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[Lysandre]

Eu vou na sua tumba todos os dias, e cada vez mais ela parece petrificada, eu entro em suas memórias mas ela nem se quer repara, já se passou uns cinco anos desde que ela ficou seca por causa da bruxa, eu já tirei as cordas de verbena que a prendiam, agora apenas está ela ali sentada, sem nenhum movimento, nenhum pensamento. Estou gritando por dentro para que ela me peça logo de uma vez.

Sento a sua frente, no chão e começo a lhe contar a minha história, a nossa vista por meus olhos.

Ela começa não comigo, e nem mesmo com a Kay, e sim com a minha mãe, e o seu clã, começa também com meu pai, o rei, que queria destruir qualquer sobrenatural que pela sua religião eram considerados monstros e deviam ser destruídos. Papai caçou todos daquela região, até os Gemini, mal ele sabia que sua própria esposa era uma bruxa, e que ela era a atual líder. Mas ele só foi descobrir isso na noite em que ela nasceu, não bem nasceu, mas nasceu na nova vida.

Kaylie ou como os Geminis chamam Vlad, ela era a irmã mais nova de minha mãe, e logo ao nascer já havia matado o irmão, bem é o que eles dizem, porque o outro bebê nasceu morto, ou seja, ela seria a nova líder, mas a usaram para ser uma arma.

Na noite minha mãe e todo o clã se uniram, tiraram a sua alma, seu poder, e lhe deram a imortalidade, e a mandaram se vingar daqueles que fizeram mal ao seu clã. Ela o fez, exatamente como mandaram, mas ela foi estrategista, e no fim de tudo, veio me buscar.

—Olá.

Eu a olhei, ela era bem mais alta que eu, quando ela veio eu tinha apenas 9 anos.

—Eu conheço você.

—Não sou mais aquela pessoa, e não farei nenhum mal a você.

—Mas você fez a meu pai.

—Ele merecia, e você sabe, você até queria que ele pagasse pelo que fez a sua mãe.

—Como você sabe?

—Eu simplesmente sei, Lysandre, esse é seu nome não é mesmo?

—Sim, é o meu nome.

—Você sabe o que eu sou?

—Um monstro. Era o que meu pai dizia de coisas como você.

—Isso é rude, mas em parte ele estava certo, mas como já lhe disse, não lhe farei mal nenhum, apenas quero leva-lo para seu verdadeiro lar.

Levantei meus braços e deixei que ela me pegasse em seu colo, foi não rápido, de onde estávamos até o destino, mal percebi o que havia acontecido, agora eu podia vê-la verdadeiramente. Ela era tão equilibrada, forte, rapida, me sentia confortável com ela por perto, e seguro, o medo que uma vez eu havia sentido, se passara num segundo.

Ela me deixou no chão e falou algo em romeno antigo, do qual eu não pude entender. E num passe de magica apareceu um grande acampamento bem em nossa frente. Enquanto entravamos mais no acampamento, uma senhora se aproximou dela, e perguntou algo, e depois me deu uma boa olhada, e pediu que ela se fosse com ela. Eu não queria que ela se separasse de mim, não agora, então apertei sua mão e ela me pegou no colo novamente, e disse que me levaria junto, então a mulher apenas concordou.

Havia varias barracas em torno de uma grande fogueira que agora estava apagada, mas havia uma maior que todas as outras, nós entramos naquela, que parecia estar a suposta líder.

—Então esta é a criança, filha de Mabel?

—Sim.

—Ele é bem parecido mesmo com a mãe. Que comecemos então!

—Não!

Eu a olhei, não estava entendendo bem, o que ela não queria que começasse.

—O que? Como assim? Você o trouxe, o quão mais rápido fizermos melhor será.

Ela está de VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora