Coração de Cristal - Jikook

Capítulo 22 - Você foi o único que fez o meu coração de cristal pulsar

Bem-vindos ao último capítulo!

🎧 A Última noite - Jão
🎧 Swear - E'last
🎧 The way I love you - Taylor Swift
🎧 Dandelions - Ruth B.

Park Jimin

Encarou seu reflexo no espelho. Porém, ao invés de reparar na própria roupa ou em algo relacionado à sua aparência, a primeira coisa em que ele reparou foi em seu peito inquieto, que subia e descia sem parar, revelando sua respiração descompassada e sem fim. Ele não estava nada calmo, pelo contrário, podia sentir cada mínima pulsação em seu coração, o que só estava deixando-o cada vez mais nervoso e inseguro. Sequer sabia se iria aguentar até o fim do espetáculo para pedir o Park em namoro. Para ser sincero, a vontade dele era de ajoelhar-se assim que o visse em sua frente, usando suas belíssimas roupas de balé, que salientavam cada curva e cada mínimo movimento dele.

Passou uma das mãos pelos fios úmidos, preocupado com a própria aparência agora. Ele usava uma regata preta colada ao corpo, evidenciando seus músculos do abdômen, junto a uma calça social marrom, um cinto preto de couro, tênis pretos e um casaco bege. Quanto aos acessórios, ele usava um colarinho, brincos de argola pequenos e vários anéis, todos na cor prata.

Embora sentisse falta de um, na cor dourada com um coração de cristal na ponta.

Abriu um sorriso pequeno, um pouco nervoso e incerto, porém satisfeito com a própria aparência.

Respirou fundo antes de conferir se estava levando tudo o que precisava: o ingresso, celular e, é claro, a caixinha com anéis. Jogou tudo no bolso do casaco, deixando o próprio quarto com um certo nervosismo. Sua mãe já havia saído há umas duas horas mais cedo para organizar os preparativos e garantir que tudo desse certo, conforme ela queria. Mi-suk ficaria em casa, aos cuidados da babá.

Eram exatas sete e meia da noite. O garoto abriu a porta, saindo de casa com receio. Queria chegar o mais cedo que podia para cumprir a promessa que havia feito a Jimin, a de assistí-lo na primeira fileira, que nem um completo idiota.

Jeon direcionou-se à garagem, encontrando sua moto intocável ali. Desde o dia em que seu pai havia deixado a casa que o garoto não usava ela, talvez fosse por culpa, já que era um presente do próprio. Suspirou, deixando o medo e preocupação de lado, não era a hora de pensar nisso. Era um presente, então agora era dele, não é?

Montou na moto, girando a chave na ignição como sempre. Franziu o cenho ao sentir o veículo um pouco mais baixo do que de costume, mas logo despreocupou-se ao lembrar que havia regulado o banco para Jimin após ele dizer que sentia um pouco de vergonha ao andar na garupa da moto do acastanhado, por ser muito alta e chamar demais a atenção. Riu da situação, regulando o banco para a altura normal, o que não mudou muito, mas ele deu de ombros, colocando o seu capacete e recolhendo o pé de apoio, acionando a embreagem e acelerando sem perder tempo.

Deixando a casa, intensificou o aperto no acelerador, com a brisa gelada abraçando seu corpo no mesmo instante. Sorriu por debaixo do capacete ao sentir a tão prazerosa sensação de adrenalina percorrer-lhe pelas veias, como um choque elétrico perigoso. Percebeu algumas gotas de chuva começarem a cair, o que o fez diminuir um pouco do ritmo, vendo o céu fechado e nublado.

Iria vir uma chuva e tanto.

Mas ele não importou-se, - o que foi um erro - acelerando um pouco mais entre os vários carros e motos, de faróis acesos. Ele já estava um pouco longe de casa. Adentrou a mesma esquina que a da última vez em que havia ido ao estúdio com sua mãe e sua irmã, era bem deserta, apenas uma rua de concreto com algumas vegetações e matagais ao redor. A chuva estava intensificando-se cada vez mais, e embora o acastanhado devesse ter desacelerado, não o fez, mas estranhamente, sua moto estava fazendo isso sozinha.