Alma Quente E Pele Fria - Rosalie Hale

Capítulo Nove

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° Capítulo 9 °

Quem arrisca não petisca
Não pode continuar mentindo
De volta ao lar

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Sentimentos reais são visíveis, pelos olhos, pelas atitudes, pelas ações... não há como esconder, como arrancar o brilho do olhar, engolir a felicidade e a paixão a seco ou fingir que ela não existe, uma hora ou outra ela vai escapar muito mais intensa, muito mais incontrolável.

Somos como imãs, sou atraída por Rosalie e ela é atraída mim. Meu instinto diz para protege-la, para ficar perto dela, para entende-la, conhecê-la e sinto que ela sente o mesmo, essa mesma necessidade, essa mesma conexão inexplicável. Eu preciso saber o porquê, preciso saber o que me conecta com Rosalie Hale e não vou deixar a sua covardia me impedir de descobrir.

- O que? - Ela pergunta incrédula enquanto dá lentos e cuidadosos passos em minha direção. - Eu não tenho nada pra falar com você. - Ela fala olhando em meus olhos e em seguida sai do hospital.

Carlisle olha para mim e dá um sorriso compreensivo o qual prontamente eu retribuo. Logo em seguida faço o mesmo seguindo Rosalie que começava a andar em direção a floresta.

- Está fugindo! Está sendo covarde, Hale! - Falo enquanto me aproximo da fria segurando sua mão o que me faz arrepiar.

- Fugindo? Que merda você está falando, Black? Você não tem ideia do que realmente é covardia. - Ela diz de forma irritada puxando sua mão da minha e apesar de sua temperatura extremamente baixa, me sinto fria sem seu toque.

- Você não entende? Não adianta esconder, não adianta ficar mentindo para si mesma! Eu sei... - Um suspiro de dor sai de meus pulmões ao ser pressionada conta uma árvore pela força sobrehumana de Rosalie.

- Você não sabe de nada! - Rosalie fala entre dentes enquanto segura meu colarinho. A árvore atrás de mim quase cede com a força exercida sobre si. - Não é porque eu fui gentil com você que você tem alguma significância para mim. Você não é nada!

Suas palavras me causam dor, uma dor que beira o nível da minha primeira transformação. Ela me solta se afastando de mim com seu rosto enojado.

- Eu não acredito em você! - Minha voz se torna trêmula assim como meu corpo, então Rosalie se aproxima novamente.

- Acho melhor acreditar, não quero quebrar o tratado por alguém como você. - Sua voz era banhada com desdém me deixando ainda mais irritada.

- Não vai quebrar, eu não faço parte de nenhum bando. - Assim que termino minha frase minha transformação se torna algo inevitável.

Rosalie tenta se afastar, porém estava perto demais para ser tão rápida, seu corpo é arremessado para ainda mais longe do hospital. Seus olhos brilharam em fúria e não demorou tanto para que a mesma saltasse em minha direção acertando seu punho em minha face canina quase deslocando minha mandíbula. Apesar da raiva correndo em minhas veias, não retribuo o ataque, deixo escorrer o sangue que preenchia minha boca.

Rapidamente, vejo a expressão de Rosalie mudar ao ver a primeira gota de sangue atingir o chão. Não era sede e já não era mais fúria, parecia preocupação, parecia dor, parecia arrependimento.

Realmente, havia algum problema em Rosalie Hale e agora eu sabia exatamente qual era. Eu. Rosalie sentia a mesma conexão que eu sentia, a diferença era que eu não lutava contra isso. Ela dá alguns passos para trás, sua boca se abre com a intenção de dizer algo, porém ao me ver me aproximar novamente ela se fecha.

Me aproximo até estar a um centímetro de seu rosto, ao ponto de sentir sua respiração desnecessária, então meu corpo diminui rapidamente em sua frente porém, seus olhos não despregam dos meus.

- Pode mentir para si mesma, mas não para mim. - Dou mais um passo em direção a ela a fazendo se afastar e encostar suas costas em uma das arvores. - Eu vejo você, Rosalie Hale. - Minha mão faz um lento caminho até seu rosto, como se pedisse permissão antes de toca-lo, sua pele fria a recebe como um calmante fazendo um sorriso surgir em meus lábios.

De repente ouço passos ao longe e meu instinto me faz alarmar, o cheiro de Paul atinge meu olfato, não sabia exatamente o quão longe Rosalie e eu estávamos, era apenas uma patrulha, mas se ela continuasse ali seu cheiro chegaria até ele e ele não se controlaria.

- Corra! - Digo a ela em um tom baixo e rapidamente a fria obedece saindo em disparada.

Sinto meu corpo frio assim que ela se vai deixando apenas seu cheiro que agora estava impregnado em mim. Me transformo assim que ouço Paul se afastar, em seguida, saio em direção a aldeia, a minha casa. Assim que chego perto, volto a minha forma humano pegando a mochila coberta de musgo atrás de uma árvore cheia de arranhões, me visto rápido caminhando até a casa, em sua entrada havia uma moto muito conhecida por mim, na última vez que eu a vi estava quase em pedaços, quase sem salvação, agora estava completamente nova e intacta. Jacob, você é meu herói.

- Sei que seu aniversário está próximo e que não gosta dessa data, então quis de dar esse presente antes del... - Ele aparece atrás de mim com seus cabelos cumpridos e sorriso acanhado, atrapalho sua fala me jogando em seus braços em um abraço apertado.

- Eu sinto muito por ter deixado você, por ter te afastado depois de tudo o que houve... Eu errei, mas vou fazer o possível e o impossível para nunca mais cometer esse erro. - Digo enquanto acaricio seu cabelo, logo sinto meu ombro ficar úmido o que faz meus olhos de encherem de lágrimas de pura culpa.

- Você vai voltar pra casa? - Sua voz era chorosa, quase suplicante, não tinha como negar a tal pedido mesmo me sentindo sufocada por tudo o que há naquele lugar.

- Eu vou voltar, vou pegar minhas coisas e voltar amanhã. Eu prometo. - Me afasto de seus braços e enxugo as lágrimas que ainda caiam de seus olhos. - Eu juro, irmão. - Vejo um sorriso surgir em seus lábios o que me faz me aproximar e beijar sua testa, em seguida pego a chave que estava em suas mãos e me afasto subindo em minha moto. Me despeço dele com um aceno e ligo a moto a acelerando sem hesitar dirigindo em direção a cidade, a casa de Bella.

Um pensamento agora predominava em minha mente, um pesadelo que estava próximo de chegar.

Meu aniversário.