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Basta uma unica mordida para que tudo o que você achasse que era real se desfazer em sua frente, a dor é inexplicavelmente imensa, mas você consegue suporta-la até que esteja pronta para viver de verdade comigo, com todos seus irmãos e irmãs.

Seja bem vinda a nossa sagrada espécie de guardar o segredo da existência dos vampiros, para todo o mundo. Em breve você será a única, já que eles desconhecem de sua existência, se estiver lendo isso, eles não a encontraram e já estamos todos mortos, e a guerra já deve ter acabado. O que você precisa agora é de um pouco de sangue para que sua transição complete, então vá a caça.

Era tudo isso que dizia no bilhete que encontrei ao meu lado quando acordei, isso poderia ser de dias atras, então realmente a guerra não havia acabado, ou será que era apenas para mata-los? Minha família merece ser vingada, e eu serei quem deverá honra-los.

Saio do caixão no qual estava mantida, e ando um pouco, analisando o lugar no qual estou, vendo as paredes pretas, que provavelmente deve ter sido feitas pelo fogo, o cheiro da morte deles ainda esta presa neste lugar, sei que o corpo ao lado do caixão é de uma mulher, provavelmente de minha criadora, e como ela dizia no bilhete, ainda sou vista como humana, até eu finalmente beber sangue e completar a transição.

Cuidadosamente abro uma porta de madeira, por sorte não há ninguém por ali, vagueio pelo beco, fingindo ser uma pessoa da rua, de longe há um ou dois guardas vistoriando o lugar, a veia de seus pescoços parece ser maravilhosamente atrativa para mim e eu as quero dilacerar até que não reste nem uma gota de sangue, sou furtiva até estar perto o suficiente deles.

—Com sua licença guarda, poderia me dar algumas miseras moedas para que eu possa comprar um pouco de comida?

—Até poderia, mas queremos algo em troca também, e você parece bonita de mais para ser uma mendiga. Que tal se você viesse conosco, conhecemos uma mulher que pode te dar abrigo e comida, em troca de serviço.

—Obrigada, mas apenas quero um simples pão. Se não puderem, agradeço, mas preciso ir.

Um deles segurou forte meu braço enquanto eu me afastava deles, me jogou no chão e subiu em cima de mim, enquanto o outro vistoriava o lugar e pedia para que sua vez comigo chegasse logo. Este guarda rasgou o que restava da minha roupa, e abusou de mim, enquanto isso o outro foi para longe.

Aproveitei a minha chance e o dilacerei, suguei todo o sangue a ponto de separar a cabeça do corpo. Aproveitei a distração do outro guarda e fiz o mesmo, e como numa peça de teatro, sentei ambos e coloquei suas cabeças no lugar e me escondi novamente no lugar em que acordei.

Passei uns 10 anos sobrevivendo assim, matando guardas e vivendo no calabouço da igreja, trabalhando para o padre alguns dias, como manter arrumada a igreja para as missas e enterros de minhas vitimas. Tantas mulheres chorando sobre os tais homens que ali estavam, pude até mesmo conseguir ouvir que o chefe daqueles pobres soldados foi quem matou com as próprias mãos a minha família. Então ele seria o próximo, mas ninguém nunca acharia seu corpo.

Eu conhecia sua casa, pois antes dessa vida fui sua criada, eu sabia onde ele estaria na noite em que fui mata-lo sabia que não teria ninguém para me pegar pois, nem ao menos era casado e naquela noite ele pediu que uma das garotas do bordel lhe fizesse uma visita naquela noite, então eu fui a escolhida, seria de qualquer forma pois eu os controlo, faço com que façam tudo o que eu mandar. Quando chego ele pede que eu me sente, fica me analisando por um tempo, e então diz o meu nome, ele me reconhece, ele se aproxima, me acaricia e então, eu dou o bote, o deixo ainda vivo mas sem poder gritar.

—Isso é por todas as vezes que me abusou, eu era apenas uma criança! E também por ter sido o cara quem matou meus pais, minha família, agora eu prometo que você será condenado, condenado a pagar pelas mortes que eu mesma cometi, quem sabe eles não te livrem.

Ela está de VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora