A verdade

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"A desilusão é a visita da verdade." – Chico Xavier





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— É aqui. — Declarou Seonghwa assim que chegaram em frente ao que parecia aquelas moradias da época medieval.

— Ela exige algum pagamento ou algo do tipo? — Felix quis saber antes de entrar.

— Hm… isso depende. Ela diz que quanto mais suja sua alma for, mais alto cobrará.

— Poético.

— Bastante — respondeu antes de dar três batidas na porta. Esperaram alguns segundos, até ser aberta e revelar a figura de uma mulher muito bem vestida com um vestido vermelho longo e elegante com detalhes dourados, um cabelo loiro bem cuidado e olhos lindamente misteriosos. Ela parecia ter sido tirada diretamente daqueles livros de fantasia.

— Seonghwa, querido. Que honra tê-lo aqui de novo — cumprimentou ela com um sorriso formal.

— É bom te ver também, mas dessa vez quem precisa de seus dons não sou eu.

— Claro — respondeu desviando a atenção para o loiro. — Por que não entra, Felix?

Ele franziu o cenho, confuso. Não tinha se apresentado ainda.

— Como você…

— Ela sabe de tudo — o amigo respondeu porque ela. — Quanto antes aceitar, melhor.

    Ela o dirigiu um olhar malicioso, entrando na residência como um convite para segui-la. Os dois entraram, Felix inevitavelmente analisando cada pedaço do ambiente. Nas paredes tinham enfeites, livros, pinturas, prateleiras com frascos, tudo que indicava a moradia de uma bruxa nata. Particularmente, achou tudo lindo.

— Sente-se. — Requisitou ela apontando para uma das cadeiras da mesa redonda de madeira, e ele obedeceu.

— Então, Lilith…

— Pode me chamar de Solar. Tenho muitos nomes, com qual me apresento depende do meu humor.

    Ela sorriu descontraída enquanto se sentava na frente dele, que balançou a cabeça em resposta.

— Para começarmos, preciso analisar você. Posso? — Pediu estendendo a mão, uma indicação silenciosa para o garoto estender-lhe a sua. O mesmo olhou para Park uma última vez em receio, que deu de ombros tranquilamente como se dissesse "pode confiar".

    Então estendeu o braço, tocando os dedos dela e sentindo um estranho calafrio o percorrer.

— Ah… uma mente criativa e aflorada, aposto que usufrui bastante dela para a arte. — Ele levantou as sobrancelhas, impressionado. Olhou para Seonghwa de novo, que respondeu com um sorriso matreiro:

— É só o começo.

    Então Solar prosseguiu:

— Um coração romântico e puro, mas cruelmente ferido. Uma cicatriz causada por alguma tragédia com um amor.

— É, por aí — respondeu baixo por conta do choque.

— Uma alma bondosa e limpa, mas…

— "Mas"...?

— Parece corrompida. Alguma aura sombria e maligna que está a contaminando como uma doença. — Felix arregalou os olhos, tensionando os ombros. O que aquela informação queria dizer?

— Você pode ajudar a consertar isso, não pode? — Suplicou Seonghwa, compartilhando do sentimento de Lee.

— É o que vamos descobrir — respondeu enquanto acariciava a destra do garoto. — Também vejo uma aflição grande em você, assim como o medo. Algo o preocupa, imagino que tenha sido o que te levou a estar aqui.

The Oddinary House - HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora