cinco

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'Judas' da Lady Gaga tocava na aba do YouTube da minha mente enquanto eu estava na garupa da  BMW K 1600 Bagger preta de Taeyong rodando a cidade no meio de carros e carros, alguns nos perseguiam, mas isso são detalhes.

-Jae! - Me chamou alto, respondi com um "oi". - Tem uma arma na minha cintura e balas pra recarregar no meu bolso. Eu sei que você é de mira, pega e mata o motorista da van.

-Matar? - Isso não tava no roteiro da história.

-É! Ou você mata ele ou ele mata a gente.

-Que porra, Taeyong!

Tecnicamente, eu não tinha escolha. Puxei a arma, que já estava carregada, destravei o gatilho e virei pra trás. Antes que o cara do banco do carona agisse de verdade, atirei nele. Com mais dois desparos, acertei o motorista.

Taeyong acelerou, deu tempo de ver a tal van bater na barreira do viaduto. Um cara tentou se safar pulando dela antes da explosão, um carro passou por cima dele. Que terror, meu pai.

Logo um carro diferente dos de Taeyong estava nos seguindo.

-Atira neles. - Mandou pleno. Quantas pessoas já matei hoje? Quatro? Isso não é pra mim...

Virei pra trás novamente, agora tinham dois carros. Gastei algumas balas com o primeiro. Povo burro também, por que não arrumam um veículo blindado?

O segundo carro começou a atirar. Obviamente um cara que tava no carro, isso aqui não é relâmpago Marquinhos. Ah não, não é um cara.

-Taeyong, desde quando mulheres são permitidas na máfia?

-Desde sempre. Não parece, mas normalmente são elas a cabeça da facção. Por quê?

-Minha pena no inferno vai ser maior se eu matar uma mulher que tem a mira ruim? - Quando terminei de falar, uma bala estourou o retrovisor da motinha. - Porra.

-Só cala a boca e mata essa desgraçada prostituta. - Levantou o dedo do meio pra moça. Peguei uma parte da munição no bolso dele e carreguei a arma.

A moça abaixou, o motorista desviou também. Colaborem comigo, é meu primeiro dia. Em três segundos de inteligência, atirei no pneu. O carro bateu em outro carro, que bateu em um caminhão e virou aquela bagunça de filme.

-Fica atento, a qualquer hora aprecem mais.

-Cadê seus homens?

-Não sei, aquele bando de incompetentes devem tá em uma bar, sei lá.

-Duas da tarde de uma terça?

-Foda-se também, você tá dando conta.

-Taeyong, sabe quantas pessoas eu devo ter ajudado a tirar a vida?

-Você acostuma com o tempo, tá indo até bem.

-Bem? Isso é bem pra você? - Ouvi ele estralar a língua.

-Depois a gente fala disso, presta atenção.

Apareceu um cara suspeito de moto do nosso lado. Agradeço a Deus pela oportunidade de ser protagonista em uma história de ação antes de me preparar psicologicamente pra tirar a vida de mais alguém. Aí me vem o sujeito e tira o capacete e ser o Johnny.

-Demos um jeito no resto. - Gritou para Taeyong. Caso ainda esteja em dúvida, estamos sem capacete.

-Finalmente serviram pra alguma coisa nesse caralho.

-Você tá indo pra direção errada. - Gritou novamente.

-Tô indo pra casa da minha mãe.

-Posso ir junto? - O americano doido se animou, nem parece que acabou de terminar uma guerra.

-Pode, só cala a porra da boca.

O foda é que eu nem sabia em que parte da cidade eu tava.

bite me · jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora