O encontro

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Cansada de procurar a sutileza das almas, estava quase desvanecendo, pois enxergava o mundo de uma forma extraordinária, nada era nada, uma palavra, tornava-se um questionamento, uma expressão não era só um gesto, mas um espaço de sentidos, foi quando o conheci.
- Daqui em diante, tentarei descrever a história mais distante, apenas observando, para que não aches que é tudo sobre mim, embora seja -
Túlio era doce, atento aos detalhes, tinha um olhar observador à moça, mas ao mesmo tempo vago sobre o tempo ao redor. Maria, sempre atenta a tudo em sua volta, observava as informações rapidamente, porém nada tão específico, discutia sobre duas, três ideias. O rapaz quase namorado pensou que presentear Maria com chocolates seria algo conquistador - pois bem, estava certo. Depois do primeiro sorvete de muitos, sorriram, entrelaçaram os dedos, como se já conhecessem um ao outro por anos. Deixou a moça quase namorada em casa e quis vê-la mais vezes.
- Tentei algumas formalidades e apesar de gostar, darei mais detalhes ao leitor, pois minha personalidade se altera entre a primeira e a terceira pessoa, sempre divagando sobre tudo -
Cheguei em casa feliz, alguém lembrou da minha existência, entregando-me chocolates? Que amor! A vida não era amarga, tinha lá suas dores, alguém pensava em mim. Não nos beijamos, mas de certa forma ele beijara minha alma. O que eu entendia sobre o amor? Já tinha um repertório com alguns ex-pretendentes, que na verdade não deram muito errado, mas ficaram entre o certo e o duvidoso. Embora tivesse decidido não pensar muito sobre o passado, nem por comparação - já que ninguém tinha me chamado para encontros que continham chocolate no início e muitas ideias no fim - Túlio me deixou ali, com um pedaço do tempo na alma, esperta, curiosa ao porvir.

Imagem: https://pin.it/61yKUoh

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