O Enigma Dos Reinos

Sonho ou Profecia

Quando a noite tinha chegado, a escuridão, o silêncio e o barulho do vento pairavam sobre o reino do Sol de rubi. Dentro de um quarto bem simples e organizado, Lrya dormia tranquilamente em sua cama. De repente, ela começa a sonhar com dois grandes olhos vermelhos olhando para ela. Lrya sente seu corpo tremer dos pés à cabeça. Depois de alguns minutos sentindo a terrível presença daqueles grandes olhos vermelhos, o corpo de Lrya é teletransportada para outro lugar.

Com sua habilidade natural, Lrya percebe que estava em uma linda floresta encantada. Ela sente a presença das árvores ao redor, junto com a maciez da grama verde aos seus pés. Ela também sente a suavidade do vento e o calor dos raios do sol em sua pele. No centro da floresta, Lyra sente a presença de duas belas árvores frutíferas. De repente, sente seu corpo sendo levantado por algo do chão, fazendo-a ficar mais perto dos frutos das duas árvores.

Primeiro, ela pegou o fruto da árvore à sua direita e, com sua habilidade avançada, sentiu as cores do fruto em sua mão. O fruto era todo avermelhado, com lindos detalhes de ouro. Logo após, ela pegou o segundo fruto da árvore à sua esquerda. O fruto era todo azulado, com lindos detalhes de prata. Em meio à admiração, Lyra já estava desejando comer aqueles dois frutos saborosos. Mas, antes que pudesse dar a primeira mordida, seu corpo é transportado novamente.

Desta vez, sua consciência percebe que está na mesma guerra de 900 anos atrás, só que dessa vez estava acontecendo no presente. Lyra procura a presença de Edgar no meio da luta e, quando o encontra, já é tarde demais.

Ela começou a sentir a morte de seus queridos companheiros, começando pelo rei e a rainha, onde seus corações foram perfurados por lanças. A princesa foi morta por um machado gigante, fazendo com que seu corpo se separasse da cintura. Já Edgar, seu amado, foi atingido por uma flecha amaldiçoada que atravessou seu peito e o transformou aos poucos em uma estátua de carvão.

Lyra logo sente seu corpo sendo controlado por alguém, então ela começa a sentir seus ossos e suas veias sendo quebrados, começando pelos pés e indo até os ombros. Ela começa a chorar e a gritar de dor a cada osso quebrado e cada veia rompida. Ela gritava mais alto e mais alto, e entre as dores, Lyra sentia a presença dos ossos dos cadáveres e das estátuas de carvão ao seu redor. Então seu crânio se quebra e Lyra finalmente desperta de seu sonho.

Ao despertar, Lrya estava tentando recuperar o ar que tinha perdido dos seus pulmões. O seu coração estava quase saindo pela boca e o seu corpo estava trêmulo. Ela suava muito e também sentiu a sua pele mais pálida e verde. Ela até tentou levantar da cama, mas seus esforços foram em vão, pois seu corpo não estava obedecendo. Lrya começou a chorar em desespero, até que ouviu a porta do seu quarto sendo aberta e logo ouviu a voz de Letícia vindo ao seu encontro, preocupada, tentando acalmá-la.

- Meu Deus, eu estava certa sobre o meu mau pressentimento vindo do seu quarto. Lrya, você está bem? Você está muito pálida e verde ao mesmo tempo, está toda suada e tremendo. E por que você está chorando? -
dizia Letícia, segurando na mão de Lrya, tentando acalmá-la. Depois de alguns segundos, Lrya finalmente se acalma.

- Letícia, por favor, me leve até o banheiro para eu tomar meu banho. Pegue minhas roupas de sempre e coloque em cima da cama. E por favor, me espere do lado de fora. Tenho certeza de que não vou conseguir subir aquelas escadas sozinha até o quarto da princesa.

- Claro que eu te ajudo, Lrya. Vem, eu vou te levar até o banheiro. Enquanto Lrya se banhava, Letícia pegava a roupa que Lyra sempre usava e colocou em cima da cama, como ela tinha pedido. Logo, Letícia saiu do quarto, esperando pacientemente por Lrya do lado de fora.

Lrya saiu do seu banho com dificuldade, pegou as roupas que estavam em cima da cama, se arrumou, pegou seu flauta e saiu do quarto onde Letícia estava esperando. As duas subiram as escadas até o quarto da princesa. Enquanto subiam as escadas, Lyra estava decidida. Naquela tarde, ela iria atrás de uma amiga antiga para ter certeza de que aquele pesadelo foi apenas um sonho.

E na mesma noite silenciosa, onde o barulho do vento parava sobre o reino da lua de Safira, num quarto simples e organizado, Edgar dormia tranquilamente em sua cama. Até que começou a sonhar com dois grandes olhos azuis olhando para ele, e seu corpo sentiu medo dos pés à cabeça. Depois de alguns segundos sentindo aquela presença terrível dos dois olhos gigantes, seu corpo foi teletransportado para outro lugar.

Quando ele analisou o lugar, percebeu que estava na guerra de 900 anos atrás, só que dessa vez estava acontecendo no presente. Edgar procurava Lrya no meio da luta, mas quando a encontrou, já era tarde demais.

Edgar viu uma das cenas mais terríveis de sua vida: ver a morte de todos os seus companheiros. Começando pelo rei e a rainha, foram decapitados com facilidade por uma espada. O príncipe foi morto por uma foice gigante que dividiu seu corpo ao meio. Já Lyra, sua amada, começou a ser controlada por uma feiticeira estranha, que começou a quebrar os ossos e as veias aos poucos.

Lyra chorava e seus gritos estavam cada vez mais altos, até que o crânio de Lyra se quebra e ela cai morta no chão. Antes que pudesse chegar mais perto do corpo de sua amada. Edgar sentiu uma flecha atravessar seu corpo e, aos poucos, transformando-o em uma estátua de carvão. Mas antes de virar estátua por completo.

Edgar novamente foi teletransportado e, de repente, viu um lindo banquete de casamento à sua frente. Os convidados estavam comendo e bebendo alegremente. Logo percebeu que estava segurando a mão de alguém e, ao olhar, percebeu que era sua amada Lyra. Ela estava magnífica, usando um lindo vestido roxo com belíssimos detalhes em azul e vermelho. Seu cabelo estava muito bem arrumado. Edgar já estava rosado de orelha a orelha ao ver tamanha beleza em sua amada.

Lyra, vendo que seu amado estava admirando sua beleza, logo se vira e se aproxima dele, fazendo Edgar sentir seu perfume agradável. Aos poucos, eles começam a se aproximar cada vez mais um do outro, até que Edgar percebe que já está invadindo os lábios de sua amada.

De repente, Edgar sente um sabor doce de amora tão suave e delicioso vindo da boca de Lyra, que faz ele querer mais. Ele não está acreditando que aquilo está acontecendo, seu coração está acelerado, suas bochechas e orelhas estão mais vermelhas do que um tomate, e seu cérebro está delirando naquele sabor doce e delicioso.

Até que ele ouve uma risada em uma tosse falsa, fazendo ele e sua amada se separarem do beijo e prestarem atenção nas pessoas que estavam à sua frente. Por incrível que pareça, Edgar viu o príncipe com um lindo terno roxo com detalhes azuis, e ao seu lado estava uma linda garota com um vestido roxo com belos detalhes vermelhos.

No entanto, por algum motivo, Edgar não conseguia ver o rosto dela, nem sua pele ou cabelo, além de um simples anel em seu dedo. Ao perceber que o príncipe também possuía um anel em seu dedo, ele logo percebe que o príncipe estava casado com aquela garota misteriosa, cuja identidade ele não sabia.

Logo, o casal se despede de Edgar e Lyra com felicidade. E quando os dois finalmente estão sós, Edgar não pensa duas vezes e volta a beijar Lyra, levando-a aos poucos até o canto da parede. Ele não para de beijá-la, já viciado no sabor daquele beijo. Mas, antes que ele possa dar uma mordida delicada nos lábios de sua amada, ele finalmente acorda.

Ao sentir os primeiros raios de sol entrando em sua janela, ele fica com raiva e triste ao perceber que está de volta à vida real. Ele tenta dormir novamente, mas o sonho não volta. Com um pouco de decepção e raiva, ele se levanta da cama, vai até o banheiro tomar um belo banho, veste as mesmas roupas que está acostumado a vestir, pega seu violino e sai do quarto, caminhando até as escadas em direção ao quarto do Príncipe.

Edgar estava decidido de que, naquela tarde, ele iria atrás de uma antiga amiga para ter certeza de que aquele beijo que ele sentiu de sua amada não foi apenas uma ilusão.