09 • Cerimônia Sangrenta

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Nero realmente cuidou de tudo, no dia seguinte a que a primeira equipe veio falar sobre o casamento, eu já tinha outra equipe de pessoas integralmente composta por pessoas negras

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Nero realmente cuidou de tudo, no dia seguinte a que a primeira equipe veio falar sobre o casamento, eu já tinha outra equipe de pessoas integralmente composta por pessoas negras. Eu não sei dizer o que senti, mas era algo como estar em paz. Tudo foi separado e escolhido por mim como eu gostaria se de fato esse casamento tivesse sido desejado, e durante as semanas que antecederam o casamento Nero me tratou como uma rainha.

Havia sempre uma tensão em mim, mas a obediência não me trazia consequências. Eu fui obediente e ele me tratou bem. A essa altura eu já havia me conformado que para ser bem tratada por ele eu deveria lhe entregar minha submissão e obediência. Eu não aguentava mais ser maltratada, eu gostava do carinho, de ser ouvida e de ser abraçada. Eu cresci em um orfanato onde ninguém me abraçava e eu era apenas um número, ser acariciada e colocada no lugar de alguém importante era algo que eu nunca havia experimentado, ainda mais desse modo tão doentio e perverso. Eu estava perdida.

Nero me levou para passear algumas vezes, me levou em alguns jantares e almoços. Saímos pelo menos cinco vezes antes da cerimônia, e a cada retorno para casa ele elogiava meu comportamento e falava o quanto estava orgulhoso e satisfeito comigo. O sexo era gentil e amável, às vezes bruto, mas havia um carinho nele, e isso estava me deixando cada vez mais envolvida. Ele quis ir até o quarto vermelho por duas vezes para satisfazer o seu lado sádico, e eu sabia que não poderia fugir dele para sempre, mas mesmo assim pedi que não fossemos e ele atendeu ao meu pedido.

Eu não deveria me sentir amolecida depois de tudo que ele já me fez, meu Deus, mas era tão bom ser bem tratada. Eu não queria que ele me maltratasse ou me humilhasse de novo. Se era para viver bem, sendo cuidada e respeitada, ao menos diante do que é possível, eu havia desistido de lutar e aceitava ser o que ele queria. Nero sabia ser generoso. Eu preferia ser alvo da sua generosidade do que da sua violência. Eu poderia me acostumar a viver ao seu lado. Não era como se eu tivesse muita opção, mas era o melhor que eu poderia fazer no momento.

— Abre a boca — escuto a ordem gentil e obedeço, Nero coloca um pedaço de chocolate dentro da minha boca e eu mastigo com gosto.

— É muito bom — dou um pequeno sorriso sem dentes para ele, e logo ele sorri para mim.

— Valrhona! — Afirma e eu franzo a testa — a marca desse chocolate, é francês, todos babam nos chocolates suíços, mas esse é o meu preferido.

— É delicioso! — Ele assente.

— Vem cá, me beija — pede e eu o faço de imediato, misturando os vestígios do chocolate junto da nossa saliva.

— Perfeita!— Nossos olhos se fixam e de repente eu vejo a mesma sombra que costuma haver no olhar dele antes dele fazer algo comigo — doce! — Há algo mais em suas palavras que eu não consigo acompanhar, mas eu sei que há. Aguardo sentindo meu coração acelerar. — Eu quero a sua doçura Valentina. Estou te tratando como uma rainha e mesmo assim você não tem me dado sua doçura.

Conto Dark: ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora