Capítulo 2

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TESSA EVANS


AIDAN CONNOR ERA o diabo em pessoa.

Com seus cabelos escuros, barba aparada, olhos castanho claro e alto em todos os seus quase dois metros de altura, ele era o diabo. Eu sei que a aparência dele não relatava isso, afinal quem olhasse para ele por mais de dois segundos diria que ele era um anjo. Mas eu o conhecia, e todos os outros estavam errados. Seu sorriso? Nada mais era do que uma máscara muito bem reforçada para enganar os seres humanos mais fracos.

Não digo isso apenas por dizer, tenho fatos, teorias, provas irrefutáveis e momentos que tenho guardado em minha mente até hoje. Então sim, Aidan Connor, também conhecido por meu vizinho e melhor amigo do marido de Emma é o diabo. Não acredita? Tudo bem, eu vou te provar.

— Você fez o Tom subir até aqui seu idiota.

— Quem mandou ligar o som naquele volume? — Aidan cruza os braços apoiando o ombro na porta e eu estreito os olhos — É contra as regras do prédio alteza.

Forço um sorriso doce e me inclino em sua direção.

— Como estava o seu café hoje Connor? — o sorrisinho de deboche some e o músculo da sua mandíbula salta. Ótimo, ele tinha amado a dose de pimenta extraforte no seu café sem graça.

— Ainda vou descobrir quem fez isso.

— E vai fazer o que? Pedir ao gerente do café que demita o funcionário? — faço um tsc, tsc com a língua e se possível o músculo salta ainda mais forte — Que falta de humanidade sua. Seus pais ficariam decepcionados.

Usando toda a falta do meu bom senso não me esquivo quando ele se inclina invadindo meu espaço pessoal, seus músculos saltam em minha visão e eu me forço a não piscar quando seus olhos claros espiam os meus.

— Sei que quer me ver nu mais vezes, mas por favor, se controle e evite bater na minha porta — dizendo isso ele se vira e bate à porta na minha cara me fazendo pular alguns centímetros para trás.

Babaca.

Mostro o dedo do meio em direção ao olho mágico e escuto uma risada abafada do outro lado da porta. Girando em meus pés volto para o meu apartamento e tranco a porta conferindo duas vezes antes de me enfiar no escritório. Usando da minha técnica de respiração, prendo os cabelos ondulados em um rabo de cavalo e empurro a franja para o lado.

Eu vou começar a trabalhar desse minuto em diante e me recuso a sair daqui sem pelo menos um capítulo pronto. Inalando uma grande quantidade de ar clico no arquivo novamente e volto a corrigir e escrever, bloqueando as imagens de Aidan e tudo de ruim que ele traz consigo.


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Existia pontos muito importantes que me fizeram tomar a decisão de continuar morando na Califórnia. O primeiro deles é que por morar no centro eu poderia ir a qualquer lugar que eu gostava de bicicleta, não era muito comum é claro e quando eu tinha reuniões durante a semana sempre aparecia com os cabelos indo a todos os lugares. Mas nada que uma ida ao banheiro e um modelador não resolvesse.

O segundo ponto é que sempre poderíamos contar com uma estação com ar frio e sol em todos os dias, mas não durante os meses de novembro até março, aí sim tínhamos que recorrer a guarda chuva e casacos pesados e duas ou três xicaras de chocolate quente (por dia). E por fim o terceiro ponto: eu amava as praias e os pontos turísticos em geral.

Então meu dia sempre acontecia da seguinte forma: eu acordava de manhã cedo, tomava água, o bastante para não desidratar, e saia para correr na praia. Durante uma hora e meia eu libertava toda a minha energia e então voltava para tomar café. Durante o dia eu trabalhava e as seis horas da noite eu ia para a academia fazer mais quarenta minutos de exercício.

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