i. Luana

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Nota: Oiê! Tô de volta com uma fic totalmente diferente da que eu postei anteriormente. Enquanto "Meu Lugar" era toda fofinha, essa aqui é bem mais introspectiva. Acredito que não vai agradar todo mundo, mas eu tava com muita vontade de escrever essa história. 3 capítulos dela já estão prontos, estou escrevendo o quarto. Eu não costumo postar nenhum trabalho sem estar terminado, mas eu juro que vou me esforçar pra terminar.

Avisos/Gatilhos: Eu tentei ter o máximo de cuidado possível em escrever as falas da Luana no fim do capítulo, mas o Ramiro tem uma fala que pode ser interpretada como transfóbica. Dentro do contexto dele, de como o Ramiro vê o mundo, eu acho que é coerente, mas não muda o fato de que pode ser ofensivo. Ele não é agressivo em sua fala e o contexto da cena é uma conversa franca e a Luana não reage de forma negativa, mas eu sempre acho bom avisar.

Timeline/Caracterização: Essa história se localiza num hipotético momento antes da seleção pro desfile. Não tenho intenção de abordar esse momento da novela aqui, não funciona no que eu planejei pra essa história. E, por fim, toda a equipe do Naitendei vai parecer descaracterizada pois aqui eles se comportam feito seres humanos, empáticos e amigos! Eu vou morrer segurando essa bandeira! 😅

Espero de coração que gostem e boa leitura.

~*~

Ramiro chegou ao Naitendei, como de costume. Olhou em volta, procurando por Kelvin, mas não o viu percorrendo o salão, servindo as mesas, nem no bendito pole dance. Iná, por sua vez, carregava uma bandeja com garrafas de cerveja e parecia emburrada por não estar com sua amada máquina de fumaça nas mãos.

Aproximou-se do balcão, onde Luana servia as bebidas, mas antes que pudesse perguntar do paradeiro de Kevinho, ela respondeu:

- Kelvin teve que dar uma saída, Ramiro. Não sei que horas volta.

- Oxe, aconteceu alguma coisa com ele?

- Acho que não com ele, especificamente. O Odilon veio aqui mais cedo, acho que é alguma coisa de família. - respondeu, dando de ombros, o sorrisinho relutante em seus lábios denunciando que notara a imediata preocupação do peão.

- Hm, achava que o Kevinho não falava com ninguém da família dele mais... Só com o primo e só por causa do tal Krav Magá...

Luana concordou com a cabeça, mas completou: - Família é família, né, Ramiro? Você mesmo já não falou que manda qualquer dinheiro que consegue juntar pra sua mãe? Mas eu nunca te ouvi falar quase nada dela.

O peão desviou o olhar e concentrou-o na água que a gerente do bar colocou à sua frente, sobre o balcão. Franziu o cenho.

- Não faz essa cara não que eu sei que você vai dirigir depois e ainda vai ter que ficar vigiando a ex-mulher do seu patrão. Ai de você se o Dr. Antônio te pega dormindo em vez de vigiando ela.

- Mato Grosso do Céu... - resmungou , bebendo um gole.

Não se dera conta de que estava realmente com sede e acabou tomando todo o conteúdo da garrafa. Como Kelvin não estava, decidiu não demorar. Não tinha problemas com as meninas, geralmente elas o deixavam em paz, mas se Kevinho não estava, não via muito sentido em ficar. Acenou para Luana, mas ela segurou brevemente seu antebraço para impedi-lo de sair.

- Espera só um minutinho, Ramiro? Eu preciso falar com você.

- Êeee, que que ocê quer comigo, Luana? - perguntou, desconfiado. Fazia muito tempo que todas elas tinham desistido de tentar qualquer coisa com ele. Berenice ainda falava besteiras, mas eram só provocações (que deixavam Kelvin enciumado e ele incomodado na mesma medida).

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