Ele me evita, não anda mais comigo, então, por um milagre, agora ele precisa de mim? O que deu nele? Sigo Draco até um banco e ele começa a falar.
— Lembre do baile de ano novo? — concordo com a cabeça. — Eu não sabia quem tinha sido o meu par. Eu até cheguei a ver o cabelo dela, parecia muito com o seu, o estilo, a cor... mas eu sei que não era você porque poxa, você é minha irmã, eu saberia se fosse você!
— Draco, só me conta de uma vez, eu preciso ir.
— Eu beijei o meu par... — ele diz, encurvado e envergonhado.
— Você o quê??? — ele não costuma me contar essas coisas. Na verdade, eu acho que é a primeira vez que o vejo assim.
— Eu sei que é idiota da minha parte pegar uma menina que eu nem sei como é, mas é como se eu sentisse que eu devia ter feito isso, e ela também não ajudou muito. O problema é que eu... e-eu senti alguma coisa estranha... — ele gagueja. — O outro problema é que eu literalmente acabei de descobrir quem é a garota!
Ele sai de uma expressão envergonhada para uma enojada. Realmente não sei o que esperar disso tudo. Ele desvia o olhar de mim e observa as paredes, como se não quisesse ver a minha reação.
— É a maldita lufana... — ele fala, estressado. Ele com certeza deve se odiar agora. Draco enterra o rosto em suas mãos e esfrega a mão no cabelo, logo antes de voltar os olhos para mim.
Me levanto e coloco uma mão no ombro do meu irmão.
— Vou te deixar com seus pensamentos. Dolores Umbridge quer falar comigo em particular — Draco franze a testa.
— Por quê?
— Eu "desrespeitei" ela — digo, fazendo aspas com as mãos.
— Não brinca! Sério? — ele ri. — Eu sabia que o seu lado Malfoy ia sair a qualquer hora!
— Idiota! — sorrio e dou um tapa no canto da cabeça dele. Sigo andando e ele continua zombando de mim.
— Só não vai xingar ela!!! — ele grita.
— Tchau, Draco!! — grito de volta, balançando a mão com desdém, segurando o riso, enquanto dobro o corredor.
Espero que ela só me dê um sermão rápido. Ainda tenho que encontrar Cedrico e mostrar a carta a ele.
Procuro pela sala da Umbridge e, quando eu finalmente a encontro, vejo a porta da sala dela aberta, e ela está sentada, apenas esperando a minha chegada.— Bem-vinda, Srta. Malfoy! Sente-se! — ela aponta para a cadeira à frente dela e ouço a porta bater assim que entro no local. Isso não foi uma recepção muito agradável.
A sala é toda revestida de itens cor-de-rosa, chega a ser atormentador. Há vários pratos decorativos com um gato diferente em cada um. Que tipo de pessoa decora uma sala assim? Vai totalmente contra a beleza da cor!
Me sento na cadeira, conforme ela ordenou, e noto uma folha desgastada com a mesma frase escrita diversas vezes. É a letra da Granger. Ao lado do papel, há uma pena, aparentemente normal.— Pegue a pena, senhorita. Desrespeitar um professor de Hogwarts é uma atitude gravíssima e merece uma punição. Quero que escreva na folha as seguintes palavras: "não devo desrespeitar as autoridades".
Ela só pode estar brincando comigo. Pego a pena, com uma certa indignação, e começo a escrever a frase algumas vezes. Quando começo a mesma frase logo embaixo da primeira, minha mão direita começa a arder gradual e fortemente, como se eu estivesse colocando-a diretamente no fogo.
Seguro a expressão de dor, mas largo a pena, por não conseguir escrever. Analiso minha mão a fim de descobrir a origem da dor, e vejo algo se formando. A minha própria letra aparece sendo escrita, como se eu mesma estivesse escrevendo em mim com uma lâmina quente. Bem que eu desconfiei que haveria algo a mais, a pena é encantada.— Espero que tenha aprendido uma lição aqui, Srta. Malfoy — ela se aproxima de mim, com um sorriso autoritário estampado no rosto. — Pode sair agora, já terminamos.
Não fico mais nenhum segundo sentada na cadeira de madeira. Saio da sala dela e corro o mais rápido possível para a torre de Astronomia, para encontrar Ashley e Diggory. Espero que não vejam a marca na minha mão.
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Só Ashley está na torre. Cedrico deve estar ocupado, ele não é de se atrasar pra nada.
— Você viu a Umbridge? — pergunto. — Acabei de deixar a sala dela.
Minhas mãos estão suando de tanto nervosismo, eu preciso urgentemente de alguma coisa para me distrair.
— Sim. Ela fez você escrever também?
Mostro a marca queimada na minha mão em resposta. Ashley me mostra a dela, que está no braço, e se enfurece.
— Ela é uma vaca! — diz, emburrada, sentando nas escadas, e se escorando na parede.
— É mesmo... — imito ela — ...ela é uma grande vaca rosa! — Ashley me encara com estranheza.
Alguns segundos depois, estamos gargalhando como duas loucas com o comentário que fiz.
— Você é estranha, Malfoy! — Ashley me empurra com o ombro.
— Meninas, foi mal o atraso! Tive que falar com a Madame Pomfrey e a Madame Hooch sobre eu voltar a jogar quadribol.
— Não precisa me lembrar disso! — Granger tenta chutar Cedrico, ainda sentada, mas falha miseravelmente.
— Então, vocês queriam falar o que comigo? — eu e Ashley nos entreolhamos e eu fico tensa. Minhas mãos começam a tremer incontrolavelmente e meu estômago revira de nervosismo. Não acho que eu vou conseguir contar a ele.
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Garota às Avessas: Malfoy
FanficRuby Malfoy, irmã gêmea de Draco, tenta melhorar sua situação com seu pai, mas acaba indo para um caminho um tanto suspeito para conseguir alcançar seu objetivo. No meio disso tudo, ela ainda precisa entender e aprender a lidar com suas próprias emo...