1. Elizabeth Jonhson

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{DIAS ATUAIS}

Meus pés derraparam no piso ao virar com brusquidão à direita no corredor vazio da Universidade Columbia.

Eu estava muito atrasada para a minha aula de Direito Penal. E embora o professor Wilson fosse plácido com os meus atrasos, não queria abusar da hospitalidade.

Ir a uma festa no meio da semana não era uma boa ideia, só para deixar bem claro. Eu era inconsequente? Muito. Mas, pelo menos, eu tinha noção disso e assumia essa minha característica; não com orgulho, no entanto.

As melhores festas do campus ocorriam às quartas, quintas, sextas e sábados. Então não poderia ser julgada ou condenada à forca por ir à festa de uma das sociedades secretas na quarta-feira,
quando a maioria dos estudantes também fazia isso, não é mesmo? E, além do mais, não tinha culpa se as aulas caíam bem nos dias que os alunos folgavam para se descontraírem da dor de cabeça que era ser um estudante universitário.

A Columbia não tinha a tradição de fraternidades e irmandades no mesmo sentido que as outras instituições. Em vez disso, possuía as sociedades secretas, que eram organizações seletivas e exclusivas compostas pelos alunos. Eu não fazia parte de nenhuma delas, mas não perdia uma festa que fosse. Eram as melhores.

Pisquei, acostumando os meus olhos

com a claridade que se infiltrava pelo corredor. O sol estava alto no céu, deixando o clima quente, ainda que fosse cedo pela manhã.

Eu estava um caos, não havia tido tempo nem mesmo para passar uma maquiagem no rosto. Coloquei a primeira roupa que vi e puxei minha franja para trás, deixando o resto dos meus cabelos ruivos caírem em cascata pelas minhas costas.

Minha cabeça latejava e meu corpo estava exausto, apenas os sintomas de uma ótima ressaca, que me faria cair na cama após o fim das aulas e desmaiar até o dia seguinte. Mais uma coisa para se acrescentar à lista do que não deveria ser feito durante a semana: misturar vodca com energético. Péssima, terrível ideia.

Os corredores da universidade estavam vazios. Todos os alunos centrados, pontuais e obedientes o que não era o meu caso dentro das respectivas salas de aula.

Desbloqueei o meu celular para verificar o horário. Praguejei baixinho ao notar que as aulas já haviam começado há, pelo menos, meia hora.

Havia inúmeras mensagens de Samuel e Ember, meus melhores amigos e colegas de turma, perguntando onde eu estava.

Ember era uma desgraçada. Esteve comigo durante todo o tempo de festa e, ainda assim, conseguiu acordar cedo o suficiente para não chegar atrasada à aula. Só Deus sabia como a garota conseguia.

Já Samuel era o nosso bom amigo. nerd, ele não saía do campus, tampouco frequentava festas. Estava sempre estudando. Também era o grande responsável pelas minhas boas notas nos trabalhos.

Suspirei, arrumando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Se eu não estivesse tão enforcada com Direito Penal, permaneceria no sono profundo em que estava, aos poucos recompondo a minha alma após a bebedeira da noite anterior.

Estremeci ao relembrar da festa e meu estômago se embrulhou ao sentir o gosto do álcool na ponta da minha língua.

Deus, que dia terrível.

Eu precisava tanto de café, mas não tive tempo nem para isso.

Parei diante da porta da minha aula em andamento, espremi os olhos e soltei um suspiro antes de girar a maçaneta a adentrar na sala, sendo o mais furtiva possível. Pela visão periférica, notei o professor anotando algumas coisas na lousa. Meus olhos dispararam para o meio das carteiras, onde Sam e Ember estavam sentados, encarando-me com os olhos arregalados.

O Professor Arrogante - Bianca Pohndorf [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora