Capítulo Três

3.9K 461 8
                                    


-

° Capítulo 3 °

Bella

-

Um bando, uma família, pessoas para se confiar, para amar. Tudo isso sempre foi tão complicado de se ter, tão arriscado... pessoas mentem o tempo todo, mentiam sobre quem elas eram, sobre o que elas realmente sentiam, a confiança era para mim como se jogar de um penhasco, como em La Push, porém não saber a profundidade da água.

Eu corri até minhas pernas cansarem, até meu corpo mais forte ceder e minhas quatro pernas voltarem a serem duas. Voltei para minha casa por volta das duas da manhã, completamente suja e nua, não havia ninguém me esperando, podia ouvir a respiração descompassada de meu pai que ainda estava acordado, mas porém sabia que ele não iria falar comigo no momento, ele sabia que eu não queria conversar com ninguém naquele momento.

Ao chegar no meu quarto, abri minha mala colocando qualquer roupa sem me importar com a sujeira, se entrasse em um banheiro agora a possibilidade de eu desmaiar de exaustão seria enorme. Olhei para minha cama e apesar de todas as falas de meu pai eu senti um enorme embrulho em meu estômago e logo me joguei no chão e apaguei totalmente.


. . .

Acordei por volta das quatro horas da tarde com meu corpo já menos dolorido e minha mente menos embaralhada. Tomei um banho demorado colocando uma roupa qualquer, o mais confortável possível, logo depois indo em direção a cozinha.

- Onde está Jacob? - Pergunto sem encarar meu pai, não queria demostrar que estava acessível para qualquer tipo de conversa complicada no momento.

- Terminando de concertar a camionete de Bella. - Ele fala se virando para mim. Lá em o discurso... - Deixe Sam ao menos tentar, você sabe dos Cullen, insiste em estudar naquela escola então precisa de proteção, precisa de ajuda, não teve contato com os frios ainda, pode perder o controle... - Ao ouvir essa frase sinto meu corpo ficar trêmulo por um momento.

- Eu sei me controlar pai, e quero continuar sendo a única que faz isso. Não quero outra pessoa vigiando minhas ações, minhas atitudes, não fui feita para abaixar minha cabeça e enfiar meu nariz na lama deixando um homem me rebaixar, deixando Sam me rebaixar, pelos deuses, nunca! - Minha voz soava indignação enquanto meu pai me olhava com seu olhar repreendedor. Eu odeio o fato de sempre querer agrada-lo.

- De qualquer forma vai ter que estar próximo deles, não precisa aceitar Sam como seu alfa, apenas dê uma chance. Para estudar na mesma escola que os sanguessugas vai ter que comunicar o líder do clã junto com o resto da matilha essa noite, vai ser seu primeiro contato com os frios, só tente deixar Sam ajudar. - Ele simplesmente se vira indicando que a conversa tinha se encerrado e eu, como alguém de opinião forte, cheia de rebeldia... vou fazer suas vontades.

Sanguessugas, vampiros, os frios... sempre tive curiosidade em saber como eram, suas aparências, sua temperatura congelante, seus olhos, como agiam, como fingiam respirar, talvez realmente fossem monstros sanguinários sem controle como tinham me explicado vagamente, porém eu também não seria um monstro se esse fosse o caso? Caso nos descontrolemos, a raiva pode chegar ao ponto de tomarmos atitudes que nunca tomariamos, ao ponto se sermos cruéis, desumanos, ao ponto de quase nos perder, quase perder nossa última gotinha de humanidade. Vampiros e lobos, nós dois somos monstros, porém ambos de nós temos o poder de escolher tomar atitudes monstruosas ou não. Podemos escolher ser bons, podemos escolher a humanidade que há em nós.

Alma Quente E Pele Fria - Rosalie HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora