Bônus - A realidade

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    "Na realidade, não conhecemos nada, pois a verdade está no íntimo." — Demócrito.








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    Sua cabeça já estava começando a ficar pesada devido ao álcool. Ele estava encostado na parede, vendo os diversos corpos do ambiente fechado dançarem sem sincronia nenhuma. Ele sentia um calor subir pelo seu corpo, e acabou sorrindo sozinho feito idiota por isso. Mas todos ali estavam iguais ou piores, então tudo bem.

— Hey, Hwa — Christopher, seu amigo da faculdade e quem havia o chamado para a balada que estava agora, chegou perto dele passando o braço em torno do seu pescoço. — Já jogou a toalha? Pensei que era mais forte.

    Ele riu diante da zombaria, olhando para o australiano com os olhos iguais aos de uma criança sonolenta.

— Foi só um intervalo.

— Hm, sei. Por que não vai lá e pega mais bebida pra gente?

— Por que você não pega? — Contestou, vendo um sorrisinho lascivo se formar no loiro.

— Porque tem um pitel que perguntou de você pra mim e ele está perto do bar.

    Ele sinalizou com a cabeça para um sujeito alto apoiado no balcão, com vestimentas pretas e irrefutavelmente elegantes, que tornavam bem gritante a tonalidade vermelho vivo de seu cabelo.

— Aquele bebendo um martini de maçã? — Quis confirmar.

— Aham, ele mesmo.

— Hm… não sei não…

— Ué, por que não? Vai dizer que ele não é bonito?

— Sim, um tremendo homem. Mas sei lá, sinto que conheço ele de algum lugar…

    E não no bom sentido. Não sabia explicar, mas por algum motivo sentia que ele tinha uma energia ruim, até mesmo perigosa. No mundo da mediunidade, no qual já era consideravelmente apto, isso não era um bom sinal.

— Deve ter visto nos seus sonhos — brincou ele. — Vai mesmo deixar um gato desse passar? Para de ser besta, Seonghwa. Vai lá.

    Empurrou seu ombro de leve como incentivo, mas Park ainda estava com um pé atrás.

— Ele não parece uma boa pessoa, Chris — admitiu, vendo o outro revirar os olhos.

— É só pra dar uns amassos, cara. Não é como se fosse entregar sua alma pra ele pra toda eternidade.

    Seonghwa não viu, estava bêbado demais para reparar em Bang discretamente usando o dedo indicador para chamar o rapaz no bar, um gesto discreto para “Esse aqui está osso duro de roer”.

— Ha ha, engraçadinho. Ele pode ser um sequestrador, sabia?

— E como eu poderia machucar uma carinha tão linda?

— Ya! — Seonghwa deu um grito ao ouvir uma voz atrás de si, se virando bruscamente e congelando o rosto ao vê-lo diante de si.

— Entendo seu receio, gracinha. Não se pode confiar em ninguém hoje em dia — disse levando um gole de seu martini até os lábios.

    Ok, ainda estava na dúvida, mas ouvi-lo o chamando assim deu uma balançada. Sua voz era tão melodiosa, doce, tranquila, do tipo que dava para ouvir por horas mesmo que ele não fale nada com nada. E minha nossa, que cheiro bom ele tinha. E essa boquinha carnuda, hmm…

    Tá, se ele for um psicopata, é um psicopata gostoso pra cacete.

— É, nada pessoal.

— Tudo bem, se quiser se sentir mais seguro, pode me revistar — sugeriu com uma evidente malícia, abrindo os braços.

The Oddinary House - HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora