— Otto... — Luísa sussurra quebrando o silêncio do carro. — Você sabe que eu já sabia que algo assim iria acontecer. — Ela diz e Otto olha para ela surpreso.
— Luísa... — Otto diz mas é interrompido pela mulher.
— Dois homens estavam atrás de você. — Ela diz e resmunga de dor novamente. — Um armado. Se eu... concentrasse toda a atenção em mim, eles... fariam algo e fugiriam... — Luísa diz pausadamente fechando os olhos a cada palavra pronunciada. — Só não esperava isso. — Ela diz dando um sorriso forçado e sincero ao mesmo tempo. — Pelo pouco que eu te conheço, acho que você deve estar se culpando e com um milhão de possibilidades passando pela sua cabeça. Mas tá tudo bem, tá?
— Não tá tudo bem Luísa! Caralho, você foi esfaqueada, e nem adianta falar que não foi culpa minha, você sabe que devia ter trancado essa porta e não deixar você se encontrar com aquela filha da puta! E se atirassem em você?
— E se atirassem em VOCÊ, Otto? Deixa de ser idiota, você sabe como a Poliana ficaria, é rídiculo me colocar em primeiro lugar, Otto. Você sabe muito bem que eu já passei por coisas piores, mas e você? — Luísa diz com os olhos marejados, pensar em algo desse tipo deixava seu psicológico desestabilizado. Ela juntou todo o ar de seus pulmões para continuar.— SE VOCÊ MORRESSE, EU PROVAVELMENTE ME MATARIA LOGO EM SEGUIDA, OTTO! — Luísa gritou, com a intenção de deixar aquilo bem claro para Otto. Logo após ela apoiou a cabeça em suas mãos e se arrependeu de ter gritado tão alto. Eles já estavam no hospital e Otto estava incrédulo, não comentou mais nada e isso era a intenção de Luísa. Eles entraram no hospital, e falaram que Luísa podia esperar mais. Otto, ainda com Luísa em seu colo protestou e Luísa finalmente foi internada.
Horas Depois
Otto estava fitando o teto branco do hospital. O cheiro daquele tipo de lugar lhe trazia péssimas lembranças. Odiava estar ali, mas o que o atordoava era pensar que quem estava ali era Luísa. "Se você morresse, eu provavelmente me mataria em seguida, Otto!" A frase de Luísa ecoava por sua mente. Otto sabia exatamente quando a morena mentia, e aquele grito foi uma das coisas mais sinceras que ele tinha escutado na vida dele.
— Familiar de Luísa Raquel D'Ávila? — Um homem de jaleco se aproximou com um sorriso amigável.
— Sou eu. — Otto se levantou rapidamente.
— Senhor, sua esposa está muito bem, só precisa se recuperar pois está fraca devido a perda de sangue, mas se ela não se esforçar deduzimos uma alta bem rápida. — O médico disse.
— Posso vê-la? — Otto nem se importou de ser chamado de marido de Luísa.
— Claro. Por aqui. — O médico anda até o quarto de Luísa e Otto o segue. Quando chegaram, Otto suspirou e entrou no quarto. Luísa estava deitada com a cabeça de lado, Otto deduziu ser efeito de algum remédio.
— Vou deixar vocês a sós, se precisarem de algo, chamem. — O médico disse e se retirou do quarto. Otto se sentou em uma confortável poltrona ao lado da cama de Luísa e começou a observar a mulher, ver a pequena morena que era cheia de marrenta naquele hospital dilacerava seu coração. Sem perceber, Otto pegou na mão de Luísa e começou a acariciar delicadamente, sentindo a pele macia da mulher entrando em contato com a sua. Ainda com a mão unida a de Luísa, Otto encostou sua cabeça na base da cama.
— Parece que alguém passou cola na minha mão... — Luísa diz rouca por ter acabado de acordar.
— Finalmente acordou, Bela Adormecida. — Otto diz levantando seu olhar para Luísa.
— Me desculpa. — Luísa sussurrou.
— O que? Luísa D'Ávila se desculpando? Eu não acredito. — Otto brinca e Luísa solta uma gargalhada gostosa, ela não ligava mais para dor, ela estava ali, com ele, todos os problemas sumiam, como um passe de mágica.
— Espero que tenha gravado isso, não vou falar de novo.
— Se eu tivesse gravado, seria o toque do meu celular.
— Olha só, temos um fã por aqui. Quer um autógrafo também? — Luísa diz se ajeitando na cama, ao perceber a dificuldade da mulher Otto ajuda a mesma a se ajeitar, ainda rindo.
— Aceitaria com prazer, ídola. — Otto diz, nós todos sabemos que Otto faria uma tatuagem na testa com a assinatura de Luísa.
— Tenho que conferir a minha agenda, minha rotina está muito agitada esses dias, essa tarde tem sido muito corrida, vários compromissos como, ficar nessa cama de hospital, dormir nessa cama de hospital, conversar com meus médicos papparazis. — Ela diz gargalhando.
— Eu amo ver você assim. — Otto exclama, ainda rindo com Luísa.
— Assim como? Inútil e parada sem fazer nada? Muito obrigada pela parte que me toca. — Ela faz uma cara emburrada, pela brincadeira, mas Otto achou que era verdade e abaixou sua cabeça. — Eu tô brincando.
— Luísa... — Otto voltou seu olhar para a mulher. — Você me perdoa?
— Eu preciso mesmo responder isso Otto? — Luísa pergunta indignada, ela que deveria pedir desculpas para ele, ela se sentia muito culpada pelo que aconteceu, não por ela, mas por Otto e Poliana, agora eles estão correndo risco. — Ver você falando isso, atoa, dilacera meu peito. Eu não aguento mais você se sentindo culpado por coisas que são da minha responsabilidade.
— Tudo que te envolve me envolve também Luísa. — Otto confessa.
— Otto, você não pode tomar essa responsabilidade. Você sabe muito bem que eu me sacrificaria para salvar o mundo, vocês são o meu mundo.
— E eu me sacrificaria para salvar você.
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Enemies | Luotto
Acción- Eu não quero continuar lutando contra isso. - Em um movimento rápido, Luísa apoia suas mãos no rosto de Otto e sela seus lábios.o grisalho, que já estava com as mãos na cintura da morena, a trás para mais perto de seu corpo, um beijo cheio de dese...