03 • Gaiola Dourada

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Cinco meses, cinco longos e extensos meses e nada

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Cinco meses, cinco longos e extensos meses e nada. Absolutamente nada mudou desde que Nero me colocou aqui dentro. Eu tenho certeza absoluta que ele me droga, pois eu nunca consigo me lembrar da hora que durmo e sempre que acordo ele já não está mais presente. Quando o vejo, ele já está acordado, pronto para fazer o que desejar, ou tomar banho comigo, ou transar, ou então requerer minha atenção para algo que seja de seu interesse.

Minha vida tem uma rotina muito bem estabelecida desde que ele me est... Desde que transamos e eu pedi a ele uma chance de não ir para o bordel, acreditando que seria mais fácil dobrar um homem do que vários. Eu conhecia aquele lugar, e era aterrorizante, o medo de ser largada lá era tão grande que fazer um acordo com o diabo pareceu uma ideia melhor na hora. Ele aceitou minha proposta, e quando eu percebi que esse foi o meu maior erro, já era tarde demais. Nero me manteve por uma semana em outro quarto de sua mansão isolada e em seguida me jogou nessa ala, a qual ele se deu o trabalho de preparar com certo esmero.

Nero me mantém em uma ala, que segundo ele, foi preparada exclusivamente para mim. Eu me sentia destroçada, raramente eu saia dessa ala, ela é composta por um quarto que tem o tamanho de uma casa, um banheiro do tamanho de um quarto, um jardim de inverno que possui quantidade razoável de plantas, além de pequena horta particular que eu deveria cuidar, mas agora já estão mortas pela minha falta de interesse, uma biblioteca muito recheada, uma pequena academia para eu me exercitar e uma sala de TV onde eu passo boa parte do meu tempo altamente disponível.

Estou deitada na cama, ainda nua e suada do sexo matinal intenso e altamente desgastante que fizemos. Nero é muito exigente, e tem uma disposição animalesca para o sexo, ele não brincava quando disse para mim que tinha um gosto intenso e violento. Um completo psicopata. Eu posso comprovar hoje cada uma de suas palavras.

Ainda sinto todos os seus fluidos corporais em mim, seus apertos, seus tapas e toda a sua intensidade. Recordar os momentos em que ele me usa como bem deseja faz com que um calor característico e indesejável surja no meio das minhas pernas. Meus olhos lacrimejam e eu engulo novamente o choro. Tudo isso é tão humilhante e degradante.

Nero é um homem possessivo e controlador ao extremo, se uma única agulha sai do lugar, já é suficiente para despertar a sua ira. Ele não é um homem que grita, pelo contrário, ele sempre fala baixo e firme, e a maior parte das suas atitudes violentas vem após um longo silêncio. Seu silêncio me deixa apavorada.

Eu não quis tomar banho com ele hoje, estava cansada dessa rotina constante que ele impunha, e como fazia cerca de dois meses que eu me comportava de modo primoroso (palavras dele), não calculei o risco dessa recusa. Ele matou Ricardo na minha frente, a única fagulha de esperança que eu mantinha para tentar fugir. Nero sabia que eu não ousaria tentar manipular alguém para me ajudar de novo, não depois daquilo. Devido a minha obediência ele não vinha sendo violento comigo, isso me fez acreditar que eu tinha algum controle da situação e relaxar. Ledo engano. Eu não tinha o controle de absolutamente nada. Ele fez questão de me mostrar isso. Ele sempre fazia.

Conto Dark: ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora