Capítulo 29

181 24 16
                                    


Pov Sol

Fechei os olhos sentindo a brisa bater no meu rosto e abracei a cintura de Marília mais forte, senti seu peito subir e descer em uma respiração funda. O cheiro do mar me fazia lembrar de quando eu à conheci, na verdade tudo me lembra Marília.

Fechei os olhos por longos minutos e só os abri quando senti que Marília havia parado, abri os olhos e me deparei com a casa que ficamos quando ela saiu do hospital.

- O que viemos fazer aqui?. - Perguntei descendo da moto.

- Vim te mostrar uma coisa. - Sorriu deixando o capacete em cima do banco.

- Vai deixar aqui?. - Assentiu. - Ninguém pega?.

- Quem vai roubar um capacete Maraisa?. - Dei de ombros.

- Tem ladrão de grama, imagina de capacete. - Ela gargalhou.

- Esse bairro é super tranquilo, você bem sabe disso, agora vamos. - Assenti, segurei sua mão entrelaçando nossos dedos e Marília abriu o enorme portão.

- Thor. - Dei um gritinho ao vê-lo balançando o rabinho. - Hey garoto, você cuidou daqui direitinho?. - Estralei os dedos e ele deu pulinhos, senti as mãos de Marília nos meus olhos. - Marília, para. - Sorri.

- É surpresa, agora vamos andando. - Ouvi seu riso fraco.

Marília começou a me guiar, eu pisava no chão como se tivesse mil gatinhos deitados nele.

- Você não vai cair amor. - Ouvi Marília falar próximo ao meu ouvido.

- Marília, não consigo ver nada. - Reclamei.

- Essa é a intenção. - Soltou outro riso nasal.

Andamos por mais alguns segundos e ela parou me fazendo parar também.

- Vou colocar algo nos seus olhos, porque você precisa subir. - Assenti.

Senti o pequeno pano tapar meu olhos, deduzi ser algo de Marília, porque tinha o seu cheiro.

- Está vendo algo?. - Assenti.

- Estou vendo o universo e as estrelinhas. - Ela gargalhou.

- Palhaça, agora sobe. - Bateu na minha bunda.

Estiquei os braços e senti uma escada, logo estava subindo devagar afinal eu não queria cair.

- Não olhe pra minha bunda Marília. - Disse um pouco alto.

- Não estou olhando, juro. - Ouvi seu riso.

- Você é muito cínica. - Resmunguei e ela soltou uma risada.

- Cuidado com a cabeça. - Parei no mesmo instante. - Só erga a mão direita para pegar impulso e conseguir subir.

- Eu não vou conseguir subir no que seja isso aqui. - Ela bufou irritada e senti sua mãos no meu tornozelo.

- Vai, te ajudo, você não vai cair nem que queira fazer isso. - Neguei praguejando-me internamente.

Ergui a mão direita como ela havia dito que faria e acabei agarrando um pequeno pedaço de corda, porque tem uma corda aqui? Onde estamos mesmo? Segurei firme e pude pegar com a outra mão, tomei impulso para subir e Marília deu uma pequena ajuda impulsionando meus pés para cima.

Acabei chegando à uma superfície, tinha o cheiro da Marília em todos os lugares, consegui ficar em pé e senti suas mãos na minha cintura.

- Posso tirar a venda dos meus olhos?.

Estava Escrito - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora