𝐒𝐎𝐁𝐄𝐑 ᡣ𐭩 megumi fushiguro

𝐄𝐗𝐓𝐑𝐀 𝟮 : madrugada sem fim ❪ hot ❫

  Era mais uma noite de filmes no apartamento de Megumi. Itadori, Kugisaki, (Sobrenome) e seu namorado maratonaram todos os longas de terror possíveis. Pânico, Massacre da Serra Elétrica, Jogos Mortais... E para amenizar, Abracadabra e Halloweentown.

  Nem preciso falar que é o começo de outubro, onde todos ficam loucos pelo começo da temporada tenebrosa e comem doces até demais. Não era por isso que se reuniram, contudo.

  Era um dia daqueles para (Nome). A época a deixava nostálgica e ansiando para voltar ao seu pior momento. E obviamente não gostava dessa sensação.

Não queria definhar novamente.

  A verdade é que pouco se fala do pós-vício. Acham que está curado assim que nega uma balinha nas baladas ou para de andar com gente errada. É mais profundo que isso, bem mais. Você sempre vai querer mais um pouco, só que agora tem a capacidade de recusar.

  Enfim, ela já estava melhor por agora. Comera balas de hortelã-pimenta, milho doce, marshmallows e mais algumas bombas calóricas. Ficou agarrada ao seu amado durante os sustos e as armadilhas grotescas do John Kramer. Ah, e também chorara no final de Abracadabra - provavelmente por medo da continuação estar melhor que o original, estragando a nostalgia.

  Os amigos saíram mais cedo, deixando Megumi e (Nome) livres para ver os especiais assombrosos do Disney Channel. E foi isso que fizeram. Num sofá cama acidentado e junto ao gato que adotaram, se esparramavam no assento e cobriam-se com um cobertor felpudo.

  O especial dOs Feiticeiros de Waverly place acabou e, honestamente? Megumi achou uma chatice. Claro que o CGI deixava a desejar e as piadas eram datadas, mas nada disso deveria atrapalhar a experiência.

   — Podemos ver algo melhor? Donnie Darko, talvez? — Diz em um monotom, totalmente desinteressado na programação.

  Ela ri. Ou melhor, gargalha.

  — Pfft... Essa foi boa! Não reclame ou colocarei Camp Rock para assistirmos. — Aponta para ele com o controle, quase que fingindo que segurava uma arma.

  — Ei, isso já é ameaça! Já viu as reviews desse filme no Letterboxd?! — Diz, achando a situação genuinamente ultraje.

  — Nerd do caralho.

  O resto da madrugada foi incrível. Também, não viram a Demi Lovato cantando This is Me e dobrando suas pernas do jeito Disney. Agora, estavam a limpar os baldinhos de pipoca e procurando por um lanchinho crepuscular.

  Tudo estava calmo. O único barulho no apartamento vinha do gato usando o arranhador e dos carros da avenida de fora. (Nome) senta no balcão de mármore, comendo uma bacia de cerejas. Seu namorado brinca que virou uma faxineira particular, já que ela estava ocupada demais ao jogar os caroços da fruta no lixo para ajudar. Como uma jogadora profissional de basquete ou uma mestra em aerodinâmica, não chega a errar um dos projéteis.

  Megumi se aproxima de sua amada, buscando um beijo com sabor de outono. Ela coloca suas palmas entre sua cabeça e o puxa para perto. As línguas só não batalhavam por dominância por isso ser clichê e batido. Era um encontro de paixões no céu da boca, onde ninguém seguia roteiros e todos os movimentos se encaixavam por pura sorte e amor.

  Eles não estavam no começo do namoro, contudo já sentiam aquela chama reacender. Porra, vai ser sempre como a primeira vez, né? Claro que não fariam mais no meio da sala de estar e no meio de um desespero absurdo, mas aquele desejo lascivo continuava igual. Queriam agora e queriam rápido.

  Já no quarto, trancam a porta e fecham as finas cortinas de linho. Se beijavam no meio cama, ele em cima dela, num ósculo lento e sensual. Passeavam as mãos um pelo outro, mesmo já conhecendo cada centímetro de cada corpo. O quarto tinha uma atmosfera vermelha, e não era só pelo letreiro carmesim do prédio ao lado - esse a incendiar todo o ambiente.