"𝐃𝐄𝐆𝐄𝐍𝐄𝐑𝐀𝐃𝐀"
( 𝑳𝒆𝒊𝒂 𝒐 𝒄𝒂𝒑 𝒆𝒔𝒄𝒖𝒕𝒂𝒏𝒅𝒐 𝑯𝑨𝑽𝑬𝑵 𝑨𝑵𝑫 𝑩𝑨𝑪𝑲- 𝑪𝒉𝒂𝒔𝒆 𝑨𝒕𝒍𝒂𝒏𝒕𝒉𝒊𝒄)Ela era basicamente aquela garota, rica extremamente linda e que tinha tudo oque queria na hora que queria. Mas sempre falta algo, e no caso dela era a vontade de viver. Não de sobreviver pois isso ela ja fazia, mais sim de viver.
Ela sobrevivia intensamente, a garota mais ousada que você poderia conhecer. Ela não conhecia limites, regras e as pessoas com quem ela andava eram piores ainda.
Ela ja não lembrava da sensação de estar totalmente sóbria a algum tempo.
Todas as noites eram vultos em sua mente, em um momento ela morava no céu e em outro ela ja estava a chorar.
Ela não andava com a galera que tinha a sua idade, ela achava aqueles roles fracos. Ela só andava com pessoas mais velhas e os caras com quem ela saia eram mais velhos ainda, não que no final ela fizesse algo com eles, ela só gostava da sensação de telos nas palmas de suas mãos. Ela não se lembrava da ultima vez que tinha dormido em sua casa, ela só se lembrava de se arrumar em casa. Todas as noites a mesma rotina, roupas, cabelo, maquiagem, tudo que a deixasse com cara de uma idade que não era a dela. Ela sabia que se estivesse usando um decote homem nenhum perguntaria quantos anos ela tinha.
Apenas depois dos drinks e cigarros que ela se sentia ela mesma, apenas nesses momentos era que ela se lembrava de quem ela era.
Mas nem sempre foi assim, ela já havia sido uma garota comum, com uma vida e rotina padrões para qualquer menina da sua idade. Sempre teve excelentes notas e ótimas compainhas. Ela nunca via seus pais, mas isso já era cotidiano, ela havia aprendido a se virar sozinha.
Até aquela fatídica noite, em que três homens invadiram a sua casa, o intuito inicial era roubar as fortunas que haviam no imóvel, mas encontram um tesouro muito maior na pureza que ainda existia na jovem. Aquela noite era um borrão vermelho em sua mente. Seu cérebro não apagou a sensação das mãos que a tocaram, das lagrimas que escorriam de seus olhos, do terror que nublava sua mente, e principalmente da dor em que sentiu, a dor nos seios, entre as pernas e em todas as marcas rocheadas deixadas por todo o seu corpo. Ela se lembra também de lutar, com todas as forças que ela tinha e então em algum momento apagar.
E quando acordou ela não era mais a mesma, ela se sentia imunda, os cabelos loiros grudados na nuca e rosto pelo suor, as mãos trêmulas, as dores e lembra do pouco sangue que viu mais que valia mais do que um um acidente totalmente sangrento.
E desde aquele dia ela mudou. Ela passou a não ter mais medo dos homens e sim queria faze-los sofrer, usá-los da forma que lhe fosse conveniente e jogar fora.
Ela ainda tinha surtos e gatilhos, sequelas que ficariam para sempre em sua mente e coração, mas para esses momentos ela tinha as drogas, bebidas e músicas alta nas festas.