Sonho on:
E mais uma vez estou presa em um quarto escuro, pendurada em uma maldita corda, cercada por um silêncio ensurdecedor que logo foi cessado por passos que se aproximam lentamente, conforme os passos se aproximam o meu coração acelera e o nervosismo toma conta. É algo desesperador que toma conta de mim, eu conheço bem essa sensação, a sensação do medo. O medo que aquele homem e aquelas lembranças me causam. Mas por que eu estou aqui?
- Sentiu minha falta princesa? Eu estava ansioso para vê-la novamente. - É uma voz masculina que fala em tom de diversão, soltando uma gargalhada assustadora. Senti sua mão passeando pelo meu corpo e o desespero me dominando ainda mais.
- NÃO ME TOCA, SAI, SAI, SAAAAI. - Comecei a gritar e a me debater, sinto a corda cortar os meus pulsos lentamente com os movimentos que eu faço.
- Não precisa ficar nervosinha, você quer gritar? Então grite, satisfaça os meus desejos, ao menos aqui ninguém lhe ouvirá, aqui somos só nós dois. - Falou enquanto sua mão pressiona meios seios. - Você não tem ideia do quanto seus gritos me excitam, sem contar que aqui aqueles malditos sangue-suga não irão me atrapalhar.
Logo após sinto uma chicotada nas costas e me pergunto como ele chegou ali? O som de sua voz vem do mesmo lugar, não é possível, será que são dois? Não, ele usou o termo "nós dois" então como ele chegou ali? De onde virá o próximo ataque? Tento concentrar mas sou interrompida por outra chicotada. O desespero de não saber de onde virá a próxima chicotada me deixa em alerta e não consigo me concentrar, mas não desisto, continuo tentando, Sally se acalma, você precisa conseguir, repetia psicologicamente várias vezes para mim mesma de olhos fechados, respirando fundo com um pouco mais de esforço consegui sentir aos poucos o calor de alguém que caminhava ao meu redor, mas também senti um calor, em uma proporção bem menor que estava vindo... de baixo? Não, não é possível, então porque ele usou o termo "nós dois?" Há algo errado aqui, muito errado.
- Será que você pode fazer o favor de parar de me analisar? Isso é desconfortável. - Gritou ele, dessa vez pude notar que o som realmente veio de baixo, como isso é possível? Eu não estou entendendo nada do que está acontecendo. - Não pense que aqueles malditos sangue-suga viram te salvar, eles não perderiam o tempo deles com alguém tão inútil e sem valor como você. Um ser inútil que a única coisa que sabe fazer é gritar e mesmo se você valesse algo, eles não estão ao seu alcance agora. - De quem será que ele está falando? Ele fala coisas sem sentido, será que ele está falando da Hana e do irmão dela? Mas o que eles tem haver com sangue-sugas?
Aos poucos a porta foi se abrindo, revelando à minha frente a coisa mais assustadora que eu já vi em toda a minha vida, era ele, aquele homem que me machucou, seu corpo está sem cabeça caminhando ao meu redor, enquanto a cabeça dele está no chão.
- AAAAAAAAAAAAAAAH - Gritei desesperada e me esperneando, as lágrimas caem de medo, dor e desespero, tudo de uma única vez, meus pulsos estão sendo cortados pela corda, enquanto o sangue escorre pelos meus braços e posso ouvir o gotejar do sangue no chão e uma voz que se fez presente repentinamente me chamando, minha visão começou a embaçar e desmanchar aquele cenário horrendo em que eu estava.
Sonho off:
- Sally, Sally, acorda, Sally, o que houve. Sally, abra os olhos, Sally. - Aos poucos abri os meus olhos vi a Hana sentada na cama com a expressão de preocupação e pena direcionados a mim, na porta havia um homem alto, cerca de 1,80 de altura, cabelos presos em um coque alto, semblante sério, olhos amarelos e um porte forte e musculoso, seu kimono estava um pouco aberto revelando um pouco do seu peitoral bem definido, por um instante nossos olhares se cruzam e ele apenas vai embora. Essa foi a primeira e a única vez até então que eu vi o irmão da Hana.
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Perigo Noturno
VampireNós sempre estamos ligados as amarras do passado de alguma forma, todos temos os nossos medos, nossos traumas e nossas desconfianças, essas estão sempre relacionadas a algo que aconteceu e nos marcou em algum momento de nossas vidas. Eu me chamo Sal...