sóis

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Tobirama acordou de forma incomum, sem qualquer som irritante de despertador. Se mexeu na cama, procurando pelo celular para ver o horário. A luz o cegou temporariamente, mas revirou os olhos quando viu que havia acordado vinte minutos antes do horário normal. Decidiu então que era melhor se levantar de uma vez do que correr o risco de se atrasar. Somente quando entrou no banho que reparou qual o motivo de ter acordado mais cedo. Iria sair com Izuna hoje, para a lanchonete e o cinema. Um sorriso brotou em seus lábios junto de uma energia alegre que provavelmente duraria o dia inteiro.

Sua família estranhou, mas pareciam entusiasmados com aquilo, principalmente sua mãe, que até mesmo beijou sua bochecha antes de ir para a escola. Se tudo desse certo, agradeceria a ela mais uma vez.

Ao chegar na escola, não se deparou com o Uchiha logo de início, somente o viu chegar na sala cercado por pessoas, então não poderia ir falar com ele. Porém, tinha quase toda certeza que no intervalo, o moreno lhe procuraria, e com isso, começou a se dirigir até a sala de artes quando o sinal tocou. No caminho para sair da sala de aula, viu com o canto dos olhos que o menor lhe observava, só que o problema, era que outra pessoa fazia isso também. O mesmo garoto do dia anterior, que havia tirado Izuna de perto de si, franziu o cenho para o Senju, que não entendeu o que ele tanto pensava ou queria fazer.

Por um instante achou que o Uchiha tinha falado alguma coisa para ele, mas logo achou completamente improvável. Apesar do moreno estar deprimido, sempre deixou claro que não era amigo de verdade daquele grupo, e que era incluído na base da obrigação mesmo. E além disso, o mais baixo nunca parecia confortável perto daquele cara, então com certeza não era um caso à parte. Decidiu ignorá-lo completamente, e seguiu até a sala de artes. Chegando lá, não fez nada além de sentar, pois estava convicto que Izuna viria, e esperaria para comer quando ele estivesse consigo.

Depois de quase trinta segundos, a porta se abriu, e ergueu a cabeça com um leve sorriso, que logo se esvaiu quando percebeu que quem havia atravessado a porta não era o Uchiha.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou rude, não se importando em parecer muito educado na frente do garoto que nem se lembrava como chamava

— Não sabia que agora a sala era sua para ninguém entrar. — ele respondeu, pondo as mãos nos bolsos e examinando o espaço de forma desleixada. Tobirama se levantou, sentindo o bom humor que tinha começar a evaporar sem freio a cada passo e palavra que o garoto dava — Na verdade, só o Izuna, não é?

— Eu não tô entendendo onde você quer chegar.

— Pelo amor de Deus, acha que somos idiotas? — ele perguntou, já perto o suficiente para o Senju franzir ainda mais o cenho — Todo mundo notou que você tá querendo virar amigo do Izuna.

— E o que diabos isso tem a ver com você? — indagou cruzando os braços, vendo ele dar um sorriso de canto

— Eu só tô querendo salvar a pele dele. Sério, ser seu amigo é como pedir para ser morto.

O albino ainda não sabia exatamente o que ele estava querendo dizer, mas uma ideia principal passou por sua cabeça, lhe fazendo travar a mandíbula e não falar por alguns segundos.

— Você deveria se mandar daqui, agora. — alertou, chegando ainda mais perto, vendo ele transformar o sorriso provocador em algo frio e desdenhoso

— Quero ver você me obrigar.

O maior cerrou os olhos, ficando em silêncio em seguida. Não faria nada, afinal não era um garoto imbecil que tiraria sua calma e noção só com palavras. Provavelmente não daria bola e voltaria a se sentar sem se importar com ele, mas não teve tempo de fazer isso, já que a porta da sala se abriu novamente, finalmente revelando quem tanto esperava.

Eu, você e as luas de Marte (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora