praguejando-me internamente por fazer aniversário hoje. Cada uma delas tinham dois copos médios de raspadinha na mão, então, vocês já podem imaginar que realmente foi um banho.

- Eu, vou, matar, vocês. - Disse tremendo por conta do gelo.

- Jesus, você está parecendo a mulher uva. - Ouvi Aline dizer entre gargalhadas.

- Eu não acredito que vocês me banharam com isso, cara, eu odeio vocês. - Disse tirando o excesso do rosto. - Isso arde pra cacete. - Vociferei.

- Meu Deus, o que aconteceu aqui? - Perguntou a diretora. - Maraisa, já para a minha sala. - Disse saindo e eu soltei um olhar fulminante para as garotas.

- Vocês me pagam por isso suas vadias de quinta. - Disse passando por elas. - Menos a Aline. - Falei ainda de costas.

(...)

Entrei na sala me tremendo inteira, achei que o caso ali era pelas raspadinhas, e por que eu levaria a culpa se foram elas que me deram um banho?.

- Então Srta. Pereira, está atingindo a maioridade hoje certo?. - Assenti. - Creio que esteja ciente das normas da escola, correto? - Assenti. - Bom, só que com você, a coisa vai ser meio diferente. - Disse rodando na cadeira para pegar uma pasta.

- Como assim diferente? - O medo circulava nas minhas veias.

- Sua querida vó, Sra.Valentina, deixou claro na sua pasta que após atingir sua maioridade, que seria obrigacional retira-lá do colégio. - Abri a boca em descrença. - Porém Sra.Valentina faleceu à pouco tempo. - Assenti ainda com a boca aberta. - Seu tio, presumo que seja filho da sua vó, deixou uma cópia do testamento dela para que eu te entregasse. - Disse procurando nas pastas. - E nele diz que você ficou com tudo que ela tinha direito. - Franzi o cenho.

- Está me dizendo que... A minha vó deixou tudo que ela tinha pra mim? Tipo, tudo meu? - Perguntei incrédula passando os olhos na folha.

- Sim, é o que diz o testamento, e uma casa em Berlim. - Sorriu.

- Alemanha? - Assentiu. - Jesus Cristo, me diga que isso é mentira. - Ela negou com um sorriso no rosto. - Céus que presente. - Coloquei a mão na boca. - Mas pera, eu não posso ir, tenho minhas amigas aqui, a Marília, eu não posso aceitar sair daqui. - Neguei estendendo o papel.

- Foi o que pensei, porém se você não aceitar, perderá todos os bens para seu tio. - Cruzou os braços. - Srta. Mendonça atingirá a maioridade alguns meses depois. - Neguei incrédula.

- Mas enquanto à Maiara? Luísa e Aline?. - Perguntei um pouco desnorteada.

- Elas tem um futuro diferente do seu, acredito que não seja o desejo delas saírem daqui. - Cruzou as mãos em cima da mesa, neguei e fechei os olhos engolindo à seco. - Veja bem Srta. Pereira, você tem uma ótima oportunidade nas mãos, converse com suas amigas, tenho certeza que elas te entenderão, uma oportunidade dessas não se acha em qualquer esquina. - Assenti um pouco triste. - Ótimo agora saía da minha sala, está pingando raspadinha de uva no meu estofado. - Disse mostrando irritação.

Me levantei e em seguida fechei a porta, Alemanha? Todos os bens? O que o destino queria mesmo reservar pra mim? Caminhei lentamente até meu quarto onde estavam minhas amigas. Abri a porta e entrei olhando para o chão.

- Que cara de defunta, foi suspensa? - Perguntou Maiara.

- Quem dera eu fosse. - Fechei a porta. - Eu estou sendo chutada, literalmente. - Disse olhando para Marília que estava com a testa franzida.

- Ei como assim? - Perguntou Aline vindo em minha direção. - Você não pode sair, temos planos Isa, nós somos como irmãs, você não pode sair daqui. - Disse e sua expressão era de surpresa, com a boca aberta em descrença e seus olhos começaram à encher de lágrimas.

- Aline, se a escolha fosse minha, eu ficaria, mas se eu não for embora, eu vou perder tudo que minha vó me deixou. - Eu olhava para o chão, pois eu não tinha um pingo de coragem de encara-lá.

- Isa, o que você fez? - Luísa perguntou se aproximando. - Você aceitou a proposta? - Respirei fundo e assenti.

- Ou eu aceitava, ou aceitava, não tinha saídas. - Disse cabisbaixa. - Eu vou sentir falta de vocês. - Comecei a chorar e fui abraçada por Aline, Luísa e Maiara.

Eu não conseguia ouvir ninguém, apenas o meu choro, eu não queria olhar para Marília agora, eu sabia que a cara dela dizia tudo que eu não queria ouvir, e sei que quando as meninas se forem, restará apenas eu e ela.

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Do melhora ou piora, bjssss

Estava Escrito - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora