Capítulo 3 - Memory

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Capítulo com 3.028 palavras.

"Eu fui matando os meus heróis aos poucos
Como se já não tivesse
Nenhuma lição pra aprender"

"Eu sou uma contradição
E foge da minha mão
Fazer com que tudo que eu digo
Faça algum sentido"

"Eu quis me perder por aí
Fingindo muito bem que eu nunca precisei
De um lugar só meu"

"Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos
Coisas que eu..."
- Pitty

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CAPÍTULO 3 - MEMORY

TENENTE APOLLO SMITH

Peguei meu celular em um impulso de coragem, ciente de que nada do que eu fizesse me ajudaria de fato. Contudo, mesmo assim, disquei o número do Carter quase no modo automático. Louis me disse uma vez que enfrentar meu passado me ajudaria a deixar meus fantasmas para trás. Talvez fosse disso que eu precisava para recuperar a plena sanidade mental.

— Fala, mano. Pensei que nunca mais fosse ouvir sua voz. — Ele atendeu no primeiro toque. Sua dicção nunca mais seria a mesma, mas seu tom me acalmava, ao mesmo tempo em que um furacão de emoções me fazia sentir uma imensa dor no peito. Suspirei de tristeza e dor.

— Me desculpa! — Murmurei, finalmente deixando meus sentimentos fluírem, mesmo que minha voz exalasse a decadência em que me encontrava. — Eu não aguento mais! Estou ficando louco.

— Ei, espera. Para. — Ele exprimiu, mas eu não conseguia parar de chorar.

— Alô! Apollo. — A voz de Amy me fez perceber o quão ridículo eu estava sendo. Isso foi há tanto tempo, mas mesmo assim, eu nunca mais falei com eles. Que diabo de amigo eu fui?

— Se acalme, querido. O que foi? — A ternura nas palavras daquela que um dia esteve ao meu lado nos meus piores e nos melhores momento, como uma irmã, me fez ceder de vez,

— Eu estou...— Como dizer que estava sofrendo justo para eles? Me senti um completo bosta por ligar assim e agora depois de tudo.

— Sofrendo? Eu sei. O que foi? Quer nos contar?

— Eu, eu sinto muito, — suspirei — eu nem tenho coragem de olhar para vocês, cara. Me perdoe. Eu, — Comecei a respirar com dificuldade, conforme as lembranças de Carter brincando que nunca mais beberia água em um copo me atingiram. — Eu.

E eu nem sabia como dizer o que sentia sem parecer um idiota me fazendo de vítima. Me mantive em silêncio por um momento, tentando controlar as emoções, mas era mais forte do que eu, e minha pesada respiração, com certeza, me denunciava.

— Senhor Smith, ouça com atenção. Cada um de nós estava lá para salvar a vida dos civis e não a nossa. Sempre soubemos dos riscos e servimos ao seu lado mesmo assim. Se perdoe, meu irmãozinho, pare de se culpar. Você não tem culpa. Fizemos o que tínhamos que fazer.

Nesse instante, as lágrimas caíam em cascata dos meus olhos, e tudo o que eu poderia fazer era continuar respirando, tentando controlar aquele turbilhão de sentimentos, caso contrário, se eu abrisse minha boca, o choro não poderia mais ser contido.

— Se acalme, brother. — A voz carinhosa de Carter me fez grunhir de dor. "Eles" disseram que era minha culpa, disseram, e eu não conseguia escapar disso.

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⏰ Última atualização: Nov 18, 2023 ⏰

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