A Irmã do Meu Melhor Amigo

Capítulo Três - Você é...

A Irmã do Meu Melhor Amigo

Capítulo Três

Natalie Rufford's POV

Preciso fazer um grande esforço para disfarçar meu completo choque quando a porta da casa do meu irmão se abre.

É ele. O moreno muito gato com quem acabei transando num quarto de hotel há duas semanas.

Minha primeira reação é o choque, mas isso dura segundos. Em seguida, vem a vergonha. Minhas bochechas queimam conforme encaro o moreno parado na minha frente que, para meu consolo, parece tão surpreso quanto eu.

Porra, porra, mas que situação de merda. Quer dizer, aposto que ele não achou muito legal eu ter simplesmente ido embora, deixando para trás apenas um bilhetinho, mas a verdade é que ele foi o primeiro cara com quem me envolvi depois de Oliver e acordar ao lado dele foi muito estranho. Eu me desesperei, não estava preparada para ter uma conversa sobre o que tinha acontecido ou explicar o porquê de eu não querer me envolver.

O sexo? Incrível, o melhor que já tive em muito tempo. Lidar com a situação pós-sexo? Dispensável.

– O Nick está? – é tudo o que sai dos meus lábios, minha língua agindo mais rápido que meu cérebro.

O brilho de surpresa nos olhos negros é completamente apagado, seus olhos escurecendo com o que parece ser decepção. Por algum motivo, isso me causa uma pontada no peito.

Ele com certeza acha que estou envolvida com Nicholas de alguma forma. Eca.

– Foi mal, não conheço – a voz dele é fria como gelo, indiferente.

Ele está prestes a fechar a porta na minha cara quando coloco um pé para dentro, impedindo-o. A madeira quase esmaga meu pé, mas eu aguento firme.

– Eu sei que ele está aí, conheço os horários dele – ok, talvez essa não tenha sido a coisa mais inteligente para dizer, porque agora o moreno com certeza pensa que sou algum tipo de maria patins maluca.

– Você não vai entrar – as palavras dele, ditas com tanto desprezo, só confirmam a ideia errada que ele fez de mim.

Eu estou prestes a juntar o ar para desfazer o mal entendido quando uma figura surge por trás do cara com quem converso.

Meu irmão está exatamente como me lembro: bonito como eu, mas com cara de babaca. Seu cabelo loiro está úmido e bagunçado, indicando que ele provavelmente acabou de sair do banho, e seus olhos azuis me miram com confusão.

– Nat? O que está fazendo aqui?

– Preciso da sua ajuda – é tudo o que eu digo enquanto tento ignorar a presença do moreno gatinho que olha de mim para Nick com uma atenção ferrenha, como se tentasse desvendar que tipo de relação nós temos.

– Ah, pirralha, cai fora – é o que Nick resmunga, escorando-se no batente da porta e cruzando os braços. Está sem camisa, vestindo apenas uma bermuda de tactel – Te disse para não me encher com suas besteiras.

Reviro meus olhos.

– Para de ser um pé no saco e me deixa entrar, Satanás – Satanás, apelido carinhoso para meu irmão querido que faz o inferno na minha vida.

Nick respira fundo, parecendo irritado, porém vencido. Ele sabe que se o papai souber que eu pedi ajuda e ele me ignorou, vai ter problemas.

O moreno com quem fiquei, por outro lado, ainda parece estar tentando entender o que está acontecendo.