Capítulo Cinco - Querer não é poder

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A Irmã do Meu Melhor Amigo

Capítulo Quatro

Natalie Rufford's POV


O silêncio retumba em meus ouvidos. Nem mesmo o barulho do motor do carro é capaz de silenciar as batidas fortes do meu coração.

– Você é mais feroz do que eu pensava, mesmo com aquela historinha de "violência não resolve nada" e etc. – Gabriel me provoca e a distração é muito bem vinda.

Respiro fundo, massageando minhas têmporas. Sinto uma dor de cabeça daquelas vindo aí.

– Eu não deixaria você bater nele, foi só para assustar.

– Mas ele fez aquilo mesmo?

– O quê?

– Te perseguiu.

Deixo minhas têmporas de lado e massageio a junção entre meu nariz e minha testa, apertando meus olhos com força.

– Ele é um porre, mas não vai me incomodar mais.

– Tem certeza?

– Você não tem? Acho que ele entendeu o seu recado.

Gabriel respira fundo.

– Se ele voltar a te importunar, precisa prometer que vai me contar.

– Eu não vou prometer nada.

Já estou arrependida o suficiente por ter aberto a minha boca para Nick. Eu devia ter resolvido isso sozinha.

Natalie – seu tom é de aviso, de repreensão – Eu te fiz uma promessa, então, seja educada e retribua o favor.

Estou cansada. Não fisicamente, mas emocionalmente. Só queria poder tomar um banho quente e me jogar na minha cama.

– Tá bem, tá bem – eu resmungo apenas porque não tenho mais energia mental para discutir – Pode me deixar perto das quadras esportivas? Tenho treino daqui a pouco.

– Treino? – mesmo que eu não esteja vendo seu rosto, consigo quase imaginá-lo franzindo a testa em confusão.

– Faço parte do time de líderes de torcida do futebol americano.

– Você é uma líder de torcida?! – ele parece chocado agora, terrivelmente inconformado – Como assim?! Por que diabos eu nunca te vi em lugar nenhum?

Finalmente abro meus olhos, encarando o perfil de Gabriel, que olha para a estrada como se estivesse vendo um alce do tamanho de um elefante.

– Você por acaso esqueceu que eu estava namorando nos últimos meses?

– Tudo bem, mas mesmo assim... Eu deveria ter visto alguma coisa. Sempre estamos de olho nas líderes de torcida.

Reviro meus olhos. Ah, mas é claro que estão. Eu era obrigada a ouvir as meninas contando as aventuras sexuais que tiveram com os "caras do hóquei", incluindo meu irmão. Eca.

– Eu entrei para Harvard no semestre passado e não frequentei nenhuma das reuniões ou festas porque eu queria evitar problemas no meu namoro à distância. Se você não ia aos jogos de futebol, então não tem como saber da minha existência.

Mesmo com minha explicação muito coerente, Gabriel ainda balança a cabeça como se eu só tivesse dito asneiras o tempo inteiro.

– Então quer dizer que você está aqui esse tempo todo? – ele parece estar falando mais consigo mesmo do que comigo – Por que o Nick não disse nada sobre isso?

A Irmã do Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora