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Uma coisa que Seokjin aprendeu com aqueles meses exaustivos era que ele não era uma folha morta de uma árvore no outono, ele era a árvore que passara por todas as estações e agora estava chegando nos dias de primavera onde floresceria novamente.

Seokjin estava agitado, animado e ansioso. Seu cabelo já estava de volta na cabeça, curto, mas de volta, e Yoongi era um fresco que fazia caretas e sons nojentos na hora de trocar o curativo da cicatriz da cirurgia nas costas. Ele merecia o prêmio de amigo do século.

- Pode usar minha cama. Tem camisinha e lubrificante na gaveta e, por favor, troque os lençóis antes. - Yoongi disse, fazendo Seokjin ficar mais vermelho que um tomate. Ele já estava de saída.

- Nós não vamos transar, é apenas um jantar casual! - Seokjin se defendeu e Yoongi o olhou com uma cara engraçada: sorriso de lado e uma sobrancelha abaixada.

- Se você diz. - Yoongi pegou a mochila com alguns pertences e foi para a porta. - Ele é irmão do Taehyung, ele vai foder bem. - continuava com as provocações, Seokjin estava pronto para dar um tapa no amigo e dormir na rua. Antes que o Kim pudesse reclamar, Yoongi abriu a porta e se assustou ao ver Jungkook prestes a tocar a campainha e com um champanhe rose na mão.

- Boa noite, cunhado! - disse de forma alegre.

- Vê se não faz besteira! - ficou apontando para os olhos com dois dedos, indicador e meio, para Jungkook e para si de forma repetitiva. - Eu sei onde você mora, moleque! Eu posso raspar sua cabeça!

- Também foi bom te encontrar, cunhado! - Jungkook continuava com o sorriso simpático e Yoongi fez questão de manter contato visual ameaçador até pegar o elevador e poder ir para casa de Taehyung. - Ele é uma figura. - disse, virando para Seokjin.

- Não duvide dele, ele que me deixou careca. - brincou e deu espaço para que Jungkook entrasse.

O jantar preparado por Seokjin fluiu bem, a comida estava bem temperada e era possível ver como Jungkook gostara pela sua expressão de raiva, era fofo. Eles beberam um pouco de vinho suave e terminaram o jantar abrindo o champanhe rose enquanto conversavam sobre a família um do outro - leia-se Jungkook falando da própria família -, não era muito álcool para eles, mas o suficiente para deixarem eles levemente alterados. Por fim, Seokjin estava terminando de colocar as louças na pia onde iria lavar depois.

- E foi assim que eu consegui essa cicatriz. - apontou para a bochecha onde tinha uma leve imperfeição.

- Sério que o Taehyung te agrediu por um video game? - Seokjin estava incrédulo com aquela história, mas ainda tinha um sorrisinho.

- Não foi qualquer video game! Era um Gameboy de última geração! - tentava defender o irmão apesar de tudo. - Dê um desconto, nós éramos crianças.

Sem perceber, Seokjin se aproximou mais durante a conversa e tocou no rosto de Jungkook passando o dedo suavemente na pequena cicatriz.

- O quê foi..? Você não gosta..? - Jungkook ficou receoso, mesmo que a cicatriz fosse leve, por vezes era um incômodo.

- Não é isso. - os olhos de Seokjin encontraram o olhar inseguro de Jungkook, o dedão ainda repousava na bochecha. - Sua cicatriz é bonita. - era um elogio um tanto quanto estranho, mas o que um apaixonado não faz de estranho.

A proximidade entre eles ia aumentando e aquele espaço entre as bocas foi desfeito, os lábios se tocando de maneira harmoniosa e um pouco tímida, como se estivessem testando o território. As mãos de Jungkook foram ligeiras em agarrar a cintura de Seokjin e o puxar para perto, colando seus corpos e fazendo o tatuado sentir a pressão da bancada atrás dele; com isso, o beijo foi aprofundado de maneira que ficasse mais necessitada e afobada.

Dead LeavesOnde histórias criam vida. Descubra agora